4 de jun. de 2017

Segundo grande ato de artistas por Diretas Já reúne 100 mil em São Paulo


DEMOCRACIA

Segundo grande ato de artistas por Diretas Já reúne 100 mil em São Paulo

Há uma semana, o Rio de Janeiro realizava sua manifestação; o ato paulista contou com Mano Brown, Tulipa Ruiz e Criolo

Brasil de Fato | São Paulo (SP)
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A manifestação na capital paulista ocorreu no Largo da Batata, zona oeste; entre os músicos que se apresentaram estava o cantor Criolo / Coletivo Diretas Já
Por “Diretas Já”, jovens, crianças e idosos fizeram parte do público de mais de 100 mil pessoas que acompanharam a série de shows pela democracia neste domingo (4), em São Paulo (SP). Por quase oito horas, dezenas de artistas subiram ao palco para passar mensagens em defesa da democracia, pelo “Fora, Temer” e por eleições diretas. A manifestação na capital paulista ocorre uma semana após um grande ato de mesmo tipo no Rio de Janeiro (RJ), que contou com 150 mil pessoas.
Entre eles, o rapper Emicida, que, enquanto cantava suas músicas, mandou o recado: “A base desse sistema somos nós, vamos nos mover para acabar com esse sistema. (…) Não só aqui onde a bala é de borracha, mas também na beirada, onde a bala é de verdade; é importante se mover. (…) União e consciência, sempre”.
No palco montado no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista, se apresentaram blocos de carnaval – como o Acadêmicos do Baixo Augusta e o Arrastão dos Blocos – e cantores dos mais variados estilos. Chico César, Maria Gadu, Paulo Miklos, Edgard Scandurra, Pitty, Otto e Criolo foram alguns deles.
O momento político em que vivemos e a necessidade de profundas transformações foi a mensagem que o ator, compositor e dramaturgo Gera Camilo passou para a reportagem, durante o evento. 
“Esse momento é um momento incrível nas nossas vidas, porque não é só um momento de luta por direitos, mas de transformação, de revigorar as nossas posições. É uma grande revolução. É muito importante que a gente vote, a democracia é fundamental. É a partir desta democracia e do direito ao voto que a gente vai fazer a reforma política, mexer com esse sistema machista, homofóbico, misógino”, apontou.
Já a cantora Tulipa Ruiz ressaltou que a luta nas ruas e de forma organizada pode fazer a diferença para a batalha por eleições diretas. “É completamente fundamental nossa organização da classe artística e nas ruas também, enquanto cidadãos a favor dos nossos direitos. Todo mundo está aqui hoje porque ninguém quer retrocessos. Então, não aos retrocessos, por Diretas Já”, defendeu.
O “governo golpista e ilegítimo” de Michel Temer foi denunciado também pela cantora da banda As Baianas e a Cozinha Mineira, Raquel Virgínia: “Esse ato é para a gente recuperar o nosso status democrático e não deixar que os golpistas mantenham seu projeto dentro do nosso país, da nossa República”.
O sambista Péricles, que também se apresentou na manifestação, destacou a participação política da população. “Eu acredito na mudança, eu acredito que a gente tem que se ligar neste tipo de coisa. Acabou esse tempo da gente ficar alheio à política, ao que acontece; e a gente tem que tomar uma diretriz da existência da nossa própria vida”, avaliou.
O encerramento dos shows ficou por conta de Mano Brown, que à reportagem refletiu sobre o papel da música no debate político: “O artista tem acesso ao povo, em momentos diferentes do que o político. Muitas vezes o artista comunica muito mais do que o próprio político, através das suas músicas. A classe artística há muito tempo está envolvida com as questões políticas”.
Movimentos e partidos
O ato político cultural também contou com a presença de representantes de movimentos populares e partidos políticos, como os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP), Ivan Valente (PSOL-SP) e Luiza Erundina (Rede-SP).
Na opinião do coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos, "para barrar as reformas é só com [eleições] diretas. Além de necessária e legítima, as diretas já são possíveis. Não acreditamos neste Congresso, mas acreditamos no nosso poder, na nossa capacidade de mobilização”.
Por sua vez, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, "a luta pelas Diretas tem que ser de todos, dos movimentos sociais, dos artistas, dos partidos. A luta é grande, mas vamos derrotar o Temer e conquistar as eleições diretas”.
Outras cidades
O ato político e cultural por Diretas Já deste domingo em São Paulo ocorre uma semana após uma manifestação de mesmo caráter no Rio de Janeiro, há uma semana. Novos protestos estão marcados para Recife (PE) e Porto Alegre (RS), no próximo dia 11, além de outras capitais nas próximas semanas.
*A reportagem participou de uma articulação de mídias alternativas e populares pelas Diretas Já, que enviou as entrevistas, áudios e fotos desta matéria.
Edição: Vivian Fernandes
https://www.brasildefato.com.br/2017/06/04/segundo-grande-ato-de-artistas-por-diretas-ja-reune-100-mil-em-sao-paulo/
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