12 de mar. de 2017

Advogados que assinaram questão de ordem do PMDB em favor de Marcelo Miranda também representam a Delta em ações. - Editor - Entre eles Gustavo do Vale Rocha, nomeado para a Casa Civil da Presidencia da República, atual

DEFESA DO EX-GOVERNADOR

Advogados que assinaram questão de ordem do PMDB em favor de Marcelo Miranda também representam a Delta em ações



Gustavo do Vale Rocha e Renato Ramos atuam em processos em nome da construtora pivô do escândalo Cachoeira
Alessandra Sousa
Da Redação

Dois dos advogados que assinaram a questão de ordem do PMDB que solicitou uma reconsideração da decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou ineligível o ex-governador Marcelo Miranda (PMDB) na disputa pelo Senado em 2010, também são advogados da Delta Construções S.A., empresa pivô do escândalo que envolve políticos e empresários com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

A questão de Ordem apresentada pelo PMDB ocorreu por conta de um erro na publicação do Agravo de Instrumento 798.086, no Diário de Justiça do STF, sobre a decisão do TSE, que confirmou a cassação de Marcelo no Recurso Contra Expedição de Diploma (Rced) 698. A petição protocolada no dia 18 de março é assinada pelos advogados Gustavo do Vale Rocha, Renato Ramos e Ricardo Ayres.

Após pesquisas feitas pelo CT ao site do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi constatado que Gustavo e Renato também representam a Delta Construções em ações naquela Corte. Renato Oliveira, por exemplo, representa a Delta em recurso especial cujo a última movimentação aconteceu no dia 17 de abril deste ano. No caso de Gustavo, a última movimentação é do dia 30 de janeiro.

Confira dois fac-símiles que comprovam representações:





Clique aqui e confira questão de ordem do PMDB

Ligações perigosas
No dia 5 de março deste ano, a revista Época divulgou reportagem na qual Marcelo Miranda e o secretário das Relações Institucionais, Eduardo Siqueira Campos, são citados em conversas interceptadas pela Polícia Federal entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com o senador Demóstenes Torres (sem partido) e com o ex-diretor da Delta Construções Claudio Abreu. Cláudio Abreu foi preso no dia 25 de março em Goiânia.

Nesta quinta-feira, 3, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou que o ex-govenador Marcelo Miranda foi preparado para ser mais um braço da organização liderada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, no Senado. Conforme o jornal, gravações da Polícia Federal feitas durante a Operação Monte Carlo indicam que, ao lado de Demóstenes Torres (sem partido-GO), Marcelo atuaria em favor do interesses do contraventor e da Delta Construções.

Registros de conversas telefônicas feitos no dia 4 de maio de 2011, de acordo com o jornal, mostram Marcelo chamando Cachoeira de "chefe". O senador eleito diz que o contraventor pode contar com ele e ainda informa: "Tô aí pra somar". Um outro diálogo entre o contraventor e o então diretor da Delta Construções para o Centro-Oeste, Claudio Abreu, revela a euforia deles diante da possibilidade de Marcelo tomar posse no Senado.

Outro diálogo interceptado entre Cachoeira e o então diretor da Delta Construções para o Centro-Oeste, Claudio Abreu, revela a euforia deles diante da possibilidade de Marcelo tomar posse no Senado.

"Foi bom demais, né? Você ligou pra ele?", pergunta Cachoeira. "Não. O bom é que eu sei que ele vai ser procurador seu e meu, né?", afirma Abreu. "É bom demais. É um cara bom, viu? Coração bom", conclui Cachoeira. No mesmo dia, Cachoeira liga para Demóstenes para falar sobre Marcelo: "O Marcelo Miranda está louquinho para falar com você, para te agradecer. Liga pra ele aí", disse.

“Não passei de procurador nem para o meu pai [Brito Miranda, ex-secretário da Infraestrutura]. Dá a entender que eu seria um representante do Cachoeira lá dentro [no Senado]. Como vou fazer isso se nunca tive contato com o cidadão [Carlinhos Cachoeira]?. Não autorizei ninguém a falar por mim. Essa história está muito mal explicada. Não tive e não tenho contato com esse pessoal”, rechaçou Miranda.

Salas Delta
No dia 23 de abril, o CT encontrou as salas da Delta, em Palmas, que supostamente seriam do esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira. Ao lado das salas, fica o escritório de Marcelo Miranda e seu pai, Brito Miranda. Mesmo com a placa da Delta na porta do escritório, Miranda chegou a garantir que não sabia que as salas eram vizinhas.

O CT tentou contato com os dois advogados, mas não conseguiu.
http://www.clebertoledo.com.br/politica/2012/05/03/43386-advogados-que-assinaram-questao-de-ordem-do-pmdb-em-favor-de-marcelo-miranda-tambem-representam-a-de
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