“O Ilumina é cheio de utopias. Queremos cruzar padrões em um ambiente bonito e inspirador, onde as pessoas se sintam seguras para trocar experiências”, explica Jennifer. Ela criou o projeto para o Brasil, mas não afasta a possibilidade de ações semelhantes em outros países. Os convidados do Ilumina, todos premiados e respeitados internacionalmente, são as violonistas Alexandra Soumm e Esther Hoppe, o violoncelista Giovanni Gnocchi, o contrabaixista Joseph Conyers e o pianista Cristian Budu.
A diretora artística do festival se encanta com o Brasil. “A música está na alma do povo”, afirma. Violista respeitada, a norte-americana diz que música de concerto exige disciplina, estudo e conhecimento. “Só por meio desses elementos conseguimos atingir nossos objetivos”, argumenta.
“O Brasil tem muitos talentos, a maioria com trajetória difícil. Às vezes, há carência cultural, às vezes, econômica, e as duas em certos casos”, analisa Jennifer. Ela quer pôr nas mãos de cada criança menos privilegiada um instrumento relacionado à música clássica. Utopia? “A Venezuela fez isso”, responde, referindo-se ao programa que projetou Gustavo Dudamel, o renomado regente da Orquestra Filarmônica de Los Angeles.
O Ilumina não é o primeiro festival criado por Jennifer Stumm. “Mas é o maior e o primeiro em outra língua”, brinca ela. O interesse veio da disposição dela e de seus colegas para buscar ambientes sem barreiras para a criatividade. “Ao longo da minha carreira, vi jovens talentosos sem oportunidade de contato com outros músicos, cuja experiência era importante conhecer. Decidi criar possibilidades de encontros”, explica.
A preocupação com aspectos inovadores, explica a violista, não é uma crítica à academia, “mas ao sistema mundial de educação”. Na opinião dela, alunos de todos os níveis precisam ser mais expostos à arte de qualidade.
JUILLIARD SCHOOL Jennifer Stumm nasceu em Atlanta, nos EUA. Estuda viola desde os 8 anos, quando ficou admirada com o som do instrumento durante apresentação na escola onde estudava. Frequentou o Curtis Institute of Music, na Universidade da Pensilvânia, e fez mestrado na Juilliard School, em Nova York. Instrumentista respeitada, ela se divide entre salas renomadas dos EUA e da Europa. Atualmente, dá aula no Royal College of Music, em Londres, e é professora visitante da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim, na capital paulista.
Este ano, a violista lançou o disco 'Harold in Italy' (Orchid Classics), dedicado a Hector Berlioz. “Considero todas as fases da história da música importantes. Todas devem ser ouvidas intensamente. O instrumentista precisa saber tocar de tudo e ter o que ama em seu repertório”, acredita.
Jennifer sai em defesa do ensino de música nas escolas. “Uma criança, quando faz música com a outra onde estuda, está aprendendo a participar da sociedade. O contato com a arte e a boa música não pode ser privilégio só de alguns”, conclui.
ILUMINA FESTIVAL
» 4 e 7 de janeiro
Às 19h, na Igreja Matriz de São Bento, em São Bento do Sapucaí (MG)
» 8 de janeiro
Às 19h, no Auditório Dr. Além, em Campos do Jordão (SP).
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