29 de set. de 2016

Impeachment foi 'tropeço da democracia', diz Lewandowski, do STF. Editor - a fim de que o povo brasileiro mantém o Judiciário mais caro do mundo, com imensos pinduricalhos, verdadeiros marajás do serviço público. Demite essa gente toda e cria, os tribunais de fuzilamento e assumem essa ditadura de fato.




Impeachment foi 'tropeço da democracia', diz Lewandowski

Declaração foi feito durante aula na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde o ministro leciona
por Lilian Primi, da Caros Amigos publicado 29/09/2016 09:44, última modificação 29/09/2016 10:14
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Lewandowski
Como presidente do STF, Lewandowski comandou a tramitação final do impeachment no Senado
Caros Amigos – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, terminou sua aula de segunda-feira (26), na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, lamentando o processo de impeachment, que definiu como "um tropeço na democracia" brasileira (ouça ao fim do texto). E emendou lembrando que no Brasil isso ocorre em ciclos de 25, 30 anos, deixando uma esperança: "Quem sabe vocês jovens consigam mudar o rumo da história".
O ministro foi quem presidiu a sessão do julgamento final do impeachment, em agosto, quando Dilma Rousseff foi retirada da Presidência definitivamente em votação no Senado.
Nos trinta minutos finais da aula, o ministro falava sobre a democracia representativa desde a sua origem, usando fatos e características da política brasileira para ilustrar os conceitos que procurava ensinar. Explicou que em uma democracia, o cidadão elege um político baseado na proposta do partido, que pode expulsá-lo caso abandone essa proposta depois de eleito. E ressalvou, em seguida, que no caso brasileiro, onde os partidos não têm propostas, as negociações "são feitas add doc", a cada projeto e por meio de trocas das mais variadas espécies e alianças. A reportagem da Caros Amigos acompanhava a aula para tentar, no final, marcar uma entrevista com o ministro. Ele declinou da entrevista, argumentando que não seria conveniente no momento.
Leia abaixo trechos da aula:
"Reforma do ensino médio por medida provisória? Alguns iluminados se fecharam num gabinete e decidiram ‘Vamos tirar educação física, artes’... Nem projeto de lei foi. Não se consultou a população."
"O Estado democrático de direitos é aquele que amplia direitos, aquele que complementa a democracia representativa mediante a participação popular. Ocorre que entre nós a participação popular é muito limitada. Raramente houve um plebiscito, um referendo"
"A iniciativa legislativa tinha que ser facilitada, o número de assinaturas é praticamente impossível."
"Esse projeto generoso da Constituição de 1989 também não resolveu, não se operacionalizou. O presidencialismo de coalizão que saiu disso, com aumento de partidos políticos, até um erro do Supremo, que acabou com a cláusula de barreira, deu no que deu. Nesse impeachment que todos assistiram e devem ter a sua opinião sobre ele. Mas encerra exatamente um ciclo, daqueles aos quais eu me referia, a cada 25, 30 anos no Brasil, nós temos um tropeço na nossa democracia. Lamentável. Quem sabe vocês, jovens, conseguem mudar o rumo da história".
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