27 de ago. de 2016

Irmã de ex-amante de FHC é 'funcionária fantasma' no gabinete do senador José Serra, dizem jornais Editor - essa funcionária obteve cargo público referendado pelo então presidente FHC

Irmã de ex-amante de FHC é 'funcionária fantasma' no gabinete do senador José Serra, dizem jornais



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SERRA MARGRIT

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A irmã da jornalista Mirian Dutra Schmidt – que manteve um relacionamento extraconjugal nos anos 80 e 90 com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – é uma ‘funcionária fantasma’ do gabinete do senador José Serra (PSDB). Margrit Dutra Schmidt sequer é conhecida dos outros servidores do tucano, segundo os jornal O Globo e O Estado de S. Paulo.
O regimento interno do Senado determina que servidores devem cumprir expediente diário de nove horas - o registro de ponto fica dispensado em alguns casos, segundo o artigo 72, mas é proibido trabalhar fora do prédio da Casa. Ao Estadão, o gabinete de Serra afirmou que Margrit não registrava presença no gabinete. “Ela trabalha para o senador como consultora. Ele solicita trabalhos e ela produz”, afirmou ao jornal o chefe de gabinete de Serra, Marcos Köhler.
Segundo informações disponíveis no Portal da Transparência do Senado, Margrit ocupa o cargo em comissão de assistente parlamentar júnior, com remuneração básica de R$ 9.456,13 e salário líquido de R$ 7.353,14, conforme mostram dados de dezembro de 2015. Para a assessoria de Serra, o fato dela trabalhar como consultora não configura irregularidade.
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“Ela trabalha (de casa). Meu gabinete tem pouco espaço, não tem sala para todo mundo”, justificou o senador do PSDB ao jornal O Globo. À publicação, Serra explicou que Margrit está ajudando-o em um projeto na área da educação, e que a relação que ele possui com a servidora é antiga no âmbito pessoal.
“Ainda é um projeto sigiloso, peço que você não adiante o que é. Lançarei em breve. Queria alguém que me ajudasse em questões não econômicas. Conheço a Mag há muitos anos. Tenho relações pessoais e intelectuais”, completou o senador. Questionados pelo jornal do Rio, 10 dos 15 servidores do gabinete de Serra disseram desconhecer Margrit.
A irmã de Mirian Dutra, que nesta semana apontou que uma empresa com sede nas Ilhas Cayman teria sido usada pelo ex-presidente FHC para mandar recursos financeiros a ela e ao filho no exterior, integra o gabinete de Serra desde março de 2015, após ter sido demitida pelo senador Álvaro Dias (PV-PR), à época parlamentar do PSDB.
Margrit ainda atuou nos gabinetes do ex-senador Arthur Virgílio (PSDB), hoje prefeito de Manaus (AM), e da senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), outra ex-PSDB. Em comum em todos os casos, ao longo de 15 anos de serviços prestados ao Senado, está o fato da liderança tucana no bloco de oposição ao PT repassá-la aos gabinetes dos parlamentares.
Conforme mostram imagens postadas por Margrit em sua página no Facebook, ela está em viagem ao Caribe ao lado da família. Ao Globo, ela informou apenas estar viajando “por banco de horas”.
‘Já disse o que queria dizer’
Em postagem em suas redes sociais, Mirian Dutra afirmou ter ficado “surpresa” com a repercussão de suas entrevistas a respeito de um “fato que não era novo”, em referência ao seu relacionamento com FHC. “Confesso que nunca achei que esta história tomasse esta dimensão”, escreveu a jornalista, que emendou dizendo que só falou agora, passados tantos anos, por conta do fim do seu vínculo de 32 anos com a Rede Globo.
“Não achava correto, ético. Em dezembro fui dispensada da Globo. Achei que estava agora livre para contar minhas memórias”, completou Mirian, que agora destacou que quer “fechar o passado” para recomeçar a sua vida “com outros trabalhos. “Eu já disse o que queria dizer (...). Preciso trabalhar!”.
Por fim, alfinetou os que possam estar incomodados com suas revelações. “Não vendo minha vida, e tampouco coloco pessoas em situações difíceis. Se elas se incomodam, devem ter motivos e isto não é meu problema”, avaliou, pedindo ainda que os seus críticos nas redes sociais “busquem funções, como limpar o Brasil do Aedes (aegypti) e castigar o governo pela falta de sanidade!”.

FHC admite ter firmado contrato com Brasif
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nessa quinta-feira (18) existir um contrato feito "há mais de 13 anos" com a Brasif S.A. Exportação e Importação, empresa que, segundo a jornalista Mirian Dutra, foi usada para repassar uma mesada de US$ 3.000 a ela entre dezembro de 2002 e dezembro de 2006. O tucano, no entanto, disse não ter condições de se manifestar sobre os detalhes até que a empresa preste esclarecimentos sobre o assunto.
Mirian afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que um contrato fictício de trabalho com a Brasif era usado para repassar a mesada. A empresa foi concessionária das lojas duty free nos aeroportos brasileiros nos anos 1990 e atualmente atua em diversos segmentos. "Desconheço detalhes da vida profissional de Mirian Dutra. Com referência à empresa citada no noticiário de hoje (ontem), trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários", disse o ex-presidente.
Fernando Henrique afirmou que os recursos destinados à jornalista "provieram de rendas legítimas" do seu trabalho. "Depositadas em contas legais e declaradas ao IR, mantidas no Banco do Brasil em NY/ Miami ou no Novo Banco, Madri, quando não em bancos no Brasil." Segundo Mirian, que na ocasião era funcionária da Rede Globo, o contrato previa que ela fizesse análise de mercado em lojas convencionais e de duty free. Mirian admitiu ao jornal, porém, que nunca esteve em uma loja para trabalhar. De acordo com ela, o contrato era um meio para receber dinheiro de FHC e ajudar a sustentar o filho dela, Tomás Dutra.
Em sua nota, o ex-presidente também diz que sempre ajudou Tomás Dutra Schmidt, apesar de os testes de DNA não terem reconhecido sua paternidade. "Sempre me dispus a fazer qualquer outro teste que os interessados julgassem conveniente. A despeito disso, procurei manter as mesmas relações afetivas e materiais com o Tomás." O ex-presidente também relata que continuou a pagar a matrícula e sustento de Tomás em uma "prestigiada universidade americana". "Da mesma forma, doei mais recentemente um apartamento a ele em Barcelona, bem como alguns recursos para fazer os estudos de mestrado e, quando possível, atendo-o nas necessidades afetivas". Ao jornal, o ex-presidente havia negado ter enviado dinheiro para Mirian Dutra por meio da empresa.
Na sua entrevista, Mirian afirmou que começou a receber a ajuda financeira em 2002, quando seu contrato com a Globo foi alterado e sua remuneração diminuída. A emissora disse no comunicado que revisou o contrato da "remuneradora" em 2004, não em 2002, "tudo segundo a lei vigente no país em que trabalhava (Espanha)". A jornalista havia tratado da relação com FHC também em entrevista à edição deste mês da revista BrazilcomZ, publicada na Espanha.
Procurada, a empresa Brasif não se manifestou até a conclusão desta edição. Por meio de nota, a Rede Globo informou que "jamais foi avisada" pela jornalista de supostos contratos fictícios que a profissional teria firmado com Brasif.
(Com Estadão Conteúdo)
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