2 de mar. de 2017

HERANÇA Familiocracia continua forte na política de Mato Grosso. - Editor - Infelizmente, isso virou uma praga no país inteiro, por falta de politização,falta de participação partidária, engrenagens corruptas de financiamentos, falta de financiamento público, engessamento dos partidos, com prioritização de nomes populares e ou com inserção na midia e até mesmo a indicação de candidatos sem qualquer lastro eleitoral, somente para estar dentro das normas eleitorais. DEMOCRACIA ELEITORAL, DESTRAVARÁ O BRASIL E ENXUGARÁ A CORRUPÇÃO ENORMEMENTE.


Domingo, 07 de Setembro de 2014, 14h33
HERANÇA
Familiocracia continua forte na política de Mato Grosso

Diário de Cuiabá 

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A Familiocracia na política em Mato Grosso vem sendo carregada desde o início do século passado. Uma das mais antigas ainda na ativa é a família Campos, que iniciou com coronel Luisinho e há mais de 100 anos disputa cargos eletivos no Estado. Apesar da desistência de Jayme Campos (DEM) na briga pela reeleição no Senado e da aposentadoria do deputado federal Júlio Campos (DEM), o filho dele, Júlio Neto, é quem recebeu a missão de dar continuidade a este legado familiar.
Candidato a deputado estadual, Júlio Neto mesmo tendo crescido no meio da política diz que inicialmente tinha uma visão errada e via como um ambiente negativo e que políticos eram pessoas que queriam se dar bem na vida. Somente quando o pai deixou o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado para disputar a prefeitura de Várzea Grande em 2008 é que foi despertado nele o desejo de entrar para a política. Ele me mostrou o lado positivo da política, de podermos melhorar a vida das pessoas e modificou minha mente, conta Neto, que disputou eleição para vereador em 2012, sem êxito. Neto diz que a pressão é grande por conta do tempo em que a família está na política e há muita cobrança. Mas ele nega que haja rejeição.
Na disputa eleitoral deste ano ainda há vários outros exemplos de familiocracia. Um deles é da família Riva. O deputado José Riva desistiu de tentar a reeleição para concorrer ao governo do Estado, mas tenta eleger a filha, Janaina Riva (PSD), para manter o legado. Além disso, a esposa dele, Janete Riva, também já concorreu como vice-governadora de Antero Paes de Barros em 2002. Já o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) tenta a reeleição e a sua esposa, Teté Bezerra, é candidata a vice-governadora na chapa do petista Lúdio Cabral.
Já o vereador Leonardo Oliveira (PTB), sobrinho de Dante de Oliveira (PSDB), é outro que busca dentro da familiocracia agora um mandato para deputado estadual. A esposa de Dante, Thelma de Oliveira, também já foi deputada federal. Outros que disputam o pleito deste ano são o filho do ex-prefeito de Cuiabá Chico Galindo, Galindo Filho (PTB); o vereador de Rondonópolis, Ibrahim Zaher, irmão de Valtenir Pereira, Valdenir Pereira (Pros), e Fábio Garcia (PSB), neto de Garcia Neto, são alguns dos exemplos que seguem seus familiares.
Outro exemplo de familiocracia é em Barra do Garças, que desde a década de 70 tem a família Farias em algum cargo eletivo no Araguaia. Wilmar Peres de Farias foi quem começou esta tradição quando foi eleito vereador em 1972, mas acabou sendo preso na época da ditadura. Militante do MDB na luta contra o período militar, Wilmar elegeu prefeito em 1982 como o mais votado.
Wilmar apostou as fichas no sobrinho Wanderlei Farias (PR), que foi eleito três vezes prefeito, mas desde o primeiro mandato do republicano a família ‘rachou’ e hoje o atual prefeito, Beto Farias (PSD), filho de Wilmar, disputou contra a prima, Andréia Farias, que teve apoio de Wanderlei. Em entrevista ao Diário, Beto contou a trajetória do pai, que também foi governador e diz que entrou para a política por querer levar adiante os ideais do progenitor.
Questionado sobre qual mensagem Wilmar deixou para ele, o prefeito diz que está realizando o último sonho dele, que era de fazer um governo pensando na qualidade de vida da população. A familiocracia nem sempre vem com a sucessão pelos filhos, ela pode ser por esposas, sobrinhos, primos e até irmãos. É o caso do deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), que busca a reeleição. Ele sucedeu o irmão Dilceu Dal Bosco, que desistiu de tentar a reeleição em 2010 para concorrer ao cargo de vice-governador ao lado de Wilson Santos (PSDB).
Dilmar conta que apesar de participar de campanha e da política desde 94 nunca cogitou a possibilidade de disputar um cargo eletivo. Em 2010 ele estava coordenando a campanha do irmão, quando houve a mudança no projeto. Na época, conta que até pensou em se afastar e voltar a administrar as empresas, porém o grupo político o procurou e pediu que ele assumisse a vaga de Dilceu.
Questionado sobre a pressão de substituir o irmão, Dilmar diz que sempre procurou não se comparar e nunca quis ser nem melhor e nem pior. \"É sempre uma grande responsabilidade, porque meu irmão fez um grande mandato, mas eu segui meu mandato sem comparações, trabalhei dentro da minha linha de atuação e com as coisas em que acredito, dentro da minha coerência\", afirmou.
Em nível nacional, Aécio Neves tenta seguir os passos do avô Tancredo Neves; Luciana Genro, que é filha do ex-ministro Tarso Genro, também está na disputa presidencial; Eduardo Campos, que faleceu em acidente de avião, também buscava seguir o avô Miguel Arraes de Alencar. Antônio Carlos Magalhães Neto segue também a tradição da família. Assim como Roseane Sarney entrou para política acompanhando o pai José Sarney.
DIMINUIÇÃO
A familiocracia na política é criticada por analistas políticos, mas estes também avaliam que este fenômeno tem diminuído nos últimos anos e a própria população tende a rejeitar esta continuidade no poder. Para o professor João Edisom de Souza, esta “relação sequencial não se dá por qualificação ou aptidão, mas apenas para manter o poder”.
Edisom destaca o problema de esposas bancadas apenas para dar continuidade a um mandato. Ele diz não se lembrar de nenhuma que teve destaque na política. Entre os exemplos, Iraci França, Teté Bezerra, Celcita Pinheiro e Thelma de Oliveira como algumas das que ocuparam cargos, mas realizaram mandatos apagados. Destas, apenas Teté está na disputa este ano para vice-governadora ao lado de Lúdio Cabral.
Com relação ao ingresso de filhos na política, ele alega não ver problema e destaca alguns nomes que foram bem-sucedidos como Túlio Fontes, em Cáceres, Beto Farias em Barra do Garças.
Num contexto mais histórico, Alfredo da Mota Menezes destaca que isto já foi mais tradicional em Mato Grosso, mas houve uma redução. “Isto é positivo, pois abre espaço para outras pessoas e não é só família fazendo campanha para todo mundo”. Para ele, antigamente existia uma dependência maior da população ao chamado “coronel político”. Hoje a população tem rejeitado mais isso. Sobre o sentimento de rejeição à classe política por parte da população, Alfredo diz que uma pesquisa da DataFolha, de dois meses atrás, mostra que 57% do brasileiro não votaria se o voto não fosse obrigatório. “É um percentual muito alto que mostra rejeição à classe política. Passa de 70% a rejeição aos partidos políticos”. 

Fonte: FOLHAMAX
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