16 de mar. de 2017

Membros do Ministério Público lançam Coletivo com visão mais humanista e crítica

Membros do Ministério Público lançam Coletivo com visão mais humanista e crítica
Quinta-feira, 16 de março de 2017

Membros do Ministério Público lançam Coletivo com visão mais humanista e crítica


Foto: Divulgação/Coletivo Transforma MP/da esquerda para direita: Juarez Tavares, Rubens Casara e Afrânio Silva Jardim
Quando polícia e Ministério Público estão do mesmo lado acaba o Estado. Vamos recorrer a quem? É isso que está acontecendo.” Quem demonstra a preocupação é o professor de direito processual penal da UERJ, Afrânio Silva Jardim, e membro aposentado do MP, um dos membros do coletivo “Transforma MP“, lançado sábado (11), no Rio de Janeiro.
Com o objetivo de promover um olhar crítico e humanista sobre a atuação da instituição, que tem se tornado cada vez mais representativa de posições políticas reacionárias e punitivistas, bem como para buscar uma aproximação de entidades representativas da sociedade, o Coletivo reúne representantes de movimentos sociais e juristas como Juarez Tavares e Geraldo Prado, além de outros procuradores de Justiça, da República e do Trabalho.
Na ocasião oficial de lançamento, foi discutido o avanço conservador sobre direitos fundamentais no Brasil. O juiz de direito e colunista no Justificando, Rubens Casara, membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD), o coletivo nasce a partir de uma causa indesejada. “Infelizmente, é necessário que haja esse movimento. Eu lamento que hoje, quase três décadas depois da Constituição, ainda seja preciso criar um Coletivo com o nome de Transforma MP para reafirmar os princípios estabelecidos com o surgimento do Ministério Público“, diz. 

Lançamento do Coletivo no Rio de Janeiro com a coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Julita Lemgruber.
Para Samuel Lourenço, da ONG “Eu sou Eu – o reflexo da vida na prisão”, que atua com egressos do sistema prisional, ressaltou a importância da criação do coletivo. “É muito bom que exista um espaço como este, que busque uma aproximação com ONGs como a nossa, porque somos acostumados a um tratamento intimidador por parte do judiciário, da polícia. Um lugar onde nos ouvem em vez de mandarem olharmos para o chão e ficarmos calados nos traz esperança“, comentou. 
Também falaram como convidados André Augusto Bezerra e André Tredinnick, da AJD, Eudes Souza, da ONG Eu sou Eu, a representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Priscila Viana, os representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Lidienne Soares e Luiz Otavio, a integrante da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (RENAP) Fernanda Maria, além de Monica Cunha, fundadora do Movimento Moleque, que apoia familiares de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas.
Compareceram no evento ainda: Luiz Eduardo Soares, Antropólogo, cientista político, colunista do Justificando e Professor da UERJ; do Delegado da Polícia Civil, Orlando Zaccone, que falou em nome do Movimento LEAP-Brasil – Agentes da Lei Contra a Proibição, da Defensora Pública do Rio de Janeiro, Rosane Lavigne, do Deputado Federal Wadih Damous e da socióloga e pesquisadora Julita Lemgruber.
No início deste mês, o coletivo publicou uma nota de repúdio à punição dada a desembargadora Kenarik Boujikian pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP). Em fevereiro, os membros também elaboraram um documento, encaminhado a cada um dos senadores, pedindo a rejeição de Alexandre de Moraes para o cargo de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF). 
http://justificando.cartacapital.com.br/2017/03/16/membros-do-ministerio-publico-lancam-coletivo-com-visao-mais-humanista-e-critica/
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