2 de jul. de 2017

Conflito no mar da Bahia: pescadores artesanais fecham canal para denunciar os desmandos da Fíbria e pelo seu direito de pescar -Editor - a plantação de eucalipto, arrebenta toda a natureza e a empresa, ainda quer arrebentar os pescadores, que estão lá, desde tempos imemoráveis e ainda conservando a natureza. Esse pseudo desenvolvimento é nefasto

Conflito no mar da Bahia: pescadores artesanais fecham canal para denuciar os desmandos da Fíbria e pelo seu direito 

de pescar

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Neste momento os pescadores artesanais de Caravelas e região, fecham por total o Canal do Tomba em Caravelas, e interrompem à produção e embarque e desembarque da FIBRIA na região.
De acordo com pescadores no local o protesto e o bloqueio será por tempo indeterminado até que à empresa atenda as revindicações dos pescadores de Caravelas BA.
No ato contam com a presença de pescadores e lideranças de Caravelas, Nova Viçosa, Alcobaça e da Ahomar do RJ.

Conflito Pesca x Eucalipto

Os pescadores e pescadoras, marisqueiros e marisqueiras da Reserva Extrativista de Cassurubá, localizada nos municípios de Caravelas, Nova Viçosa e Alcobaça, estado da Bahia, decidiram fechar, por tempo indeterminado, o Canal do Tomba, em protesto contra a empresa de celulose Fibria S.A. A Fibria é a responsável pela dragagem deste canal, que tem por objetivo permitir a passagem das barcaças que transportam eucalipto para a sua indústria de celulose em Aracruz/ES. Tal dragagem promove graves impactos ambientais no território tradicional de pesca de aproximadamente 2.000 pescadores artesanais. O processo de dragagem e descarte dos sedimentos resulta em assoreamento do ambiente estuarino, carreamento de material lamoso às praias e recifes de corais, soterramento dos bancos camaroeiros, alteração na dinâmica hídrica estuarina e limitação às áreas tradicionais de pesca.
A Fibria Celulose S.A., por tal empreendimento, é obrigada a cumprir uma série de condicionantes determinadas pelo IBAMA, já que seus impactos ocorrem em Zona de Amortecimento de uma unidade de conservação federal. Dentre estas condicionantes o Programa de Apoio às Atividades Pesqueiras exige que a empresa financie projetos em caráter indenizatório às comunidades tradicionais da Resex de Cassurubá. No entanto, a empresa está se valendo de artimanhas sorrateiras, ao contratar uma empresa de consultoria, que ao invés de coordenar e orientar a execução dos projetos de maneira participativa, justa e isenta, promove a cooptação de falsas lideranças e associações de fachada, no intuito de dividir, enfraquecer e manipular a participação popular nos processos decisórios da Reserva Extrativista.
Os extrativistas da Resex de Cassurubá decidem assim enviar um forte sinal ao IBAMA, ICMBio e Fibria Celulose S.A. que não irão mais tolerar o cinismo de falsas lideranças comunitárias e associações de fachada, que valendo-se da convergência de interesses escusos com o maior poluidor do extremo sul da Bahia promovem o atrofiamento e a manutenção da vida já suficientemente dura e sofrida dos irmãos e irmãs do mar e manguezal deste mais belo encanto do Brasil e da Bahia.
Abaixo imagens do conflito em curso no Canal do Tomba
Assinado Movimento Autônomo dos Pescadores de Cassurubá
Contatos locais:
55 73  8882-4442
55 73  8820-5903
Histórico
O controle acionário da Aracruz é exercido pelos grupos Safra, Lorentzen e Votorantim, com participação acionária de 28% cada e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com participação de 12,5%. As ações preferenciais da Aracruz (56% do capital), são negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo (Bovespa), Madri (Latibex) e Nova York (NYSE).
A Aracruz é a única empresa do setor florestal no mundo a estar na lista de empresas do Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI World) 2007/2008, da Bolsa de Valores de Nova York, que destaca as melhores práticas em sustentabilidade corporativa no mundo. O indicador é composto por 318 empresas de 24 países no total, sendo sete delas brasileiras. O DJSI é composto por ações de companhias de sustentabilidade corporativa, ou seja, segundo os critérios daquela instituição, são empresas capazes de criar valor para os acionistas no longo prazo, por conseguirem aproveitar as oportunidades e gerenciar os riscos associados a fatores econômicos, ambientais e sociais.
Fusão
Em 1 de setembro de 2009 a empresa se fundiu com a VCP para formar a Fibria, empresa resultante da incorporação da Aracruz pela VCP, tornando-se líder global no mercado de celulose e receita líquida anual estimada em R$ 6 bilhões, considerando-se os resultados das empresas no período de 1 ano, até junho de 2009. A companhia,tem capacidade produtiva superior a 6 milhões de toneladas de celulose e papel por ano podendo chegar a 6,7 milhões de toneladas quando concluídos os projetos de expansão de ambas as empresas.
Acionistas
Fibria é o resultado da incorporação das ações da Aracruz Celulose pela Votorantim Celulose e Papel (VCP), por meio de sua holding, a Votorantim Industrial (VID).
A VID detém 20% das ações, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possui 30,9% de participação, a família Lorentzen possui 13,3% e outros 35,8% são ações no mercado.
Críticas à empresa
A Aracruz é acusada internacionalmente por ativistas de movimentos sociais e ambientalistas de ocupar terras de povos indígenas e quilombolas. No Espírito Santo, a empresa esteve em longo litígio com os índios tupiniquins e Guarani Mbyá devido à reivindicação das terras por parte dos índios.
Também é criticada pela poluição das águas e do ar e por supostamente causar poluição devido a dioxinas, material cancerígeno gerado pela produção de celulose, afetando as condições de sobrevivência de grupos tradicionais, como indígenas e quilombolas.
As grandes extensões de terras ocupadas pela empresa nos diversos estados brasileiros estariam colaborando com o êxodo rural e inchaço das favelas. Por outro lado, os fazendeiros, temendo invasões de grupos organizados representantes de movimentos sociais, como o MST, alienam suas propriedades às empresas de silvicultura, sejam nacionais (como Aracruz e Votorantim) ou multinacionais (Stora Enso). A Aracruz recebe incentivos fiscais dos governos e é acusada de gerar muito menos empregos que as atividades rurais convencionais, que deixam de existir após instaladas as monoculturas extensivas de árvores exóticas, chamadas desertos verdes. O crescimento rápido das espécies plantadas é acusado de exaurir os recursos hídricos e naturais do solo. Acusação dita como infundada, após mais de 30 anos de plantio com o solo ainda capaz de produzir normalmente.
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