19 de jan. de 2013

Mostra de Cinema de Tiradentes-MG


Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Com 131 filmes em cartaz, além de debates com o público, vai até o próximo sábado (26) a 16ª Mostra de Cinema de Tiradentes (MG). Um dos destaques desta edição é a exibição de filmes produzidos fora do eixo Rio-São Paulo, que somam mais da metade da programação e começaram a ser exibidos ontem (18) em tendas espalhadas pela cidade histórica.
A exibição do longa Onde Borges Tudo Vê (PB), de Taciano Valério, na abertura, dá o tom a programação, que também apresenta filmes do Ceará, Bahia e Paraná. Entre eles, Doce Amianto (CE), sobre uma travesti que se apega a uma amiga morta para escapar da realidade e o documentário Sinais de Cinza (BA), sobre o cineasta Olney São Paulo.
Filmes vencedores de outros festivais também têm destaque como Eles Voltam, de Marcello Lordello, sobre uma menina abandonada na estrada pelos pais e a Memória Que Me Contam, de Lucia Murat – inspirado na ativista Versa Silva Magalhães, única mulher a participar do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick na Ditadura Militar – e Jards, de Eryk Rocha.
Segundo o curador da mostra competitiva, Cléber Eduardo, tem crescido a produção audiovisual fora do Sudeste e de Pernambuco – estado que já se consolidou nesse meio. Segundo ele, a escolha de filmes que não são de Minas Gerais, Rio ou São Paulo (principal produtor do país) foi uma coincidência e reflete a regionalização da produção.
“São movimentações ainda pequenas, não estão no mesmo nível de frequência de intensidade de Pernambuco e Minas, mas estão começando a acontecer e a ter um aquecimento que não identificávamos cinco, seis, sete anos atrás”, declarou o curador da mostra competitiva Aurora à Agência Brasil. Ele escolheu os concorrentes com base em 105 inscritos no festival.
O curador aponta vários fatores para a descontração da produção de filmes, como incentivo público, por meio de editais com cotas regionais do Ministério da Cultura, a expansão dos cursos de cinema, além de mais facilidade e acesso a tecnologias digitais, além da produção própria. O tema será debatido com críticos, atores, o público e cineastas como Silvio Da-Rin.
“O número de filmes realizados sem apoio público tem aumentado bastante e fora do centro Rio-São Paulo, e é uma condições de realização. [Só conta com] o apoio dos pais, dos amigos, dos primos, nem da iniciativa privada, a não ser, um apoio de um restaurante, por exemplo”, disse Cléber.
Ao todo, são 34 longas (12 inéditos) e 97 curtas de 14 estados, sendo que os vencedores da mostra competitiva Aurora levam um prêmio de R$ 50 mil. A expectativa é que as exibições também serviam de vitrine do cinema brasileiro a convidados de festivais internacionais.
A mostra de Tiradentes também homenageia a atriz Simone Spoladore. Segundo Cléber Eduardo, ela se destacou “por escolhas incomuns e que não são fáceis no cinema para uma atriz com possibilidades de popularidade e de mídia”. A artista estará em cartaz em quatro flimes no festival, como a película Memória Que Me Contam, de Lucia Murat, e Sudoeste, de Eduardo Nunes.
foto aalfredojunior wordpress TRanscrito Agencia Brasil
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