19 de set. de 2013

Mercado árabe: um enorme potencial para investir e explorar. Matéria com Marcelo Sallum presidente da CCAB


O presidente da Câmara Árabe disse, em entrevista, que as relações do Brasil com os países árabes ainda podem avançar muito. Ele destacou o papel da ANBA na difusão de informações.



Sérgio Tomisaki/ANBA
Sallum: muito trabalho pela frente
São Paulo – O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Marcelo Nabih Sallum, disse, em entrevista para a edição comemorativa dos 10 anos da ANBA, que ainda existem “enormes oportunidades” a serem exploradas nas relações do Brasil com os países do Oriente Médio e Norte da África. “Existe ainda muito trabalho pela frente", declarou o executivo, citando como exemplo as áreas de comércio, turismo, serviços financeiros e investimentos, infraestrutura e saúde.
Nesse sentido, ele ressaltou que, “para a manutenção de relações bilaterais duradouras”, é necessário conhecimento das demandas de cada país, além da superação de obstáculos fiscais, de logística, sanitários e culturais.


Na difusão de tal conhecimento, Sallum destacou que a ANBA exerce “um papel fundamental” e que é “uma das mais atualizadas e competentes fontes de informações sobre o Brasil e os 22 países árabes”. Ele lembrou que foi um estudo apresentado pela Câmara Árabe no início do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, que serviu de base para o desenvolvimento de uma política de aproximação econômica entre as duas regiões. Leia a seguir a entrevista:

ANBA - A corrente comercial do Brasil com os países árabes teve um crescimento significativo nos últimos 10 anos, passando de US$ 4,9 bilhões em 2002 para US$ 26 bilhões em 2012. Em sua opinião, quais foram os fatores que contribuíram para este crescimento?

Marcelo Nabih Sallum - Vários foram os fatores, mas eu diria que o principal foi o Brasil passar a se interessar mais pelo mercado árabe, uma região formada por 22 países, com uma população de mais de 350 milhões de habitantes.

No mesmo período, as relações diplomáticas também se fortalecerem, ocorreram três edições da Cúpula América do Sul Países-Árabes (Aspa), abertura de novas embaixadas árabes no Brasil e do Brasil no mundo árabe, foram realizadas diversas visitas de autoridades, entre outras atividades. Além disso, foram lançados voos diretos do Oriente Médio ao Brasil e implementadas iniciativas em outras áreas, como a cultural. Em sua avaliação, quais foram os acontecimentos mais marcantes nas relações do Brasil com o mundo árabe nos últimos 10 anos?

Durante o período compreendido entre 2003 e 2010, a Presidência da República do Brasil realizou visitas ao Catar, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Jordânia, Líbano, Palestina, Síria, Líbia e Argélia. Ao todo foram 10 países, sendo que em alguns o [então] presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] esteve por mais de uma vez.

É importante lembrar que alguns destes países nunca haviam sido visitados por um chefe de estado brasileiro, e a outros deles, a última visita havia sido do Imperador D. Pedro II [no século 19].

Estes encontros foram fundamentais para o estreitamento das relações entre o Brasil e mundo árabe, abrindo oportunidades para os exportadores brasileiros e empreiteiras do setor de infraestrutura.

Outro acontecimento importante foi a criação da Aspa, mecanismo de aproximação entre as duas regiões, composta por 34 países membros. Muitas realizações já ocorreram após a criação da Aspa, dentre as quais destaco a cooperação técnica na redução de impactos [da seca] e no enfrentamento de processos de desertificação e degradação de solos, e a instituição da Biblioteca e Centro de Pesquisas América do Sul-Países Árabes (Bibliaspa), quem vem realizando diversos projetos culturais.

Outra iniciativa muito importante foi a abertura de um Centro de Negócios da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) na cidade de Dubai.

Qual foi a contribuição da Câmara Árabe para este processo?

Logo no início do governo Lula, a Camara Árabe apresentou um detalhado estudo sobre o mercado árabe, que serviu de base para o desenvolvimento de uma política de aproximação econômica entre o Brasil e os países árabes.

Além disso, a Câmara passou a participar ativamente de feiras, missões comerciais e rodadas de negócios, que serviram para aproximar empresários árabes e brasileiros.

Outra iniciativa importante foi a criação, em 2013, da Federação das Câmaras de Comercio Árabes-Sul Americanas, atualmente compostas pelas Camara Árabes do Brasil e da Argentina.

O senhor acredita que a ANBA também teve participação nesta evolução, no sentido promover um fluxo direto de informações sobre oportunidades de negócios, comércio, turismo, cultura e outros temas que fogem do noticiário tradicional sobre os países árabes?

A ANBA vem exercendo um papel fundamental no estreitamento das relações entre o Brasil e o mundo árabe, sendo uma das mais atualizadas e competentes fontes de informações sobre o Brasil e os 22 países árabes. Desde a sua criação em 2003, ANBA é lida diariamente por empresários, diplomatas, estudantes e todos aqueles que buscam informações sobre economia, negócios, comércio exterior, turismo, cultura e esportes destas duas regiões.

Em que pontos o senhor avalia que as relações do Brasil com os países árabes ainda podem avançar?

Existe ainda muito trabalho pela frente. Além do comércio, existem enormes oportunidades nos segmentos de turismo, serviços financeiros e investimentos, infraestrutura e saúde.

É importante salientarmos que estas oportunidades são nas duas direções, tanto para o Brasil como para os países árabes. É fundamental o entendimento de que, para a manutenção de relações bilaterais duradouras, haja um profundo conhecimento das demandas e oportunidades de cada um destes 23 países, nos quais se inclui o Brasil, e que os atuais obstáculos fiscais, logísticos, sanitários e culturais sejam tratados com a relevância necessária pelos governos destas regiões.
matéria de divulgação da Agencia de Noticias Brasil-Árabe

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