17 de jun. de 2017

CONVERGÊNCIA DIVERGENTE TV ABERTA NA CONTRAMÃO GLOBAL. Lembrete- Basta lembrar que o ministro das Comunicações que mais tempo esteve no cargo neste período foi um ex-correspondente internacional sem pudores de afirmar: “Tudo que eu tenho, devo à Globo“.


CONVERGÊNCIA DIVERGENTE


TV ABERTA NA CONTRAMÃO GLOBAL

Quando uma pessoa se comporta de forma oposta aos padrões esperados, é comum dizer que esta pessoa é ‘do contra’. No caso da televisão brasileira, pode-se dizer que ela vem se portando como alguém ‘do contra’ em relação às previsões tanto mercadológicas como acadêmicas. Quando se dizia que as televisões latinoamericanas sofriam dependência do imperialismo norteamericano, a Rede Globo e a Televisa se tornaram exportadoras de programação para os países de primeiro mundo. Quando se dizia que a redemocratização no Brasil traria consigo a democratização dos meios de comunicação, assistimos a sucessivos governos que utilizaram as outorgas de rádio e televisão como moeda política. Quando se dizia que governos progressistas teriam como pauta importante as revisões nas legislações das comunicações, no Brasil, nos governos Lula e Dilma esta pauta foi completamente marginal. Muitos cuidados para evitar conflitos. Basta lembrar que o ministro das Comunicações que mais tempo esteve no cargo neste período foi um ex-correspondente internacional sem pudores de afirmar: “Tudo que eu tenho, devo à Globo“.

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Em 2016, as novas apostas são Video on Demand e Over The Top. No Brasil, uma pergunta central que se apresenta é: porque estes movimentos convergentes se reproduzem de forma tão tímida? A análise em detalhe da história das políticas dos meios de comunicação no país combinada à sua estrutura de propriedade pode nos dar algumas respostas e apontar a centralidade da TV aberta no setor audiovisual e na vida política nacional como condições estruturantes do contexto nacional pós-ditatorial.

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O LIVRO CONVERGÊNCIA DIVERGENTE: TV ABERTA NA CONTRAMÃO GLOBAL

A pesquisa que resultou no livro que agora publicamos foi apresentada em uma tese de doutorado, defendida em 2004, e seu banco de dados foi atualizado pela última vez em dezembro de 2005. Apesar de ser uma pesquisa da década passada, este registro pontual da fase inicial do cenário da convergência no Brasil ainda tem seus traços de atualidade. Se no setor de telecomunicações e no conteúdo, em especial no que diz respeito às redes sociais e ao streaming, muitas coisas mudaram de 2005 pra cá, na estrutura de propriedade da televisão aberta brasileira, foco central desta pesquisa, temos pouca alteração.
Em 2005, a tese que agora se publica ganhou o Prêmio Intercom de melhor tese de doutorado brasileira. Apesar do estímulo, na época considerei que não faria sentido publicar esta tese em livro sem publicar o banco de dados para ela originado. Considerava que o esforço empírico desta pesquisa, inédita no cenário nacional, era de maior valor para quem se interessa pelo tema das políticas de comunicação. Naquela época, os custos necessários para a transposição de um grande banco de dados para uma plataforma online eram proibitivos. Assim, alguns trechos deste trabalho foram publicados em revistas da área, mas a íntegra da tese permaneceu inédita.
Neste momento que estamos publicando os primeiros resultados da pesquisa neste espaço, consideramos que os resultados daquela pesquisa finalizada em 2006 – livro e banco de dados – têm possibilidade de contribuir para o debate e o estudo comparativo sobre as políticas de comunicação nacionais.

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BANCO DE DADOS: SERVIÇOS DE TV NO BRASIL

As planilhas aqui disponíveis englobam 10.491 outorgas de televisão, distribuídas entre os seis tipos de serviços oferecidos no Brasil: Radiodifusão de Sons e Imagens – geradoras, Especial de Retransmissão de TV – RTV, Especial de Televisão por Assinatura – TVA, TV a Cabo, Distribuição de Sinais de TV/Áudio por Assinatura via Satélite – DTH, Especial de Distribuição de Sinais Multiponto/Multicanal – MMDS. Como, na época, o SISCOM apresentava apenas o tipo das outorgas, sua localidade geográfica e a razão social das entidades, foi necessário cruzar estas informações com outras. Ainda no espectro da Anatel, outros dois sistemas foram adotados: o SATVA – Acompanhamento das Obrigações de Prestadoras de TVA; e o SIACO – Sistema de Acompanhamento de Controle de Cotas, que fornece as informações sobre as composições acionárias. Estes dois sistemas, no entanto, se apresentavam restritos às telecomunicações e, no que diz respeito a este trabalho, à televisão por assinatura.
Para observar as questões de propriedade referentes à televisão aberta, foram adotadas as listagens fornecidas pelo Ministério da Comunicação, em 2003, um documento em formato PDF que indicava os nomes dos acionistas das geradoras de radiodifusão. E, a partir deste volume de dados, foi realizada uma extensa busca na Internet e nos dados oficiais das redes de televisão, das associações do setor e em matérias de revistas especializadas e dos jornais de circulação nacional e regional disponíveis cruzando as informações oficiais com informações de mercado. Em alguns casos, fizemos contato telefônico com as emissoras. Com este cruzamento de dados, se torna possível ter uma ideia mais ampla não apenas da evolução da estrutura de propriedade da televisão brasileira como, também, das variações nos quadros de afiliação e associação entre os distintos atores que compõem este cenário.
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http://www.coronelismoeletronico.com.br/dados-da-tv/convergencia-divergente/
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