5 de mai. de 2018

PROSOPOGRAFIA FAMILIAR DA OPERAÇÃO "LAVA-JATO" E DO MINISTÉRIO TEMER1 Ricardo Costa de Oliveira2 José Marciano Monteiro3 Mônica Helena Harrich Silva Goulart4 Ana Crhistina Vanali5

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by RC de Oliveira - ‎2017
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PROSOPOGRAFIA FAMILIAR DA OPERAÇÃO "LAVA-JATO" E DO MINISTÉRIO
TEMER1 Ricardo Costa de Oliveira2 José Marciano Monteiro3 Mônica Helena Harrich Silva Goulart4 Ana Crhistina Vanali5
RESUMO: os autores apresentam a prosopografia dos principais operadores da "Lava-Jato" e a composição social,
política e familiar do primeiro Ministério do Governo de Michel Temer. Analisou-se as relações familiares, as conexões
entre estruturas de poder político, partidos políticos e estruturas de parentesco, formas de nepotismo, a reprodução
familiar dos principais atores. Pesquisou-se a lógica familiar, as genealogias, as práticas sociais, políticas e o ethos
familiar dentro das instituições políticas para entender de que maneira as origens sociais e familiares dos atores
burocráticos, jurídicos e políticos formam um certo "habitus de classe", certa mentalidade política, uma cultura
administrativa, uma visão social de mundo, padrões de carreiras e de atuações políticas relativamente homogêneos. As
origens sociais, a formação escolar, acadêmica, as práticas profissionais, os cargos estatais, os privilégios e os estilos de
vida, as ideologias e os valores políticos apresentam muitos elementos em comum nas biografias, e nas trajetórias
sociais e políticas desses atores.
Palavras-chave: Lava-Jato. Ministério Temer. Prosopografia.
FAMILY PROSOPHOGRAPHY OF THE "LAVA-JATO" OPERATION AND THE
MINISTRY TEMER
ABSTRACT: The authors present the prosopography of the main operators of the "Lava-Jet" and the social, political
and family composition of the first Ministry of Government of Michel Temer. Family relations, the connections
between structures of political power, political parties and kinship structures, forms of nepotism, and family
reproduction of the main actors were analyzed. Family logic, genealogies, social practices, politics and family ethos
within political institutions were investigated to understand how the social and family origins of bureaucratic, juridical
and political actors form a certain "class habitus", certain Political mentality, an administrative culture, a world view of
the world, relatively homogeneous career patterns and political actions. Social origins, scholastic training, academic,
professional practices, state offices, privileges and lifestyles, ideologies and political values present many elements in
common in the biographies, and in the social and political trajectories of these actors.
Keywords: Lava-Jet. Temer’s Ministry. Prosopography.
Enviado em 15/07/2017
Aprovado em 28/07/2017
1 Uma versão preliminar desse texto foi apresentada no 18º Congresso Brasileiro de Sociologia. Que Sociologia
azemos? Interfaces com contextos locais, nacionais e globais realizado de 26 a 29 de julho de 2017 no Centro de
Convenções Ulysses Guimarães, Brasília/DF.
2 Professor de Sociologia na Universidade Federal do Paraná.
3 Professor de Sociologia na Universidade Federal de Campina Grande-Paraíba.
4 Professora de Sociologia na Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
5 Doutora em Sociologia e membro do grupo de estudos CNPq NEP (Núcleo de Estudos Paranaenses da UFPR).
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Introdução O campo da justiça e o campo da política, assim como qualquer outro campo, se constituem a partir de processos de disputas. O campo da justiça no Brasil não pode ser compreendido sem a relação com o campo político. Assim, lançar o olhar analítico sobre a operação Lava-Jato e o Ministério Temer, permite situar, ainda que de forma introdutória, as posições que cada agente ocupa na operação e no ministério; e, mais que isso, permite observar as biografias e trajetórias, com especial destaque para a variável família, a origem social do agente e os espaços de formações pelas quais passaram. Este mapeamento, ainda que exploratório, nos possibilita pensar hipóteses que fortaleceram, ainda mais, a construção desta pesquisa, em curso, sobre a Operação Lava-Jato e o primeiro Ministério Temer. Mapear a que família, genealogia, rede social e política pertencem os operadores da operação Lava-Jato e os ministros do primeiro Ministério Temer, as profissões, os currículos e atuação política dos agentes, pais e familiares. Identificar a escolaridade/formação, lugar de formação, trajetórias da vida profissional, lugares que frequentam, círculos de sociabilidades, padrões de matrimônios, cultura política, dentre outros elementos, permitem compreender a constituição das matrizes de percepções e valores, as formas pelas quais estes agentes classificam o mundo e que, muitas vezes, orientam suas escolhas e decisões. Os valores construídos desde a infância e reforçados nos espaços escolares, nos espaços de sociabilidades, em que frequentam também se transformam em objetos valiosos de análises para a compreensão de grupos seletos de indivíduos e sua relação com a condição de classe na qual ocupam posições no espaço da estrutura social. Permite-nos, portanto, problematizar no sentido de nos perguntarmos: até que ponto os agentes da operação Lava-Jato e do Ministério Temer operam a partir dos valores e percepções materializadas, incorporadas (muitas vezes inconscientes) e orientadas pela classe a qual pertencem? Quais as matrizes de percepções destes agentes, observando a condição e a posição de classe que ocupam na estrutura social? Quais suas trajetórias e em que espaços foram formados? Não se pode compreender, portanto, a “elite da Lava-Jato” sem compreender a rede de relações sociais, profissionais, políticas e ideológicas que constituem estes agentes. Tais agentes não podem ser compreendidos dissociados de suas trajetórias e das trajetórias de seus familiares. Assim como não podem ser analisados de forma isolada, como indivíduos abstratos, que agem de acordo com o que “diz a lei”. São indivíduos concretos que possuem intenções e interesses em suas
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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 (PUC’s) e as Universidades Federais e Estaduais da década de 60. Ao lançarmos o olhar sobre a “elite” responsável pela operação Lava-Jato, veremos que sua formação tem vinculação, em termos de graduação, no Brasil e com especial destaque para as Universidades situadas no eixo sul-sudeste, com destaque a Universidade Federal do Paraná. Porém, em termos de pós-graduação, o núcleo duro da operação, realiza formação no Brasil e no exterior, com especial destaque para formações em universidades de língua inglesa. Estas características são importantes para compreendermos as trajetórias e o habitus de classe deste seleto grupo e dos que formam o primeiro Ministério Temer, não menos importante é testar a hipótese de que tanto os membros da Lava-Jato e os membros do primeiro Ministério Temer possuem trajetórias que não podem ser entendidas sem relacioná-las a constituição de certas “dinastias do poder”, certas famílias presentes na elite estatal há mais de uma geração. Em relação à Lava-Jato com procuradores e policiais federais quase sempre advindos de famílias em que pais e familiares atuaram e/ou atuam no sistema de justiça, muitos no período da última ditadura militar, portanto, pertencentes, a certa “dinastia jurídica”. No que tange ao primeiro Ministério Temer, observa-se que, parte significativa dos agentes nomeados para ocupar as pastas, advém de tradicionais famílias políticas e mesmo de “dinastias políticas”. O teste positivo de tal hipótese de investigação permite-nos compreender como estas “dinastias jurídicas” e “dinastias políticas”, em boa parte formadas pela hereditariedade, agem no aparelho de Estado de forma a entender o habitus constitutivo destes agentes pertencentes à classe dominante do país. Em outras palavras, a partir do método prosopográfico, é possível identificar, através da biografia, formação, trajetória profissional e cargos ocupados, como famílias presentes por várias gerações no cenário jurídico e no cenário político, conseguem se manter, organizar relações e ativamente se reproduzir ao longo de séculos em nosso país. Permite, ainda, perceber como agentes de uma operação como a “Lava-Jato”, agem de acordo com interesses construídos no decorrer de sua formação, o que possibilita em certo sentido desmistificar “o mito das decisões neutras” e de um sistema de justiça que atua em consonância com o “princípio da imparcialidade”. É neste sentido que Almeida (2010) chama a atenção para o peso do “sobrenome de famílias” de juristas como variável que no Brasil tem importado para as escolhas de cargos-chave nas altas cortes, no STJ, por exemplo. O que demonstra o quanto o sistema de justiça e, mais especificamente, os poderes que constituem o judiciário são atravessados por disputas e interesses de classes, no sentido de disputa política pelo controle da administração do sistema Judiciário no Brasil. “No STF, sete
dos 11 ministros têm parentes como donos, administradores ou funcionários de grandes escritórios
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de advocacia, aponta levantamento do site Poder 360. Um oitavo, novamente o ministro Fux, tinha
uma filha advogada que trabalhava em grande escritório até o ano passado, quando ela deixou o
posto para virar desembargadora no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro sob questionamento
formal de que não tinha qualificações para tanto e suspeitas de influência de seu pai na nomeação.
Assim, esse tipo de suspeita está disseminada por praticamente todos os níveis do Judiciário
nacional.6 Nesse sentido, e diante do exposto, o objetivo geral desta pesquisa é o estudo prosopográfico dos membros da Operação Lava-Jato para a identificação do perfil genealógico dos operadores, seus vínculos familiares, sociais e institucionais. Assim poderemos traçar padrões na carreira desses operadores e caracterizar que tipo de influência política exercem. Em termos metodológicos, o método utilizado é o prosopográfico, posto que se tratam de biografias coletivas, de forma quantitativa, visando dar o sentido às ações políticas do grupo pesquisado (STONE, 2011). O ambiente do grupo investigado em suas instituições, educação, preferências políticas, habitus de classe, estilos sociais, relações sociais e políticas. A prosopografia é idealmente adequada para revelar as redes de profundos vínculos sociopsicológicos que mantêm um grupo unido. Este método prosopográfico funciona melhor quando é aplicado para grupos facilmente definidos e razoavelmente homogêneos em suas características sociais e políticas, quando os dados são obtidos de uma grande variedade de fontes, que complementam e enriquecem umas às outras. Metodologia quantitativa e qualitativa, operacionalização da técnica de pesquisa genealógica e análise das trajetórias familiares e carreiras profissionais. O universo da pesquisa compreende, portanto, os membros dos três núcleos principais Operação Lava-Jato – 14 procuradores do Ministério Público Federal, 8 delegados da Polícia Federal, o juiz Sérgio Moro e o Procurador Geral da República Rodrigo Janot Monteiro de Barros. O propósito desta prosopografia é dar sentido à ação política da Operação Lava-Jato e compreender a “força coesiva do grupo” pelas suas opções, relações, posicionamento, filiações econômicas, ideológicas e políticas dos seus membros. Soma-se a isso também a prosopografia dos Ministros nomeados primeiramente para compor o Ministério Temer, após o Golpe institucional em abril de 2016. Pesquisas sobre a prosopografia dos operadores da Lava-Jato revelam quem são, como pensam e agem no campo político. Ao traçar uma radiografia desse grupo social, por meio de
6 BORGES, Rodolfo (26/05/2017). Os laços da grande família jurídica do Brasil voltam à tona com a Lava-Jato.
Disponível em htttp://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/15/politica/1494855502_654494.html. Acesso 18.junho.2017.
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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 biografia coletiva e da construção de seu perfil, será possível entender as raízes sociais de suas ações e a quem representam.
O que é a força-tarefa da Operação Lava-Jato? A Operação Lava-Jato é atualmente o epicentro da crise política que se vive no Brasil. Sua investigação começou pelas grandes empreiteiras e sua relação de natureza corrupta com altos quadros da Petrobrás no sentido de terem favorecimentos na obtenção de contratos públicos. Com isso, ela foi saudada como uma esperança de enfrentamento da corrupção no país, haja vista que, pela primeira vez, estava se colocando em primeiro plano do processo de investigação as grandes empresas corruptoras. Em 17 de março de 2014, a Polícia Federal realizou prisões temporárias e preventivas de 17 pessoas em sete estados, entre elas o doleiro Alberto Youssef7. Três dias depois, em 20 de março de 2014, a Polícia Federal cumpriu 6 mandados de busca e 1 de prisão temporária, a de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás. Em sua sétima fase, batizada de "Juízo Final", a Polícia Federal cumpriu 49 mandados de busca, 6 de prisão preventiva e 21 de prisão temporária, sendo presos os presidentes e diretores de grandes empresas do Brasil, como Construtora OAS, IESA Óleo & Gás, Camargo Corrêa Construções, UTC Engenharia, Engevix e Construtora Queiroz e Galvão. Em 19 de junho de 2015, na décima quarta fase da Operação, a Polícia Federal deflagrou a fase da Operação Lava-Jato, com nome "Erga Omnes", expressão em latim que significa "vale para todos". Os alvos foram às empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Foram presos na operação os presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. Também foram presos os diretores da Odebrecht Márcio Faria, Rogério Araújo e Alexandrino Alencar. Desta forma, a Operação Lava-Jato colocava no centro às relações mercantis entre os
7 Alberto Youssef foi condenado em 2004, pelo mesmo juiz Sérgio Moro, do Paraná, por corrupção no caso Banestado.
Segundo a Ação Penal movida contra Youssef, ele obteve um empréstimo de US$ 1,5 milhão, em 1998, numa agência
do Banestado, banco público do Paraná, nas Ilhas Cayman. No processo de delação premiada da época, Youssef
confessou que internou o dinheiro no Brasil de forma ilegal, ao invés de fazê-lo via Banco Central. Segundo o doleiro, a
condição imposta para o Banestado liberar o dinheiro para sua empresa, a Jabur Toyopar, era fazer uma doação para a
campanha de Jaime Lerner, do então, aliado do PSDB, para o governo do Paraná. Alberto Youssef operava para
políticos do PFL, PP e PSDB do Paraná desde a primeira eleição de Jaime Lerner, em 1994. Assim como operou
também para FHC e Serra em 1994 e 1998. Consultar “Moro e Youssef: personagens de uma longa história”.
Disponível em http://www.diariodocentrodomundo.com.br/moro-e-youssef-personagens-de-uma-longa-historia/.
Acesso 13.maio.2017.
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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 grandes lobbies de interesses privados e o processo de eleições no Brasil, o trânsito e a organização de redes de corrupção através do financiamento empresarial de eleições e partidos. A legitimidade da Lava-Jato estaria calcada no lema "vale para todos". Entretanto, com o decorrer da Operação Lava-Jato, tornou-se evidente que o foco era não para desmantelar o sistema privado de corrupção sobre o Estado, em grande medida herdada da ditadura civil-militar, mas para inviabilizar o governo Dilma, o PT e perseguir e desmoralizar o ex-presidente Lula. O que minou as expectativas de que a Lava-Jato pudesse focar na estrutura do sistema político foi à forma seletiva como o juiz Sérgio Moro, os procuradores e policiais federais envolvidos na Operação escolheram os alvos políticos dela. Uma das principais referências para compreender a ação política da força-tarefa é o trabalho “Manual de Atuação das Forças-Tarefas”, publicado pela Escola Superior do Ministério Público da União em 2011. Este trabalho foi coordenado por Januário Paludo e preparado por Carlos Fernando – ambos na Lava-Jato – e pelo secretário de cooperação internacional da Procuradoria Geral da República, Vladimir Aras. O manual das forças-tarefas inspira-se principalmente na experiência dos Estados Unidos. Aponta que “segundo o Agente Especial do FBI James Casey, o elemento crítico
de uma força-tarefa é a sua composição. É essencial que existam membros com diferentes
habilidades e um acompanhamento constante das atividades do grupo, com coordenação
administrativa e operacional, levantamento estatístico e verificação de resultados” (PALUDO, 2011, p.32). Neste sentido, a análise dos operadores da Lava-Jato deve nos revelar quem são, como pensam e agem no campo político. Ao traçar uma radiografia desse grupo social, por meio de sua biografia coletiva e da construção de seu perfil, será possível identificar as raízes sociais de suas ações. A força-tarefa da Lava-Jato compreende cerca de 22 membros. O juiz titular Sérgio
Fernando Moro da primeira instância da Justiça Federal do Paraná. Os 14 membros designado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelo Ministério Público: Deltan Martinazzo
Dallagnol (coordenador), Antônio Carlos Welter, Carlos Fernando dos Santos Lima, Januário
Paludo, Orlando Martello Junior, Athayde Ribeiro Costa, Diogo Castor de Mattos, Roberson
Henrique Pozzobon, Paulo Roberto Galvão de Carvalho, Júlio Carlos Motta Noronha, Jerusa
Burmann Viecili, Isabel Cristina Groba Vieira, Laura Gonçalves Tessler e Andrey Borges de
Mendonça já integrou a equipe e atua como colaborador. E 8 (oito) delegados da Polícia Federal:
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Marcio Adriano Anselmo, Igor Romário de Paula, Erika Mialik Marena, Eduardo Mauat da
Silva, Renata Rodrigues, Luciano Flores, Ivan Ziolkowki e Felipe Hayashi. Muitos dos personagens da Lava-Jato remetem a investigação relacionada ao caso Banestado, esquema pelo qual mais de 28 bilhões de dólares foram remetidos ilegalmente ao exterior e que embora a investigação tenha sido iniciada em 2003, não surtiu tantos efeitos como esperado. No caso Banestado encontra-se o juiz Sérgio Moro. Este que foi o responsável pelo julgamento do caso. No Ministério Público Federal (MPF), os responsáveis pelas investigações foram os procuradores Carlos Lima, Januário Paludo e Orlando Martello Junior, que também integram a força tarefa do órgão que investiga os crimes cometidos no âmbito da Lava-Jato. Um dos réus da Lava-Jato, inclusive, também foi o personagem central do escândalo do Banestado: Alberto Youssef. Este que conseguiu não responder pelos crimes de corrupção ativa e de participação em gestão fraudulenta de instituição financeira (Banestado), por acordo, com MPF de delação premiada, em 2004. Da Polícia Federal, Marcio Anselmo e Érika Mialik também trabalharam nas investigações no caso.
"Prosopografia da Lava-Jato"
Sérgio Fernando Moro é descendente de imigrantes italianos, filho de Odete Starke Moro e Dalton Áureo Moro (1934-2005). O casal se mudou para Maringá no final da década de 1960, a convite de um cunhado dela, Neumar Godoy, fundador e reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) – criada no primeiro ato do coronel Jarbas Passarinho como ministro da Educação do general Emílio Médici, em 6 de novembro de 1969. Os dois começaram no Colégio Estadual Gastão Vidigal, ele lecionando geografia e ela português. O colégio se tornaria o embrião da UEM, da qual Dalton foi um dos fundadores. Dalton8 é filho de Lavino Nadal Moro e Áurea Godoy Moro. Cursou o ensino primário no Grupo Escolar Senador Correia, o ginasial no Colégio Estadual Regente Feijó e o ensino médio na Escola Técnica Estadual de Comércio. Foi aluno da primeira turma de Licenciatura em Geografia na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ponta Grossa/PR, no período de 1963 a 1966. Como integrante do ensino superior, foi presidente do Diretório Acadêmico Dr. Joaquim de Paula
8 Homenagem a Dalton Moro. Disponível em http://revista.fct.unesp.br/index.php/formacao/article/viewFile/676/700.
Acesso 18.junho.2017.
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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 Xavier, entidade que congregava os acadêmicos das licenciaturas, quando foi agraciado com uma viagem de estudos aos Estados Unidos. Em 1968 tornou-se professor do ensino superior ao ser aprovado em concurso público para o curso de Geografia – Geografia Regional - da recém-fundada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, uma das unidades de ensino superior que deram origem à Universidade Estadual de Maringá. De 1974 a 1980 fez o curso de mestrado na Universidade de São Paulo (USP), sob a orientação do Prof. Dr. Manoel Fernando Gonçalves Seabra. De 1989 a 1992 cursou o doutorado no Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista- UNESP, campus de Rio Claro, tendo como orientadora a Profa. Dra Lúcia Helena de Oliveira Gerardi. Em julho de 1968 Dalton casou-se com Odete Starke Moro com quem teve dois filhos. Sérgio Moro nasceu em Maringá, em 1º de agosto de 1972, “seguiu os passos do pai9 e integrou o mesmo Departamento de Geografia da UEM” e também deu aula nos colégios Papa João XIII e Dr. Gastão Vidigal. Em 1990 inicia o curso de Direito na Universidade Estadual de Maringá, concluindo-o em 1995. Trabalhou para o advogado Irinaldo Joaquim de Souza. É Mestre e Doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Tornou-se juiz federal em 1996. Cursou o programa para instrução de advogados da Harvard Law School em 1998 e participou de programas de estudos sobre lavagem de dinheiro promovidos pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Atualmente é juiz federal da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, ministra aulas de processo penal na Universidade Federal do Paraná (UFPR). No caso do “Mensalão”, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber convocou o juiz Sérgio Moro para auxiliá-la. Ela se notabilizou ao condenar José Dirceu com as seguintes palavras: “não tenho prova cabal contra Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”. Depois Moro ganhou notoriedade internacional por comandar o julgamento dos crimes identificados na Operação LavaJato. Sérgio Moro é casado com Rosângela Wolff de Quadros. Rosângela se graduou na Faculdade de Direito de Curitiba entre 1992 e 1996 e fez pós-graduação em direito tributário na Universidade de Joinville. Fez parte do escritório de Advocacia Zucolotto Associados em Maringá. O escritório defende várias empresas petrolíferas estrangeiras. Rosangela Maria Wolff de Quadros, advogada, procuradora jurídica da Federação Nacional das APAES e da APAE-PR10. A genealogia
9 Disponível em http://istoe.com.br/397390_SERGIO+MORO/. Acesso 18.junho.2017.
10 Disponível em https://apaebrasil.org.br/noticia/doutora-rosangela-moro-assume-a-procuradoria-juridica-da-feapaespr.
Acesso 18.junho.2017.
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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 política básica de Rosangela Maria Wolff de Quadros Moro a insere na grande família do poder Centro Cívico de Curitiba. A classe dominante do Paraná tradicional é uma grande estrutura de parentesco, quase sempre com as mesmas famílias da elite estatal ocupando simultaneamente os poderes executivo, legislativo e judiciário. Rosângela Moro é prima do prefeito Rafael Greca de Macedo11. Ambos descendem do Capitão Manoel Ribeiro de Macedo, preso pelo primeiro Presidente da Província do Paraná por acusações de corrupção e desvio de bens públicos em instalações estatais. No livro sobre a genealogia da família Macedo assim são descritos:
Existem vários homens e mulheres de grande valor em nossa família, não podemos citar
seus nomes, pois seriam muitos, certamente omitiríamos alguns. Tivemos parentes na
Interventoria, no Governo do Estado, na Política Estadual e Federal, no Tribunal de
Justiça, Tribunal de Alçada, Tribunal de Contas, Assembleia Legislativa, Prefeituras de
diversos Municípios, Reitoria, Universidade Federal do Paraná, nas Secretarias do Estado,
no Magistério Público, no antigo Tesouro do Estado, nas Funções Pùblicas e Privadas, na
Indústria e no Comércio, sempre honrando o nome da família. Só para lembrar: Nestes 108
anos de Associação Comercial do Paraná, 37 foram presididos por pessoas descendentes
ou ligados diretamente à Família de Manoel Ribeiro de Maced. (MACEDO, 1998, p.24) A grande teia de nepotismo e familismo explica muito do atraso, falta de justiça e desigualdades no Paraná e Curitiba, locais em que famílias com mentalidades políticas do “Antigo Regime” ainda mandam e dominam. Moro e Wolff são famílias de origem imigrante, que conseguiram entrar para o poder judiciário, famílias com parentes desembargadores, do lado Wolff os desembargadores Haroldo Bernardo da Silva Wolff e Fernando Paulino da Silva Wolff Filho, do lado da família Moro o desembargador Hildebrando Moro. Outro parente influente de Rosângela é Luiz Fernando Wolff de Carvalho, do grupo Triunfo, bastante ativo nas atividades empresariais e na política regional, sempre envolvido com problemas jurídicos. A família Wolff dominou por muitos anos a prefeitura de São Mateus do Sul, no interior do Paraná. Essas famílias de origem imigrante passaram a formar parte do estamento burocrático com seus privilégios e poderes, muitas vezes se associando na grande e antiga teia de nepotismo, de escravidão, exclusão social e coronelismo das antigas e sempre atuais oligarquias familiares da classe dominante paranaense. Rosangela Woff Moro assumiu a Procuradoria Jurídica da Federação Nacional das APAES desde 201312. O Secretário Para Assuntos Estratégicos do Paraná Flávio José Arns há muitos anos
11 Consultar Macedo (1998, p.51).
12 Disponível em https://apaebrasil.org.br/noticia/doutora-rosangela-moro-assume-a-procuradoria-juridica-da-feapaespr.
Acesso 18.junho.2017
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REVISTA NEP-UFPR (Núcleo de Estudos Paranaenses), Curitiba, v.3, n.3, p. 1-28, agosto 2017 ISSN 2447-5548
DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 apresenta atuação política na área das APAES. O sobrinho de Flávio Arns, Marlus Arns de Oliveira também atuou juridicamente nessa área. Marlus Arns também foi advogado do ex-Deputado Eduardo Cunha e de sua mulher Cláudia Cruz, além de Renato Duque13, o que revela uma lucrativa “indústria advocatícia da Lava-Jato”, com redes sociais e políticas operando em sintonia. Também atua na clientela da Lava-Jato o irmão do procurador Diogo Castor de Mattos, Rodrigo Castor de Mattos14, advogado do marqueteiro João Santana.
Carlos Fernando dos Santos Lima. É considerado o estrategista da investigação. Estudou no Colégio Santa Maria. Graduou-se na Faculdade de Direito Curitiba. Entre 1978 e 1991 foi Escriturário do Banco do Brasil. Foi Promotor de Justiça do MP-PR entre 1991 e 1995. Desde então é Procurador Regional da República. Foi membro da força-tarefa Banestado. Fez Mestrado na
Cornell Law School entre 2008 e 2009. O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima é filho do deputado estadual da ARENA Osvaldo dos Santos Lima, promotor, vice-prefeito em Apucarana e presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, em 1973, no auge da ditadura, quando as pessoas não podiam votar e nem debater livremente. O avô foi Luiz dos Santos Lima, comerciante e juiz em São Mateus do Sul, na época do coronelismo local. A partir daí encontramos esta família na Genealogia Paranaense (V1, 543 e V4, 437) situada nas oligarquias da Lapa entre latifundiários escravistas, família aparentada ao Barão dos Campos Gerais e outros membros da classe dominante tradicional desta região. A Lapa já forneceu Flávio Suplicy de Lacerda, ministro da educação autoritário na ditadura militar e Ney Braga. Carlos foi casado com Vera Márcia, ex-funcionária do Banco Banestado. A CPI que investigou o caso Banestado recebeu à época documentos provando que, entre 1995 e 2001, a então mulher do procurador, Vera Márcia Ribas de Macedo dos Santos Lima, trabalhava no Banestado e que, durante parte desse período, Carlos Fernando já atuava na investigação do esquema. Mais que isso, consta que sua mulher trabalhou em dois dos principais locais onde funcionava a “lavanderia”
13 Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/08/1666311-advogado-desponta-na-lava-jato-comdelacoes.shtml?cmpid=comptw. Acesso 18.junho.2017.
14 Disponível em http://painel.blogfolha.uol.com.br/2017/05/13/irmao-de-procurador-da-lava-jato-atua-como-advogadode-defesa-do-marqueteiro-joao-santana/. Acesso em 18.junho.2017.
12
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DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 no Banestado e que, antes de o caso vir à tona, o procurador chegou a negar na CPI que algum parente trabalhasse no banco. Conforme a Revista IstoÉ15:
Em sua ficha funcional, consta que Vera Márcia trabalhou em dois dos principais locais
onde funcionava a lavanderia no Banestado. De acordo com os documentos, entre 1995 e
1997, quando ocorreu a maior parte das remessas irregulares para o Exterior, Vera
Márcia, ainda casada com Santos Lima, trabalhava como escriturária no setor de abertura
de contas da agência da Ponte da Amizade, em Foz de Iguaçu. A investigação da Polícia
Federal sobre a evasão de divisas por intermédio do banco mostra que a maioria das
contas de laranjas, usadas para mandar o dinheiro para o Exterior, foi aberta exatamente
nessa agência. Em 1997, ao se mudar com o então marido para Curitiba, Vera Márcia caiu
em um setor ainda mais estratégico da lavanderia: o Departamento de Operações
Internacionais do Banestado, onde eram fechadas transações fraudulentas de câmbio. O
funcionamento da área de câmbio foi relatado por ex-gerentes do banco em depoimentos à
CPI da Assembleia Legislativa de Curitiba, que também investiga o escândalo. Segundo os
ex-gerentes, os funcionários desse setor recebiam comissão para recrutar doleiros e
pessoas interessadas em enviar recursos para o Exterior. Ainda de acordo com sua ficha
funcional, Vera Márcia trabalhou no local até 2001. Família de procuradores. Na posse do irmão Paulo Ovídio dos Santos Lima como Procurador de Justiça no MP-PR, em 2015: “A cerimônia de posse foi presidida pelo procuradorgeral de Justiça, Gilberto Giacoia, que destacou a história da família Santos Lima: o pai Osvaldo (em memória) e o irmão Luiz José foram procuradores de Justiça do MP-PR, e o irmão Carlos Fernando é procurador da República e atua na força-tarefa da Lava-Jato, do MPF”16. O triunvirato de comando da Lava-Jato se completa com o procurador Deltan Dallagnol. Nascido em Pato Branco, Paraná, em 1980, é filho do procurador de justiça Agenor Dallagnol. Membro da igreja Batista. Tal como nos outros dois casos verificamos uma reprodução dentro da elite estatal, com os filhos preservando muitas vezes os valores e as ideologias dos pais na década de 70, época de autoritarismo e justiça de exceção. A mentalidade colonizada, subalterna e entreguista persiste17.
15 Disponível em http://istoe.com.br/13447_AS+PROVAS/. Acesso 18.junho.2017.
16 Disponível em http://www.diarioinduscom.com/mppr-ministerio-publico-do-parana-tem-novo-procurador-de-justica/.
Acesso 18.junho.2017.
17 Disponível em https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/256934/Dallagnol-atribui-corrup%C3%A7%C3%A3o-
%C3%A0-coloniza%C3%A7%C3%A3o-portuguesa.htm. Acesso 18.junho.2017.
13
REVISTA NEP-UFPR (Núcleo de Estudos Paranaenses), Curitiba, v.3, n.3, p. 1-28, agosto 2017 ISSN 2447-5548
DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
PROSOPOGRAFIA DOS MEMBROS OPERAÇÃO LAVA-JATO
NOME LAVAJATO
LOCAL/
DATA
DE
NASCIM
ENTO
FORMAÇÃO CARGOS QUE ATUOU REDE E ESTRUTURA
FAMILIAR
Sérgio
Fernando
Moro
Juiz
Titular
Maringá
1972
Direito - Graduação na UEM
e Doutorado na UFPR
Juiz e professor
universitário na UFPR
Parente do desembargador
Hildebrando Moro - TJ-PR.
Marido da advogada
Rosangela Maria Wolff de
Quadros, parente da família
ou oligarquia política
Macedo do Paraná.
Rosângela também é parente
dos Desembargadores do TJPR Haroldo Bernardo da
Silva Wolff e Fernando
Paulino da Silva Wolff
Filho,
Rodrigo
Janot
Monteiro de
Barros
Ministério
Público
Procurado
r-geral da
República
Belo
Horizont
e
15 de
setembro
de 1956
Direito pela Universidade
Federal de Minas Gerais
MPF
Procurador-Geral da
República do Brasil, desde
2013.
Família Histórica Monteiro
de Barros. Família do
Visconde de Congonhas,
Ministro da Justiça no
Império.
irmão Rogério Janot
Monteiro de Barros.
Filha do PGR Rodrigo Janot,
Letícia Ladeira Monteiro de
Barros é uma jovem
advogada, especializada em
direito econômico, que
trabalha em um escritório de
advocacia com relevantes
contas: Petrobrás, OAS e
Brasken.
Deltan
Martinazzo
Dallagnol
Ministério
Público
Coordena
dor. E
Procurado
r da
República
Pato
Branco -
PR
29 de
janeiro
de 1980.
Formado em Direito pela
Universidade Federal do
Paraná. Mestre em Direito por
Harvard.
Procurador do MPF desde
2003.
Protestante da Igreja Batista.
Filho do procurador de
justiça Agenor Dallagnol.
Andrey
Borges de
Mendonça
Ministéri
o
Público
Procurad
or da
Repúblic
a
Franca/
SP
1980
Graduado em Direito pela
Universidade de São Paulo
(2001) e mestrado em Curso
de Direitos Humanos,
Interculturalidade pela
Universidade Pablo de
Olavide (2010). Atualmente é
professor da Escola Superior
do Ministério Público da
União. Membro do Instituto
ASF de Estudos Avançados.
Coordenador Adjunto do X
Curso de Ingresso e
Em 2004 passou no
concurso do MPF. Começou
a trabalhar em Campinas,
depois em Ribeirão Preto e
Santos. Desde 2013, está em
São Paulo, na Vara
Especializada em Crimes
contra o Sistema Financeiro
e Lavagem de Capitais.
Integrou Força Tarefa da
Lava-Jato em 2014 (durante
É irmão do promotor Yuri
Borges de Mendonça,
integrante do Gaeco.
14
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DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
Vitaliciamento de
Procuradores da República. É
Procurador da República do
Ministério Público Federal
desde 2004. É mestre, em
processo penal, pela
Universidade de São Paulo
(2015).
4 meses).
Colaborador do Grupo de
Trabalho da Lava-Jato
perante o STF em 2015-
2016.
Antônio
Carlos
Welter
Ministéri
o
Público
Procurad
or da
repúblic
a
Bacharel em Ciências
Jurídicas e Sociais pela
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
Athayde
Ribeiro
Costa
Ministéri
o
Público
Procurad
or da
Repúblic
a
Athayde Ribeiro Costa
(REDE LFG - Belo
Horizonte) Milton Campos
Carlos
Fernando
dos Santos
Lima
Ministéri
o
Público
Procurad
or da
Repúblic
a
Cornell Law School. Master
of Laws (LL.M.), Crimes do
Colarinho Branco e
Instituições Financeiras
2008 2009
Faculdade de Direito
Curitiba. Bacharelado em
Direito, Direito 1986 1990
Colégio Santa Maria
1976 – 1980
O pai Osvaldo e os irmãos
Luiz José e Paulo Ovídio
foram procuradores de
Justiça do MP-PR.
O pai Osvaldo dos Santos
Lima foi Deputado Estadual
pela ARENA. Presidente da
ALEP em 1973.
Diogo
Castor de
Mattos
Ministéri
o
Público
Procurad
or da
Repúblic
a
Estudou no Colégio Marista
Santa Maria, depois no
Colégio Dom Bosco em
Curitiba. Graduado em Direito
em 2009 pela PUCPR. Em
2009 foi estagiário do
procurador Deltan Dallagnol
Procurador da República
desde 2013.
Filho do falecido procurador
de justiça Delivar Tadeu de
Mattos e de Maria Cristina
Jobim Castor de Mattos, irmã
do falecido Belmiro Jobim
Castor, ex-diretor do
Bamerindus, secretário de
Estado várias vezes no
Paraná nos anos 70-80 e do
Conselho Superior da
Associação Comercial do
Paraná. O escritório de
advocacia Delivar de Mattos
& Castor é dos mais
conhecidos do Paraná, com
os irmãos Rodrigo Castor de
Mattos e Analice Castor de
Mattos.
15
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DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
Isabel
Cristina
Groba
Vieira
Ministéri
o
Público.
Procurad
ora
Regional
da
Repúblic
a, lotada
na
Procurad
oria
Regional
da
Repúblic
a da
Terceira
Região,
em São
Paulo;
- em Direito, Universidade de
Brasília, em 1984;
- especialização em Direito na
UnB – curso de extensão
universitária;
- entre 1987-1996 foi
analista de finanças e
controle externo do Tribunal
de Contas da União;
- atua no Ministério Público
Federal desde 1996;
- iniciou as atividades na
operação Lava-Jato em
2016;
Januário
Paludo
Ministério
Público
Procurado
r da
República
Mestre em Direito pela USP;
Procurador Regional da
República
Jeruza
Burmann
Viecilli
Ministéri
o
Público
Procurad
ora da
Repúblic
a
Ijuí/RS - em Direito,
Universidade Federal de Santa
Maria, formada em 2001;
- especializações na
Universidade da Amazônia
(2007) e na Pontifícia
Universidade Católica de São
Paulo (2010);
- trabalhou no Ministério
Público Federal em Santa
Maria e em Porto Alegre;
- iniciou na Lava-Jato em
2016;
- coordenadora estadual da
campanha
“10 Medidas contra a
Corrupção”;
- membro do Grupo de
Controle Externo da
Atividade Policial;
- coordenadora do Núcleo de
Tutela Coletiva;
- iniciou em 2016 as
atividades na Operação lavaJato;
Julio Carlos
Motta
Noronha
Ministéri
o
Público
Empossado em 2014 como
procurador da república.
Assume os trabalhos na
Lava-Jato em julho de 2015.
Laura
Gonçalves
Tessler
Procurad
ora do
Ministéri
o
Público
Federal
- Direito, pela Universidade
Federal do Paraná;
- iniciou na Lava-Jato em
agosto de 2015;
16
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DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
Orlando
Martello
Júnior
Ministéri
o
Público
Procurad
or da
repúblic
a
Direito PUC-SP Em 2002, participou da
força-tarefa do Banestado.
2010, assumiu o cargo de
procurador-chefe no Paraná
Paulo
Roberto
Galvão de
Carvalho
Ministéri
o
Público
Procurad
or da
Repúblic
a
Direito pela Universidade
Federal da Bahia (UFBA)
Em 2001 a 2003 foi
Defensor Público da União e
em 2003 a 2004 foi
Consultor Legislativo da
Câmara dos Deputados. Em
2004 assumiu o cargo de
Procurador da República do
Ministério Público Federal.
Roberson
Henrique
Pozzobon
Ministéri
o
Público
Procurad
or da
Repúblic
a
Graduado em Direito pela
Pontifícia Universidade
Católica do Paraná em 2007, e
Mestre em Direito pela
PUCPR em 2010
Participa de eventos e
palestras na igreja Batista.
Elaboração dos autores
17
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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
PROSOPOGRAFIA DOS MEMBROS MINISTÉRIO TEMER (2016-2017)
NOME MINISTE
RIO
Governo
Temer
LOCAL/
DATA
DE
NASCIM
ENTO
FORMAÇ
ÃO
CARGOS QUE ATUOU REDE E ESTRUTURA FAMILIAR
Alexandre
de Moraes
JUSTIÇA São
Paulo,
13 de
dezembr
o de
1968
Direito
USP.
Doutorado
e Professor
Promotor de Justiça - MP-SP. CNJ.
Secretário de Justiça de SP. Secretário
de Segurança de SP.
Osmar
Serraglio
JUSTIÇA Erechim,
RS 1948
Faculdade
de Direito
Curitiba
Mestre em
Direito
PUC-SP
Vice-prefeito de Umuarama
diretor da Faculdade de Direito da
Universidade Paranaense (UNIPAR) no
campus de Umuarama,
Deputado Federal pelo Paraná 1999-
2017
Torquato
Jardim
JUSTIÇA Riode
Janeiro,
12 de
dezembr
o de
1949.
Faculdade
de Direito
de Brasília
Assessor do Ministro Leitão de Abreu,
seu sogro na época.
Ministro do TSE
Torquato Lorena Jardim, que é
membro da mais antiga família da
oligarquia da classe dominante
tradicional de Goiás. O Trisavô
Coronel José Rodrigues Jardim foi
Presidente da Província de Goiás no
Império, o mesmo que o bisavô
José Rodrigues Jardim Filho. O avô
Ten.Cel. Eugenio Rodrigues Jardim
também foi Presidente de Goiás e
Senador na República. O Pai
Coronel do Exército José Torquato
Caiado Jardim foi instrutor na
AMAN - Academia Militar das
Agulhas Negras (Resende - RJ).
Família de grandes latifundiários e
fazendeiros desde o tempo da
escravidão colonial no século
XVIII. Primo do Senador Ronaldo
Caiado, um dos chefes da bancada
ruralista de Goiás e de outra
importante oligarquia familiar da
região.
Aloysio
Nunes
RELAÇÕ
ES
EXTERIO
RES
São José
do Rio
Preto/SP
05/04/19
45
Direito
(USP)
- advogado;
- durante os anos de 1960 esteve ligado
ao PCB (1963-1974);
- demais partidos políticos: MDB1974-
1980, PMDB 1980-1997, PSDB 1997-
atual);
- deputado estadual 1983-1991, por SP;
- deputado federal 1995-2007, por SP;
- casado com Gisele Sayeg Ferreira
Nunes, jornalista;
- filho do ex-deputado estadual
(1955-1958, 1959-1962) paulista
Aloysio Nunes Ferreira, advogado,
foi agricultor e pecuarista no
município de Jales, além de
vereador em São José do Rio Preto
(1951-1954);
18
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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
- vice-governador de SP 1991-1995, ao
mesmo tempo também era secretário
estadual dos Negócios Metropolitanos;
-secretário da Casa civil de SP;
- Ministro da Justiça de 2001-2002;
- Senador licenciado 2011- atual.
Blairo
Maggi
AGRICU
LTURA
TorresRS
29/05/19
56
Agronomi
a - UFPR
Empresário, sojicultor
Senador
Governador de Mato Grosso
Erai Maggi, primo. Conselho de
Desenvolvimento Econômico e
Social (CDES)
Bruno
Araújo
CIDADE
S
Recife/P
E
15/3/197
2
Direito. Oficial de Gabinete do Governador de
Pernambuco, Recife, PE, 1991; Chefe de
Gabinete de Deputado, ALEPE, Recife,
PE, 1992-1998;
Deputado Federal, 2007-2011, PE,
PSDB. Dt. Posse: 01/02/2007; Deputado
Federal, 2011-2015, PE, PSDB. Dt.
Posse: 01/02/2011; Deputado Federal,
2015-2019, PE, PSDB. Dt. Posse:
01/02/2015.
Bruno Cavalcanti de Araújo. É filho
do ex-deputado estadual Eduardo
Gomes de Araújo, Maria de Nazaré
Leite Cavalcanti de Araújo.
Eliseu
Padilha
CASA
CIVIL
Canela,
RS, em
1945.
Formado
em direito
pela
Unisinos.
Foi prefeito de Tramandaí, Deputado
Federal e Ministro dos Transportes no
governo de FHC.
Fabiano
Augusto
Martins
Silveira
FISCALI
ZAÇÃO,
TRANSP
ARÊNCI
A E
CONTRO
LE
Belo
Horizont
e/MG
19/12/19
74
- Bacharel,
Mestre e
Doutor em
Direito,
pela
Universida
de Federal
de Minas
Gerais;
- advogado;
- professor Universitário;
- consultor Legislativo do senado
Federal, aprovado em concurso público
em 2002;
-conselheiro do Conselho Nacional do
Ministério Público, 2011-2013;
- conselheiro do Conselho Nacional de
Justiça, 2013-2015 – cargo obtido por
indicação de Renan Calheiros;
* foi o segundo Ministro de Temer
a cair por aparecer em gravações
indicando o uso da máquina pública
para favorecimento de aliados
ligados à corrupção; - é casado com
Gylwania Peres Machado, neta de
Erotides Costa Machado, militar,
comerciante e barqueiro tradicional
de Pedro Afonso (TO) – filiado ao
PP (Partido Progressista) desde
1992; - filho de Sebastiana, que
pertence à família tradicional de
Pedro Afonso (TO);- filho de
Afonso Celso Silveira, uberabense,
exerce advocacia em belo
Horizonte;
-sobrinho de Paulo Fernando
Silveira, juiz federal em Uberaba,
MG;-sobrinho de José Orlando
Silveira, coronel;
Fábio
Medina
Osório
ADVOCA
CIA
GERAL
DA
UNIÃO
Porto
Alegre/R
S
31/07/19
67
Direito 1991-2006: Promotor de justiça no
Ministério Público/RS
2007: pede exoneração e abre escritório
Medina Osório Advogados
2003-2005: Secretaria adjunto da justiça
e segurança do RS (governo Germano
Especializado em leis sobre
combate à corrupção.
19
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DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
Rigotto)
12/05 a 09/09/2016: Advogado geral da
União do governo Temer
Fernando
Coelho
Filho
MINAS E
ENERGI
A
Recife/P
E
28/2/198
4
Administra
dor de
Empresas
Deputado Federal, 2007-2011, PE, PSB.
Dt. Posse: 01/02/2007; Deputado
Federal, 2011-2015, PE, PSB. Dt. Posse:
01/02/2011; Deputado Federal, 2015-
2019, PE, PSB. Dt. Posse: 01/02/2015
Fernando Coelho Filho (PSB) é
filho do exdeputado, exprefeito de
Petrolina (PE) e exministro da
Integração Nacional, e atual
Senador Fernando Bezerra Coelho
(PSB) e é sobrinhoneto do
exdeputado estadual
exgovernador de Pernambuco e
exsenador Nilo Coelho e do o
exdeputado federal Osvaldo
Coelho. Também é sobrinho do
exdeputado Clementino Coelho.
Geddel
Vieira
Lima
SECRET
ARIA DE
GOVERN
O
Salvador
/BA
18/03/19
59
Administr
ador de
empresas
Deputado Federal (Congresso Revisor),
1991-1995, BA, PMDB. Dt. Posse:
01/02/1991; Deputado Federal, 1995-
1999, BA, PMDB. Dt. Posse:
01/02/1995; Deputado Federal, 1999-
2003, BA, PMDB. Dt. Posse:
01/02/1999; Deputado Federal, 2003-
2007, BA, PMDB. Dt. Posse:
01/02/2003; Deputado Federal, 2007-
2011, BA, PMDB. Dt. Posse:
01/02/2007. Ministro da Integração
Nacional.
Geddel Quadros Vieira Lima
(PMDB) é casado com Alessandra
Vieira Lima. Filho do ex-deputado
estadual e ex-deputado federal
Aprísio Vieira Lima e de Marluce
Quadros Vieira Lima. Irmão de
Lúcio Vieira Lima (PMDB),
exvereador, exdeputado estadual e
deputado federal. É irmão de
Afrísio Vieira Lima Filho.
Gilberto
Kassab
CIÊNCIA,
TENOLO
GIA,
INOVAÇ
ÃO E
COMUNI
CAÇÕES
São
Paulo/SP
12/08/19
60
Economia
e
engenheiro
civil
1992-1995: vereador de São Paulo pelo
PL (hoje PR). 1995: deputado
estadual/SP. 1997-1998: Secretário
Municipal de Planejamento (Celso
Pitta). 1999-2005: deputado federal/SP.
2004-2007: eleito vice-prefeito de SP
(chapa José Serra). 2006: assume como
prefeito de SP. 2008-2011: prefeito de
SP. 2015-2016: Ministro das Cidades
(governo Dilma). 2016: Ministro
Ciência, Tecnologia, Inovação e
Comunicações (governo Temer)
Filho do médico Pedro Salomão
José Kassab e da professora Yacy
Palermo Kassab. Origem libanesa.
O pai Pedro Kassab foi secretáriogeral (1963-1969) e presidente
(1969-1981) da Associação Médica
Brasileira (AMB) por seis mandatos
consecutivos. Em 1976 foi eleito
presidente da Associação Médica
Mundial. Foi membro das seguintes
entidades: Conselho Deliberativo da
Casa da Cultura Francesa – Aliança
Francesa de São Paulo, chegando a
vice-presidente; Ordem dos Velhos
Jornalistas de São Paulo; Academia
de Medicina de São Paulo
(honorário); Associação Paulista de
Fundações; Conselho Estadual de
Educação (desde 2003, sendo eleito
presidente para o biênio 2006-
2007); Fundação Educacional
Inaciana Padre Sabóia de Medeiros,
mantenedora do Centro
Universitário da FEI – Faculdade de
Engenharia Industrial (diretor e
vice-presidente); Conselho Federal
de Medicina (1969- 1974);
Conselho Nacional de Saúde (1974-
1978); Conselho dos Curadores da
Fundação Antônio Prudente (desde
1974); Conselho de Economia,
20
REVISTA NEP-UFPR (Núcleo de Estudos Paranaenses), Curitiba, v.3, n.3, p. 1-28, agosto 2017 ISSN 2447-5548
DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
Sociologia e Política da Federação
do Comércio do Estado de São
Paulo (1978); Conselho de Ética de
Autorregulamentação Publicitária –
Conar, desde seu início em 1980 e,
recebendo no 25o aniversário dessa
instituição, o título de sócio
honorário; Conselho Curador da
Fundação Antônio Prudente,
mantenedora do Hospital do Câncer
A. C. Camargo; Conselho
Consultivo do CIEE – Centro de
Integração Empresa-Escola
(honorário); e Academia Paulista de
Educação, ingressando em
20/4/2004, na cadeira no 35 sob o
patrono de Newton de Almeida
Mello. Em 2009 foi eleito membro
da cadeira no 25 da Academia
Paulista de Letras, na vaga deixada
pelo geneticista Crodowaldo Pavan,
falecendo, contudo, pouco antes de
sua posse solene. Gilberto Kassab
não tem esposa e nem filhos.
Helder
Barbalho
INTEGR
AÇÃO
NACION
AL
Belém
do Pará,
no dia 18
de maio
de 1979.
Pósgraduado
em Gestão
Pública
pela FGVSP, com o
título de
MBA
Executivo
em Gestão
Pública.
Graduado
em
Administra
ção 2002,
pela
Universida
de da
Amazônia
(Unama).
Foi vereador e prefeito em Ananindeua,
deputado estadual, Ministro da Pesca.
Helder Zahluth Barbalho18 é filho
do ex-governador do Pará, Jader
Barbalho, e da deputada federal
Elcione Barbalho.
Henrique
Alves
TURISM
O
Rio de
Janeiro/
RJ
09/12/19
48
Direito
(UFRJ)
Empresári
o.
Deputado Federal, 1971-1975-1979, RN,
MDB. Dt. Posse: 01/02/1975; Deputado
Federal, 1979-1983, RN, MDB. Dt.
Posse: 01/02/1979; Deputado Federal,
1983-1987, RN, PMDB. Dt. Posse:
01/02/1983; Deputado Federal
(Constituinte), 1987-1991, RN, PMDB.
Dt. Posse: 01/02/1987; Deputado
Federal (Congresso Revisor), 1991-
1995, RN, PMDB. Dt. Posse:
01/02/1991; Deputado Federal, 1995-
1999, RN, PMDB. Dt. Posse:
01/02/1995; Deputado Federal, 1999-
2003, RN, PMDB. Dt. Posse:
01/02/1999; Deputado Federal, 2003-
Henrique Eduardo Lyra Alves é
casado com Laurita Arruda Câmara.
Henrique Alves é Filho do
exgovernador do Rio Grande do
Norte, Aluízio Alves, e sobrinho do
exprefeito de Natal, Agnelo Alves
e do senador Garibaldi Alves
(PMDB). É ainda primo de
Garibaldi Alves Filho (senador
licenciado pelo PMDB e ministro
da Previdência Social) e de Carlos
Eduardo Alves (prefeito de Natal
pelo PDT). Irmão da exdeputada Ana Catarina
Alves. Henrique Eduardo Lyra
18 Disponível em http://www.mi.gov.br/perfil. Acesso 18.junho.2017.
21
REVISTA NEP-UFPR (Núcleo de Estudos Paranaenses), Curitiba, v.3, n.3, p. 1-28, agosto 2017 ISSN 2447-5548
DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
2007, RN, PMDB. Dt. Posse:
01/02/2003; Deputado Federal, 2007-
2011, RN, PMDB. Dt. Posse:
01/02/2007; Deputado Federal, 2011-
2015, RN, PMDB. Dt. Posse:
01/02/2011.Ministro do Turismo nos
Governos Dilma e Temer.
Alves é um dos proprietários da TV
Cabugi, afiliada da Globo no Rio
Grande do Norte, da Rádio Cabugi
e do jornal Tribuna do Norte. É o
decano da Câmara dos Deputados,
com 11 mandatos seguidos pelo Rio
Grande do Norte.
Henrique
Meirelles
FAZEND
A/
PREVIDÊ
NCIA
31/08/19
45
-
Engenheir
o, pela
Escola
Politécnica
da
Universida
de de São
Paulo;
-faz parte
do
Conselho
de várias
instituiçõe
s de ensino
nacionais e
internacion
ais –
agraciado
com o
título
doutor
honoris
causa,
pelo
Bryant
College;
-ex-presidente internacional do
BankBoston- nacional e internacional -
(1974-2002);
- ex-presidente do Banco Central do
Brasil (2003-2011);
- deputado federal por Goiás (2002-
2003, quando renunciou para assumir o
Banco Central);
- filho de Hegesipo de Campos
Meirelles, que foi interventor
federal em Goiás (1946-1947), e
advogado do Banco do Estado de
Goiás;
- filho de Diva Silva de Campos,
estilista;
- seu tio, Jonas Ferreira Alves
Duarte, foi vice-governador em
1951-1954, prefeito de Anápolis
(1962-1966, secretário municipal de
educação em Anápolis (1975-
1978);
- seu primo, Aldo Arantes, foi
presidente da UNE (1961-1962) e
deputado federal (1982-1986 como
suplente, 1987-1990, 1995-1999,
2001-2003), além de vereador
(1992-1995);
-seu primo, Haroldo Duarte, foi
deputado federal (1963-1967);
Ilan
Goldfajn
BANCO
CENTRA
L
Haifa/Isr
ael
12/03/19
66
Economia Economista Chefe e Sócio, Itaú-
Unibanco (abr/2009 - mai/2016)
Diretor Centro Debate Políticas Públicas
(jul/2013 - mai/2016);
Economista, Ciano Assessoria
Econômica (set/2008 - abr/2009);
Sócio, Ciano Investimentos (jan/2007 -
ago/2008);
Diretor do Instituto de Estudos de
Política Econômica da Casa das Garças -
IEPE-CdG (jan/2006 - abril/2009).
Sócio e Economista, Gávea
Investimentos (nov/2003 - jun/2006);
Diretor de Política Econômica, Banco
Central do Brasil (set/2000 - jul/2003);
Consultor de organizações
internacionais (Banco Mundial, Fundo
Monetário Internacional e Nações
Unidas), bancos internacionais, governo
Casado com Denise Goldfajn. Tem
3 filhos.
22
REVISTA NEP-UFPR (Núcleo de Estudos Paranaenses), Curitiba, v.3, n.3, p. 1-28, agosto 2017 ISSN 2447-5548
DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
Brasileiro e bancos (fev/99 - set/2000);
Professor Assistente, Departamento de
Economia, PUC-RJ (fev/1999 -
abr/2009).
Economista, FMI (out/1996 - jan/1999);
Professor Assistente, Brandeis
University (set/1995 - ago/1996);
José
Mendonça
Bezerra
Filho
EDUCAÇ
ÃO
Recife/P
E
12/07/19
66
Administra
ção de
Empresas
(UFPE).
Especializ
ação na
área de
gestão
pública
pela
Kennedy
School.
Deputado Estadual.
Secretaria de Agricultura
Deputado Federal
Vice-governador de Pernambuco, por
dois mandatos.
Mendonça Filho é casado com
Tatiana Vilaça Mendonça. Esta que
é filha do ex-ministro do TCU
Marcos Vinicius Vilaça. Este que
foi casado com a bisneta de
Otaviano Heráclio do Rêgo, Tiobisavó do atual Ministro Vital do
Rêgo Filho. Mendonça Filho
(DEM). Filho do exdeputado
estadual e federal (Sete vezes)
latifundiário José Mendonça
Bezerra (DEMPE), irmão da
exsecretária de Turismo, Cultura e
Paisagismo de Belo Jardim (PE)
Andrea Mendonça (DEMPE),
cunhado do deputado federal
Augusto Coutinho (DEMPE).
Augusto Coutinho é empresário
ligado à construção civil. Fundou o
Belo Jardim Futebol Clube e
ocupou postos de comando no
Santa Cruz Futebol Clube. Foi
diretor do Sindicato da Construção
Civil de Recife (1988-1990). Foi
vereador de Recife pelo PFL (1993-
1997/ 1997-2001) e deputado
estadual pelo mesmo partido (1999-
2003/ 2003-2007) e pelo DEM
(2007-2011). Foi secretário
municipal de Governo (1993-1995/
1996-1998) e de Habitação (2001-
2002). Mendonça Filho é primo do
ex-prefeito de Belo Jardim, João
Mendonça (PSD). Este que foi
cassado pelo TSE em 11/05/2017,
acusado de improbidade
administrativa e enriquecimento
ilícito.
José
Sarney
Filho
MEIO
AMBIEN
TE
São
Luis/MA
14/6/195
7
Direito,
Universida
de Federal
do
Maranhão,
São Luís,
1981;
Economia,
Pontifícia
Secretário para Assuntos Políticos,
Estado do Maranhão, 1988, 1989-1990;
Ministro de Estado do Meio Ambiente,
1999-2002.
Deputado Estadual (1979 a 1983)
Sarney Filho (PV) é de família de
políticos, entre eles, o pai José
Sarney (expresidente da República
e ex-senador pelo (PMDBMA) e a
irmã Roseana Sarney (exgovernadora do Maranhão pelo
PMDBMA).
23
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DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
Universida
de
Católica,
São Paulo,
SP.
José Serra RELAÇÕ
ES
EXTERIO
RES
São
Paulo/SP
19/03/19
42
-
Engenhari
a (não
concluído),
pela
Universida
de de São
Paulo;
-
Economia,
pela
Faculdade
de
Economia
da
Universida
de do
Chile;
-Mestrado
e
Doutorado
Universida
de de
Cornell,
Ithaca.
- professor em várias universidades
nacionais e internacionais;
- deputado federal por SP (1987-1991,
1991-1995);
- senador (1995- 2003);
- ocupou o Ministério do Planejamento e
Orçamento (1995-1996) e o Ministério
da Saúde (1998-2002);
-prefeito de São Paulo (2005-2006);
-governador de São Paulo (2007-2010);
- senador (2015-2023);
- casado com Mônica Allende
Serra, psicoterapeuta chilena;
- pai de Verônica Serra e de
Luciano Serra;
Leonardo
Picciani
ESPORT
E
nascido
em
06.11.19
79,
Nilópolis
, Rio de
Janeiro
Direito -
Universida
de
Candido
Mendes
UCAM
Agropecua
rista
exerce o quarto mandato consecutivo de
deputado federal pelo PMDB do Rio de
Janeiro. Foi secretário de Estado de
Habitação do Rio de Janeiro, entre 2009
e 2011, e assessor da Presidência do
Tribunal de Contas do Rio de Janeiro,
entre 1998 e 2002.
Leonardo Carneiro Monteiro
Picciani19 é casado e pai de três
filhos. Leonardo Picciani é filho de
Jorge Picciani, Deputado Estadual,
Presidente da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro20. O
irmão de Leonardo Picciani é
Rafael Picciani, Deputado Estadual
e Secretário de Estado. Outro irmão
de Leonardo Picciani é Felipe
Picciani, executivo no Grupo Monte
Verde ligado à família.
Marcelo
Calero
CULTUR
A
7 de
julho de
Rio de
Janeiro
Direito
(UERJ) e
diplomata
Secretário de cultura da Prefeitura do
Rio de Janeiro em 2015,
Marcos
Antônio
Pereira
DESENV
OLVIME
NTO,
INDÚST
RIA E
COMÉRC
Linhares
/ES
04/04/19
72
Direito Diretor administrativo e financeiro da
TV Record/RJ (1995-1999). Diretor
Rede Mulher de Televisão (1999-2003).
Vice-presidente da Rede Record de
Televisão (à partir 2003). Sócio na LM
Consultoria Contábil (2003-2013).
Fundador Pereira, Moraes e Oliveira
Bispo licenciado da Igreja
Universal do Reino de Deus. Faz
parte da bancada evangélica da
Câmara dos Deputados. Casado
com Margareth Pereira.Vem da área
privada. É o presidente nacional do
19 Disponível em http://www.esporte.gov.br/index.php/institucional/o-ministerio/ministro. Acesso 18.junho.2017.
20 Disponível em https://oglobo.globo.com/brasil/familia-picciani-ganha-projecao-nacional-com-politica-brasileira-
21128582. Acesso 18.junho.2017.
24
REVISTA NEP-UFPR (Núcleo de Estudos Paranaenses), Curitiba, v.3, n.3, p. 1-28, agosto 2017 ISSN 2447-5548
DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
IO Sociedade de Advogados (2013).
Professor do Instituto Brasiliense de
Direito Público
PRB.
Maurício
Quintella
Lessa
TRANSP
ORTE/PO
RTO/AVI
AÇÃO
CIVIL
Maceió/
AL
28/03/19
71
Engenhari
a Civil,
UFAL,
Maceió,
AL, 1989-
1990;
Direito,
Centro de
Ensino
Superior
de Maceió,
AL, 1992-
1995.
Deputado Federal (Três mandados).
Vereador, Maceió/AL, Partido: PSB,
Período: 1997 a 2000 Vereador,
Maceió/AL, Partido: PSB, Período: 2001
a 2003. Técnico Judiciário, TRT,
Maceió, AL, 1992-; Secretário
Municipal da Educação, Prefeitura de
Maceió, AL, 1997-1999; Secretário
Extraordinário Regional Metropolitano,
AL, 2003-2004; Secretário de Educação,
AL, 2004-2005.
Maurício Quintela Malta
Lessa nasceu em Maceió no dia 28
de março de 1971, filho de José
Márcio Malta Lessa e de Laura
Quintela Malta Lessa. Seu pai foi
superintendente de energia e
iluminação pública de Maceió na
gestão de Cícero Almeida, iniciada
em 2005, e seu tio, Ronaldo
Lessa, foi governador de Alagoas
de 1999 a 2006.Maurício Quintella
Malta Lessa. É primo de Ronaldo
Lessa (PDTAL), ex-governador de
Alagoas e deputado federal eleito
em 2014 e filho de José Márcio
Malta Lessa, ex-secretário de
Educação.
Osmar
Terra
DESENV
OLVIME
NTO
SOCIAL
E
AGRÁRI
O
Porto
Alegre
18/02/19
50
Medicina 1986-1988: superintendente
INAMPS/POA. 1989-1990: diretor
Secretaria de Saúde/RS.1993-1996:
prefeito de Santa Rosa/RS. 1997-1998:
chefe de gabinete do governo do RS
1999-2001: Secretário exec. Programa
Comunidade Solidária/CTBA. 2001-
2003: assumiu como suplente dep.
fed.l/RS. 2003-2005: Secretário de
Saúde do RS. 2005-2007: suplente dep.
fed.l/RS. 2007-19 dep. federal/RS
Filho de Walter Paim Terra e Nelly
Lúcia Gasparini Terra
Raul
Julgmann
DEFESA Recife/P
E
03/04/19
52
Gerente de projetos do Centro de
Desenvolvimento Empresarial de
Pernambuco. Secretário de
Planejamento pelo gov. de PE, Carlos
Wilson Campos (1990-1991) Secretárioexecutivo da Secretaria de Planejamento,
Orçamento e Coordenação da
Presidência da República (Seplan), pelo
ministro Alexis Stepanenko,
permanecendo no cargo até 31 de
dezembro de 1994, quando se encerrou o
governo Itamar Franco. Ministério
Extraordinário de Política Fundiária e
Desenvolvimento Agrário no Governo
de Fernando Henrique Cardoso.
Presidente do IBAMA. Deputado
Federal/PE.
Raul Belens Jungmann Pinto. Filho
de Sílvio Jungmann da Silva Pinto e
de Ivanise Belens Jungmann Pinto.
Ricardo
Barros
SAÚDE Maringá/
PR
15/11/19
49
-
Engenheir
o Civil,
pela
Universida
de
Estadual
de
Maringá
UEM;
-
- prefeito de Maringá (1989-1993, 1994-
1998);
- deputado federal (1995-1999, 1999-
2003, 2003-2007, 2007-2011, 2015-
2019);
- filho de Silvio Magalhães Barros,
vereador (1961-1964,1965-1966) e
prefeito de Maringá (1971-1973),
além de deputado estadual (1967-
1970);
- irmão de Silvio Barros, prefeito de
Maringá (2004-2008, 2008-2012);
- marido de Cida Borghetti Barros,
atualmente vice-governadora do
Paraná, deputada estadual (2003-
25
REVISTA NEP-UFPR (Núcleo de Estudos Paranaenses), Curitiba, v.3, n.3, p. 1-28, agosto 2017 ISSN 2447-5548
DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
Empresári
o;
2006, 2007-2010) e deputada
federal (2010-2014);
- pai de Maria Victória Borghetti
Barros, deputada estadual no PR
(2014-2018);
- cunhado de Juliano Borghetti,
vereador em Curitiba (2009-2012);
Roberto
Freire
CULTUR
A
Recife/P
E
20/04/19
42
Direito Ingressou no serviço público em 1967,
ao ser aprovado no curso para gerente de
Cooperativa Integral de Reforma
Agrária realizado pelo IBRA.
Posteriormente, assumiu cargo de
procurador autárquico do IBRA -
Instituto Brasileiro de Reforma Agrária
(atual INCRA). É procurador
aposentado do INCRA. Foi deputado
estadual em 1974. Foi eleito para quatro
mandatos sucessivos de deputado
federal. Em 1994 elege-se senador e em
2002, volta à Câmara para o seu 5°
mandato como deputado federal.
Deputado Federal, 1979-1983, PE,
MDB. Dt. Posse: 01/02/1979; Deputado
Federal, 1983-1987, PE, PMDB. Dt.
Posse: 01/02/1983; Deputado Federal
(Constituinte), 1987-1991, 1991-1995,
PE, PCB. Dt. Posse: 01/02/1991; 2003-
2007, PE, PPS.Deputado Federal, 2011-
2015, SP, PPS. Dt. Posse: 01/02/2011;
Deputado Federal, 2015-2019, SP, PPS.
Roberto João Pereira Freire foi
casado com Letícia Baltar Freire,
filha do ex-senador Antônio
Bezerra Baltar (1915 — 2003)
Roberto João Pereira Freire é filho
de João de Figueiredo Freire e de
Maria de Lourdes Pereira Freire.
Seu pai era um funcionário de
pequenas empresas privadas
industriais e comerciais na cidade e
a mãe, Maria de Lourdes Pereira
Freire, era dona de casa.
Romero
Jucá
PLANEJ
AMENTO
Recife/P
E
30/11/19
54
Economist
a
Em 1984, secretário extraordinário de
Coordenação da Prefeitura do Recife. De
maio de 1986 a setembro de 1988,
presidiu a Fundação Nacional do Índio
(Funai), indicado por Marco Maciel, no
governo de João Figueiredo. Em 1988,
foi nomeado pelo então presidente José
Sarney e aprovado pelo Senado,
governador do Território Federal de
Roraima. Em 1992, diretor de
Abastecimento da Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab) e secretário
nacional de Habitação do Governo
Federal, no Ano que elegeu sua esposa,
à época, Teresa Surita pela primeira vez
prefeita de Boa Vista-RR. Governador –
RR (1988-1990) Senador - RR
(1995-2003//2011// 2011-
2016// 2016-2024). Ministro da
Previdência Social Governo Lula.
Romero Jucá (PMDB), exmarido
da prefeita de Boa Vista (RR), a
exdeputada federal e atual prefeita
de Boa Vista, Teresa Surita
(PMDBRR). Teresa Surita é irmã
do apresentador de televisão Emílio
Surita. Ele é dono do maior grupo
de comunicação do estado de
Roraima sendo duas emissoras de
televisão na capital Boa Vista
afiliadas da Rede Record, TV
Imperial, e afiliadas da Rede
Bandeirantes além de um jornal
impresso e duas estações de rádio.
Romero Jucá é pai do deputado
estadual Rodrigo Jucá (PMDBRR).
Ronaldo
Nogueira
de
Oliveira
TRABAL
HO E
PREVIDÊ
NCIA
SOCIAL
Carazinh
o/RS
25/04/19
66
Administra
ção de
empresas
Vereador em Carazinho/RS em 4
mandatos consecutivos (1992 a 2007).
Secretário Municipal de Habitação e
Assistência Social de Carazinho/RS
(1997-1998). Secretário Municipal de
Obras e Serviços Urbanos Carazinho/RS
(2003-2004). Diretor do Departamento
de Transportes da governadora Yeda
Crucius/RS (2007-2008). Diretorpresidente da Fundação Gaúcha de
Ronaldo Nogueira (PTB) é pastor
evangélico da Assembleia de Deus.
Faz parte da bancada evangélica.
Filho de Cecília Nogueira de
Oliveira. Miriam Nogueira de
Oliveira é sua filha. A indicação do
deputado federal Ronaldo Nogueira
(PTB-RS) para o Ministério do
Trabalho, Michel Temer abriu vaga
para o suplente Cajar Nardes (PR-
26
REVISTA NEP-UFPR (Núcleo de Estudos Paranaenses), Curitiba, v.3, n.3, p. 1-28, agosto 2017 ISSN 2447-5548
DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
Trabalho e Ação Social da governadora
Yeda Crucius/RS (2008-2010).
Deputado suplente federal/RS pelo PTB
(2011-2014) – assume no lugar de Luiz
Carlos Busato. Deputado federal/RS
pelo PTB (2015-2018).
RS), irmão do ministro do Tribunal
de Contas da União, Carlos
Augusto Nardes, relator do
processo de contas do governo
Dilma Rousseff, em 2014.
Sérgio
Etchegoyh
en
GABINE
TE DE
SEGURA
NÇA
INSTITU
CIONAL
Nasceu
na
cidade
de Cruz
Alta RS
1/2/52
General do
Exército
Brasileiro
Ingressou no Exército Brasileiro em 1º
de março de 1971, na Academia Militar
das Agulhas Negras, sendo declarado
Aspirante a Oficial de Cavalaria em 17
de dezembro de 197421.
Sérgio Westphalen Etchegoyen -
Filho do General de Brigada Leo
Guedes Etchegoyen e de Lucia
Westphalen Etchegoyen.Família de
militares.
Wellington
Moreira
Franco
SECRET
ARIA
ESPECIA
L DE
INVESTI
MENTO
Nasceu
em
Teresina
-PI, em
1944.
Sociólogo Ingressou na política em 1974, quando
elegeu-se deputado federal pelo estado
do Rio de Janeiro, na legenda do
Movimento Democrático Brasileiro
(MDB). Dois anos depois, ganhou as
eleições para prefeito de Niterói. Em 15
de março de 1987, tomou posse como
governador do Rio de Janeiro”22.
“Wellington Moreira Franco
conhecido como “genro do genro”
foi casado com Celina Vargas do
Amaral Peixoto, filha de Ernani do
Amaral Peixoto e Alzira Vargas, a
filha de Getúlio Vargas. Wellington
teve o irmão Nelson Moreira
Franco, ex-Secretário de
Desenvolvimento Social do Estado
Elaboração dos autores
Considerações finais Observamos que os dois coletivos analisados, o dos “Operadores da Lava-Jato” e o “Ministério Temer” apresentam as mesmas estruturas prosopográficas, a mesma centralidade na hereditariedade, reprodução de capitais sociais familiares, escolarização de elite, trajetórias dentro da elite estatal, relações familiares e políticas decisivas para as carreiras da grande maioria dos atores pesquisados em suas biografias, cargos e itinerários ideológicos tradicionais, preferencialmente à direita política e conservadores. O núcleo duro da Lava-Jato é formado por operadores vinculados à famílias políticas e famílias do sistema judicial (Rodrigo Janot Monteiro de Barros, Sérgio Moro, Carlos Fernando dos Santos Lima, Deltan Dallagnol, Diogo Castor de Mattos). Dos 31 ministros listados, 17 apresentaram significativos capitais sociais e políticos
21 Disponível em http://www.gsi.gov.br/ministro/biografia e http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,cenario-umafamilia-ligada-aos-levantes-nos-quarteis-ha-90-anos-imp-,1605865. Ambos os sítios acessados 18.junho.2017.
22 Disponível em http://www2.planalto.gov.br/presidencia/ministros/secretaria-geral-da-presidencia-da-republica.
Acesso 18.junho.2017.
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REVISTA NEP-UFPR (Núcleo de Estudos Paranaenses), Curitiba, v.3, n.3, p. 1-28, agosto 2017 ISSN 2447-5548
DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 familiares nas suas trajetórias (Torquato Jardim, Aloysio Nunes, Bruno Araújo, Fernando Coelho Filho, Geddel Vieira Lima, Helder Barbalho, Henrique Alves, Henrique Meirelles, Mendonça Filho, Sarney Filho, Leonardo Picciani, Maurício Lessa, Ricardo Barros, Roberto Freire, Jucá, Etchegoyen e Moreira Franco). Mesmo os nomes que não possuíam forte influência familiar, como o caso de Ronaldo Nogueira, sofrem a constante influência das redes familiares, como no interesse da posse do seu suplente Cajar Nardes (PR-RS), irmão do ministro do Tribunal de Contas da União, Carlos Augusto Nardes, relator do processo de contas do governo Dilma Rousseff, em 2014. Os principais operadores da Lava-Jato e boa parte dos Ministros de Temer não são membros da “classe média”, ou apenas técnicos e gestores, quase todos são membros, ou casaram, com importantes famílias políticas presentes ao longo da história nos poderes executivo, legislativo e judiciário. Todos os nomes aqui listados pertencem ao 1% mais rico, quando não ao 0,1% mais rico e sempre revelam a característica “familiar” do sistema judicial e do governo no Brasil, presentes em todas as suas regiões. Os padrões de “moralidade”podem ser observados quando operadores, como o agente da Polícia Federal Newton Hidenori Ishii, vulgo “Japa da Federal”, revelam quase sempre possuírem uma verdadeira história oculta de malfeitos por detrás das imagens e discursos da mídia oficial, como “heróis salvadores da República”. A oposição, a crítica e mesmo valores como o “ódio” social e político à democracia, às eleições, aos movimentos sociais e sindicais, ao Partido dos Trabalhadores, à Central Única dos Trabalhadores, bem como aos discursos da esquerda representam outra característica bastante frequente dessas formas de “lawfare”. Muitos desses atores participaram, apoiaram pessoalmente e tiveram familiares participando de manifestações contra os presidentes Lula, Dilma e os governos do PT. O resultado é um governo golpista. Quase todos os investigados possuem bons vínculos e boas relações com a mídia hegemônica, muitos participando ativamente de programas e eventos juntos aos principais veículos da mídia dominante do Brasil. Formam todos grandes redes de sociabilidade e interação, como solenidades e eventos privados e oficiais em que se encontram, celebram e compartilham os mesmos valores, mentalidades, ideologias e cultura política, de modo que reproduzem geração a geração as mesmas estruturas familiares dentro das instituições estatais e das empresas privadas, casando com pessoas com perfis sociais, culturais e ideológicos semelhantes. O clube fechado pode ser verificado em eventos como o Grupo de Líderes Empresariais - LIDE, do Prefeito João Doria, de São Paulo. Este texto de debate reafirma a teoria do nepotismo desenvolvida pelo grupo de pesquisadores. A política e a justiça no Brasil continuam sendo em boa parte negócios de família.
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REVISTA NEP-UFPR (Núcleo de Estudos Paranaenses), Curitiba, v.3, n.3, p. 1-28, agosto 2017 ISSN 2447-5548
DOSSIE DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2 DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2
Referências ALMEIDA, Frederico Normanha Ribeiro de (2010). A nobreza togada: as elites jurídicas e a
política da Justiça no Brasil. Tese de Doutorado em Ciência Política. Universidade de São Paulo. 2010. Disponível em file:///D:/Bibliotecas/Downloads/2010_FredericoNormanhaRibeirodeAlmeida.pdf. Acesso 13.maio.2017. Macedo, João Noel Azevedo & Macedo, Enólia Bacellar (1998). Genealogia de Manoel Ribeiro
de Macedo. Curitiba: Edição dos Autores. PALUDO, Januário (2011). Forças-tarefas: direito comparado e legislação aplicável. Brasília: MPF, Disponível em file:///D:/Bibliotecas/Downloads/Manual%20de%20Atuacao%20volume%208.pdf. Acesso 15.junho.2017. STONE, Lawrence (2011). Prosopografia. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, v.19, n. 39, p. 11


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