31 de ago. de 2016

Água Mineral, outro filão de recurso natural que está sendo abocanhado pelas multinacionais. Estamos sendo pilhados por todos os lados... quando isso vai terminar e beneficiar o pobo brasileiro



Tabela 5: Principais empresas produtoras em 2009 
Fonte: DNPM (2010).

Outro fato importante é a maior presença de empresas multinacionais entre as dez maiores do segmento. Em 2005 apenas duas figuravam na lista, Coca-Cola e Nestlé Waters, já em 2009 somam-se quatro empresas com participação direta ou indireta de multinacionais na lista, e são elas: Coca-Cola na Spal Indústria Brasileira de Bebidas e na Fountain Água Mineral, Nestlé-Waters e a Danone que, mesmo sem possuir título minerário no Brasil, comprou a empresa Icoara Indústria e Comércio de Águas S/A de Jacutinga - MG que pertencia ao Grupo CPN, atribuindo-lhe a marca Bonafont.
Cabe ainda citar que em 2007 o Grupo Companhia Vontobel de Investimentos (CVI) realizou um processo de permuta de ações e de quotas com a Coca-Cola, passando esta última a deter 50% das ações da Charruá Águas Ltda., localizada no Rio Grande do Sul.
Nota-se assim, perspectivas de participação mais efetiva das empresas multinacionais no mercado de água mineral no Brasil. Fato esse corroborado pelo MME (Brasil, 2009) ao afirmar que, com a aquisição pela Nestlé Waters Brasil da água Santa Bárbara (SP) e com os investimentos e início da produção da água Bonafont pela Danone em Jacutinga (MG), o mercado de água mineral envasada no Brasil deverá sofrer alterações significativas nos próximos anos e o capital estrangeiro, que até 2008 participava timidamente do mercado brasileiro, deverá ampliar consideravelmente sua participação.
Conforme CPRM (2011) a PepsiCo, quarta maior produtora mundial, pretende instalar uma fábrica em São Paulo ou na Bahia nos próximos anos onde deverá envasar a água Aquafina, segunda marca de água envasada mais vendida nos Estados Unidos.
Tais processos de aquisição de pequenas empresas nacionais por grupos multinacionais demonstram a importância desse mercado para esses grandes players internacionais. Muito mais do que uma reestruturação patrimonial, esses movimentos indicam uma tendência de concentração de capital nesse setor, visto se tratar de um recurso estratégico para essas grandes multinacionais e cujo acesso no mundo está ficando cada vez mais restrito. Tal fato implica na necessidade de um controle do acesso desses grandes grupos, sejam nacionais ou internacionais, à exploração de águas minerais no Brasil.
Parte do trabalho publicado em

Rev. Ambient. Água vol.10 no.2 Taubaté Apr./June 2015

http://dx.doi.org/10.4136/ambi-agua.1357 


As águas minerais no Brasil: uma análise do mercado e da institucionalidade para uma gestão integrada e sustentável
Mineral waters in Brazil: an analysis of the market and institutional framework for integrated and sustainable management
Pedro dos Santos Portugal Júnior 1   *  , Bastiaan Philip Reydon 2   , Nilton dos Santos Portugal 3  
1 Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS-MG), Varginha, MG, Brasil, e-mail: pedrorotaract@hotmail.com
2 Universidade Estadual de Campinas(Unicamp), Campinas, SP, Brasil, Núcleo de Economia Agrícola, Agrária e do Meio Ambiente, e-mail: basrey@eco.unicamp.br
3 Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS-MG), Varginha, MG, Brasil, e-mail: nilton@unis.edu.br
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