8 de ago. de 2017

QUADRINHO É LITERATURA? - FLUXO DE CONSCIÊNCIA 9 - RICARDO COIMBRA E BRUNO MARON


QUADRINHO É LITERATURA? - FLUXO DE CONSCIÊNCIA 9 - RICARDO COIMBRA E BRUNO MARON

March 20, 2017 
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QUADRINHO É LITERATURA?

No novo episódio do FdC temos pela primeira vez a presença de dois cartunistas: o mineiro Ricardo Coimbra e o carioca Bruno Maron. Amigos desde que se encontraram em São Paulo há alguns anos, os cartunistas são conhecidos por um humor especialmente vitriólico e por um texto sofisticado, às vezes tão extenso que muitas vezes ultrapassa os limites dos balões e dos recordatórios. Um humor que mira em especial os comportamentos da dita classe média ilustrada e refinada, multiculturalista e envergonhada de seu passado preconceituoso, e que por conta disso acaba paradoxalmente criando novos e vexaminosos preconceitos. Ou seja, um humor que se pretende micropolítico – que procura as ninharias e as mesquinharias do poder. 
Bem-sucedidos na internet, os sites de Coimbra, Vida e Obra de Mim Mesmo (http://vidaeobrademimmesmo.blogspot.com.br/), e Maron, Dinâmica de Bruto (http://www.dinamicadebruto.wordpress.com/), tem milhares de acessos, fãs e haters, bem como suas páginas no Facebook.

Coimbra é autor de Vida de Prástico, antologia de tiras pela editora Gato Preto; já Maron publicou os livros Dinâmica de Bruno (Maria Nanquim) e Manual de Sobrevivência dos Tímidos (Lote 42). Juntos, criaram o zine Tragical Misery Tour e a revista Xula.

BLOCO 1
Coimbra e Maron começam falando sobre o deleite com a cascata de chorume das redes sociais, os limites entre o isentão e o adesista, a histeria política, as paixões identitárias e o moralismo brasileiro.

BLOCO 2
Os cartunistas elucubram sobre o patrulhamento e o niilismo, as intenções ocultas por trás de cada piada, a polarização esquerda x direita no humor, os ataques ao status quo, a fabulação e a ficção nas tiras, a apropriação cultural e o lugar de fala, bem como o segregacionismo da esquerda.

BLOCO 3
Felizes em viver uma época ridícula, os parceiros comediantes citam o meme como obra de arte que define nosso tempo, louvam Millôr Fernandes, defendem humor com molecagem e se metem em uma treta braba com as feministas.

BLOCO 4
Qualquer idiota tem direito a uma imagem institucional, dizem Coimbra e Maron, emendando raciocínios tortuosos sobre a liberdade do quadrinista enquanto cagam para o Prêmio Jabuti, admiram Reinaldo Moraes e Latuff e comentam sobre a treta entre Trump e as marchinhas de carnaval.

BLOCO 5
Humorista nunca pede desculpa, dizem, mesmo que sofra como o Charlie Hebdo. O humor é superestimado? Violência simbólica x violência concreta.

BLOCO 6
Maron e Coimbra falam sobre sua amizade, louvam o pintinho da Alexandra, armam intriga entre feminismo radical e feminismo fashion, falta de talento x a militância política, comentam sobre sua revista Xula, filosofia, publicidade e comunicação institucional, além de confessarem que sofrem muito e odeiam os disruptivos filhinhos de papai. 

BLOCO 7
Contrariando as expectativas, os cartunistas demonstram-se uns intelectuais empedernidos metidos a besta e citam, entre outros, Camus, Mencken, Bergson, Dostoiévski, Roth e Jorge Amado, bem como Olavo de Carvalho e Paulo Francis.
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