Via
dominio de associações, entidades do trade turístico, ou mesmo de grupos
politicos, tanto a pasta estadual, e
municipais, onde existem, mudam
intempestivamente suas ações ao sabor de quem está no comando. Mesmo os
inúmeros Planos Estaduais e Municipais, são em quase toda a sua totalidade
meros compendios encadernados e com muitas fotos, que vão se empoeirar em
alguma estante.
Desde
as primeiras ações encetadas na prática, após o termino do Curso de Técnico em
Turismo pelo Senac -1969 – o que mais enfatizei foi conscientização,
sensibilização e o direcionamento dos treinamentos dados, visavam subsidiar os
professores, entidades, sindicatos, associações dos municipios onde os cursos
eram realizados, da importancia da atividade sobre toda a comunidade e seu
papel de motor da economia local
Nos
anos de 73 a 74 , a ação de Assessoria Turística na Estancia Hidromineral de
Águas de Lindóia-SP,visou buscar novos fluxos, via eventos e enfatizando forte
ações no tocante a treinamento, realizando entre outros Curso de Administração
Hoteleira com 60 horas. Mas foi na pesquisa de campo, entre sitios, chácaras,
fazendolas, bairros que se descobriu uma cultura criativa em todos os aspectos,
o que impulsionou o turismo de compras, via artesanato, produtos caseiros entre
outros. Foi ai que a população viu o que é redistribuição e geração de renda.
A
experiencia, trouxe a baila no começo de 1975, com apoio total da Editora
Aduaneiras, a publicação do MANUAL
DE CONSCIENTIZAÇÃO TURÍSTICA, surgindo dai solicitações inúmeras de palestras e
exemplares pelo país afora. Passada a euforia após alguns anos pouco ou nada
foi feito.
Nova experiencia deu-se em Goiania, entre 1984 e 85, onde o então
prefeito Nion Albernaz, topou o desafio de implementar o turismo na cidade.
Pouca gente acreditava, mas ele topou. O primerio passo foi a realização do
Fórum TURISMO E PARTICIPAÇAO COMUNITÁRIA, dividido em 8 grupos de estudos e com
a participação de 144 participantes, surgindo dai a CARTA TURÍSTICA DE GOIANIA,
que enfatiza a necessidade de ser gerada e
planejada pelo poder público em todas as estancias, profissionais, empresários
e comunidade. Estava formado ai o élo indispensável ao desenvolvimento
turistico sustentável.
A
conscientização, sensibilização, profissionalização e reciclagem são de suma
importancia, mas é preciso vontade política para inserir o maior número de participantes,
roteiros, atrações, entretenimento,
abrindo assim possibilidades para um número cada vez maior de pessoas,
empreendedores investirem no multifacetado setor chamado receptivo. Precisa-se
também legislação de fomento e ordenamento.
Na
Administração Regional de Santo Amaro, por dois anos, na gestão Marta Suplicy,
tendo a frente o engenheiro Nerilton A. do Amaral, foi implementado um setor de
eventos e comunicação e ali surgiram através de parcerias, apoios, inúmeros
eventos geradores de oportunidades, tendo no turismo uma nova alavanca ao seu desenvolvimento sustentável.
Na
Subprefeitura de M Boi-Mirim, o que aflora é a riqueza natural que a região possui, embora perto de enormes
problemas, mas ações de mapear, fotografar, estudar as potencialidades, na área
esportiva, naútica, ecológica, aventura, gastronomica, levantando também os
equipamentos como clubes, hipicas entre outros. Também procuramos encetar ações
com a Capela do Socorro, que margeia a Represa de Guarapiranga e até com
Parelheiros, outro ponto fantástico. A população veio junto e acreditou. Depois
vieram oito anos de ostracismo. Os governantes só injetavam apoio nos pólos
consagrados, esquecendo toda essa periferia turística.
A
cidade de São Paulo precisa de politicas públicas especificas e não somente um
Conselho Municipal de Turismo, que desde a sua criação, é dominado por representantes
em sua maioria do empresariado, que não olham a cidade como um todo e sim o seu
quinhão. A espectativa é de mudança. Ressalto aqui, as minhas ações em inúmeros
municipios de São Paulo, mas lamentávelmente o governo do estado nesses últimos
44 anos, só nomeou políticos ou seus representantes para a direção da pasta e
em sua enorme maioria neófitos ao setor.
Isso
é que é descalabro....
Otavio
Demasi – consultor de turismo – jornalista Mtb 32548
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