1 de jun. de 2017

Diário do Hoje em Dia, um jornal enrolado. Por Miguel Enríquez. -Editor- é a falencia, mas da moral, da ética, dos princípios e essa corja pos a DEMOCRACIA E O POVO na falencia. DIRETAS JÁ



Diário do Hoje em Dia, um jornal enrolado. Por Miguel Enríquez

 
Sede do Hoje em Dia ocupada em BH
Um grupo de cerca de 200 ex-funcionários do jornal Hoje em Dia, ocupou, nesta quinta-feira, 1, a antiga sede da publicação, na Rua Padre Rolim, em Belo Horizonte. Demitidos em fevereiro do ano passado, os ex-funcionários afirmam ainda não ter recebido seus direitos trabalhistas, além do salário do último mês no emprego.
Na época,  praticamente falida, a Ediminas, proprietária do jornal, foi vendida a um grupo de empresários, do qual faria parte o ex-prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz.
Atualmente abandonado e em péssimo estado de conservação, o  prédio foi citado na delação de Joesley Batista, da JBS, sobre suas ligações perigosas com o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Segundo Joesley, a JBS adquiriu em novembro de 2015 o imóvel, como forma de esquentar uma operação de repasse ilegal de recursos para o pagamento de dívidas de campanha pelo enrolado senador, mais conhecido como “mineirinho” pela turma da Lava Jato. O valor da compra, efetuada pela J&F, holding que controla a JBS, foi de R$ 17.354.824.
Desse total, R$ 14 milhões foram pagos à Ediminas – o restante teria sido embolsado pelo senador. Em sua delação, o empresário afirmou que o próprio Aécio indicou a aquisição do “predinho”, que estava visivelmente superfaturado e no qual a JBS não tinha o menor interesse. “Não estávamos atrás de comprar um prédio em Belo Horizonte”, afirmou aos procuradores.
O ex-prefeito de Montes Carlos, Ruy Muniz
Pelo lado editorial, a exemplo da maior parte da imprensa mineira, o pasquim se notabilizou pelo engajamento total no apoio ao tucano Aécio Neves.
Um dos pontos altos do anti-jornalismo praticado pelos editores do Hoje em Dia foi a manipulação de uma pesquisa eleitoral, produzida pelo instituto Veritá, que apontava uma vantagem de 14 pontos de Aécio sobre Dilma, às vésperas do segundo turno.
Conforme denunciaram o proprietário do instituto, Adriano Silvoni, e o responsável pela pesquisa, Leonardo de Assis, a pesquisa havia sido feita com dados de todo o país, o que impossibilitava a utilização dos dados em separado por Estado. Desnecessário dizer que os números falseados foram utilizados pela campanha do tucano na TV como se fossem verdadeiros, comprometendo, inclusive a credibilidade do Véritas.
Como apurou a Lava Jato, o engajamento do Hoje em Di, foi devidamente recompensado, não apenas pela contribuição da JBS. Segundo os peritos da Polícia Federal, a Ediminas Editora Gráfica, dona do jornal, foi contemplada, entre outros, com um repassse direto  não declarado de R$ 2,5 milhões, efetuado pela construtora Andrade Gutierrez, uma das principais financiadoras da campanha de Aécio.
No entanto, o apoio incondicional do Hoje em Dia a Aécio acabou sendo de pouco valia, tanto para o candidato, quanto para a Ediminas. Com 5.428.821 votos, Aécio foi fragorosamente derrotado por Dilma Roussef, que obteve 5.979.422 votos.
Humilhação suprema, no Estado que governou por dois mandatos obteve apenas 47,59% dos sufrágios, abaixo dos 48,36% de sua média nacional. Além disso, seu candidato Pimenta da Veiga ficou a 11 pontos percentuais do governador eleito, o petista Fernando Pimentel (53% contra 42%).
Por outro lado, as maracutaias praticadas em seu departamento comercial e na redação de seu jornal não impediram que a Ediminas entrasse em estado falimentar. Em fevereiro de 2016, o Hoje em Dia foi passado adiante a um grupo encabeçado pelo empresário Ruy Muniz, à época prefeito do município de Montes Claros.
Sim, ele mesmo. Trata-se do mesmíssimo prefeito mineiro homenageado como um exemplo de probidade a ser seguido por sua mulher, a deputada federal Raquel Muniz (PDS-MG), ao votar sim pela abertura do processo de cassação da presidente Dilma Rousseff. “Meu voto é pra dizer que o Brasil tem jeito, e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com a sua gestão”, afirmou a caricata Raquel, dando pulinhos de satisfação na dantesca sessão da Câmara na tarde daquele domingo, 17 de abril.
O mito durou menos de 24 horas. No dia seguinte, dois meses depois de assumir o controle do Hoje em Dia seu marido, eleito pelo PSB, foi preso pela PF, acusado de crimes de estelionato, prevaricação, falsidade ideológica, entre outros. Candidato à reeleição, em 2016, foi derrotado nas urnas pelos eleitores de Montes Claros.
Em resumo: o Hoje em Dia, fundado em 1988 pelo ex-governador Newton Cardoso, que até a ascensão de Aécio Neves notabilizou-se como um “primus inter pares” da corrupção na política  mineira, está em boas mãos. Seguramente, não fugirá à sua tradição.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/diario-do-hoje-em-dia-um-jornal-enrolado-por-miguel-enriquez/
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