Marcelo Calero: a farsa na cultura bancada por Temer e pela mídia golpista
"Sim, de maneira nenhuma, não será feito [reintegração de posse nas ocupações culturais]. O momento agora é de negociação", afirmou o então recém empossado ministro da cultura Marcelo Calero.
Ainda caminhando sob a fumaça dos destroços do MinC, que o interino Michel Temer havia derrubado e reerguido, Callero recebeu a alcunha de "galã do instagram" da revista Veja e deu essa entrevista de apresentação para a Folha de S.Paulo.
Após isso, foi a vez de aparecer no talk show de Jô Soares, em que durante três blocos conversou com o apresentador e falou sobre a sua história, falou sobre a retomada do Ministério da Cultura, uma forma de moldar a sua imagem.
A revista Veja foi muito, muuuito mais além!
Na contra mão disso, apesar de em menor quantidade, as ocupações se fortaleceram e se tornaram pontos orgânicos de cultura em suas cidades, transformando os espaços e os dando nova vida.
Vendo o mundo aos poucos se virar para o Brasil e dar de cara com um movimento cultural organizado em todos os estados de um país continental, Calero começou a soltar papéis de reintegração.
O primeiro mandado foi enviado para a Funarte de Brasília. A ideia era sentir a reação, ver se a imprensa daria publicidade ao caso. Funcionou. O prédio foi desocupado, o ponto de cultura esfacelou-se e a mídia, que lhe pertence, ignorou a ação.
Na capital paulista o cabresto jurídico deu 24h para desocupação, depois alterado para o prazo de 15 dias, a ser cumprindo contando a partir de ontem, 19.
Uma assembleia com o nome de "Desintegração de Posse" foi realizada na ocupação paulista, que deve definir os próximos passos em reunião aberta a ser divulgada nos próximos dias.
Ainda caminhando sob a fumaça dos destroços do MinC, que o interino Michel Temer havia derrubado e reerguido, Callero recebeu a alcunha de "galã do instagram" da revista Veja e deu essa entrevista de apresentação para a Folha de S.Paulo.
Após isso, foi a vez de aparecer no talk show de Jô Soares, em que durante três blocos conversou com o apresentador e falou sobre a sua história, falou sobre a retomada do Ministério da Cultura, uma forma de moldar a sua imagem.
A revista Veja foi muito, muuuito mais além!
"Há ocupações, por exemplo, em que foi dado um novo sentido ao prédio público, como é o caso da Funarte [no Rio]. Havia os pilotis extremamente assépticos, eu sempre tive implicância com aquilo, e hoje em dia foi dada uma função social inclusive à ocupação", disse na entrevista ao jornal paulista.Não bastou muito para que a força do movimento cultural o fizesse palpitar e sua feição e amigável fala, se transformasse em cartas de reintegração de posse e no sumiço da mídia, a fim de evitar explicações para o povo.
Jogos Olímpicos da reintegração
Com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro batendo a porta, o plano traçado há muito tempo foi sendo aplicado. Durante mais de dois meses de ocupações culturais simultâneas e unidas em todo o país, Calero não articulou uma só reintegração. Desde que ocuparam o primeiro prédio, em Curitiba, até o momento em que todos os 27 estados estavam ocupados, o então ministro interino não moveu uma palha do seu "poder de articulação" anunciado nos jornais. Sem diálogo, esperou que o desgaste fosse enferrujando a vontade dos ocupantes e eles, aos poucos, se desmobilizassem.Na contra mão disso, apesar de em menor quantidade, as ocupações se fortaleceram e se tornaram pontos orgânicos de cultura em suas cidades, transformando os espaços e os dando nova vida.
Vendo o mundo aos poucos se virar para o Brasil e dar de cara com um movimento cultural organizado em todos os estados de um país continental, Calero começou a soltar papéis de reintegração.
O primeiro mandado foi enviado para a Funarte de Brasília. A ideia era sentir a reação, ver se a imprensa daria publicidade ao caso. Funcionou. O prédio foi desocupado, o ponto de cultura esfacelou-se e a mídia, que lhe pertence, ignorou a ação.
Desintegração paulista
O segundo passo, no entanto, exige mais capricho, e foi quando ele foi pego no pulo do gato. Viajou malandramente para a Turquia, foi dar um passeio em Istambul (consultoria de golpe?), capital política do país. De lá, por meio do IPHAN, deu a cartada final: nos mesmos dias reintegração para Funarte de São Paulo e para o MinC do Rio de Janeiro (Sim, aquele mesmo que ele disse que deu nova vida ao local).Na capital paulista o cabresto jurídico deu 24h para desocupação, depois alterado para o prazo de 15 dias, a ser cumprindo contando a partir de ontem, 19.
Uma assembleia com o nome de "Desintegração de Posse" foi realizada na ocupação paulista, que deve definir os próximos passos em reunião aberta a ser divulgada nos próximos dias.
Esbulhadores cariocas
Com os cariocas o buraco foi mais embaixo. Sem legitimidade para a ação, o juiz Paulo André Espirito Santo Bonfadini, da 20ª vara federal do Rio de Janeiro, indeferiu o pedido. No entanto não há o que comemorar da sentença.O INSTITUTO de PATRIMÔNIO HISTÓRICO e ARTÍSTICO NACIONAL - IPHAN, Autarquia Federal vinculada ao Ministério da Cultura, através da auto executoriedade que lhe é própria para garantir a ordem pública, está autorizada pela Constituição da República (CR/1988) a tomar as medidas preventivas e repressivas para salvaguardar a posse do bem público
(...) Se já existe invasão desde 16 de maio do corrente ano, portanto, há quase dois meses, e nenhuma medida administrativa fora tomada para se desocupar o prédio público, há de se averiguar o porquê da inércia e da ineficiência de quem, por obrigação institucional, devia zelar pelo patrimônio do Edifício Gustavo Capanema. Resta evidente, aqui, a frontal violação a um dos princípios basilares da Administração Pública a eficiência, já que, pelo visto, somente dois meses após a invasão é tomada alguma medida no intuito de se retirar os invasores. E, mesmo assim, através de uma ação judicial desnecessária, uma vez que como já afirmado o IPHAN, como entidade da União e através dela, tem meios administrativos para retirar tais invasores.Ele chama os ocupantes de "esbulhadores" e "invasores", e chama o IPHAN de ineficiente, uma vez que não os retirou assim que houve a ocupação. Fica evidente, assim, a parcialidade que guiou essa decisão. A OcupaMinC RJ soltou uma nota sobre o assunto.
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