15 de out. de 2013

IX Feira KRAHÖ de Sementes Indígenas - Como incorporar com sustentabilidade e preservação a cultura indigena a atividade turistica ?

A Associação Kapèy – União das Aldeias Krahô, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (uma das 47 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa), a Rede Ipantuw e a Fundação Nacional do Índio - Funai promovem no período de 14 a 18 de outubro de 2013, a IX Feira Krahô de Sementes Tradicionais, no município de Itacajá/TO.

O evento, que já está em sua nona edição, tem como objetivo desenvolver ações para incrementar a segurança alimentar indígena, pelo incentivo à conservação local das variedades agrícolas tradicionais e promoção de capacitações nas áreas de agroecologia e artesanato, entre outras. Este ano, a Feira conta também com o apoio da Articulação Nacional de Agroecologia – ANA, da Rede Cerrado e da Petrobrás.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Terezinha Dias, que é uma das coordenadoras do evento, as feiras de sementes estimulam a conservação das variedades agrícolas tradicionais, pela valorização do orgulho da herança cultural relacionada aos recursos genéticos. “Além de sementes tradicionais, as feiras possibilitam às etnias compartilhar também aspectos culturais, como festas, cantos, danças, comidas, pinturas corporais, artesanatos, tornando o evento uma grande confraternização”, explica.


A Feira Krahô de Sementes Tradicionais foi realizada pela primeira vez em 1997. Na última edição, em 2010, o evento reuniu cerca de 2.500 pessoas de 10 etnias. Este ano, vai contar com mais de três mil indígenas, incluindo representantes das aldeias Krahô e de outras trinta etnias do Brasil e do exterior.

Além dos povos indígenas, pesquisadores e indigenistas, o evento agrega também representantes de organizações governamentais e não governamentais, outros profissionais e acadêmicos, bem como a população do entorno da área indígena.

“A troca de sementes entre os índios Krahô acontece tradicional e culturalmente, mas ao longo dos anos instituições parceiras começaram a realizar a Feira junto com eles, e hoje, a dimensão do evento é grande, envolvendo indígenas de outros estados e países e instituições colaboradoras”, afirma Nadi Rabelo da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que também atua na organização do evento.

Relação entre a Embrapa e comunidades indígenas

A relação entre a Embrapa e as comunidades indígenas começou em 1995, quando representantes do povo indígena Krahô, do Tocantins, procuraram a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, DF, em busca de sementes tradicionais de milho e amendoim, que estavam conservadas nas câmaras de conservação da Unidade, onde mais de 100 mil amostras de sementes são conservadas a 20ºC abaixo de zero.

O objetivo dos índios Krahôs era reintroduzir as variedades tradicionais nas suas roças, pois o processo de aculturação deste povo indígena levou à substituição das suas sementes tradicionais por sementes comerciais e híbridos que, muitas vezes, não são adequadas ao seu sistema de cultivo a as suas necessidades alimentares.

A interação entre esta comunidade indígena e a Embrapa levou à assinatura de um convênio entre a Empresa e a FUNAI, visando não só oficializar e facilitar esse trabalho, como também estendê-lo a outras comunidades indgenas, que enfrentam os mesmos problemas e necessidades dos Krahô.

“As terras indígenas ocupam quase 12% do território nacional - cerca de 104 milhões de hectares – com grandes extensões territoriais na Amazônia, que embora sujeita às depredações dos recursos naturais, às invasões e explorações, ainda atendem às demandas alimentares das comunidades indígenas. No restante do Brasil o quadro é diferente: os povos indígenas habitam territórios exíguos e bastante danificados do ponto de vista ambiental e não conseguem atender às demandas alimentares e sócio-culturais”, afirma Terezinha.

Por isso, uma das prioridades da Embrapa hoje é reforçar a parceria com povos indígenas buscando, ao mesmo tempo, favorecer projetos de segurança alimentar, conservação e promoção da biodiversidade, com foco em pesquisas e ações de desenvolvimento local sustentável e valorização cultural.

A sede da associação Kapey localiza-se a cerca de 20 km da cidade de Itacajá, estado do Tocantins, a aproximadamente 267 Km de Palmas, TO e a 1.100 Km de Brasília, DF.

Contatos: Embrapa: (61) 34484789; 99765604; 81731728; Funai: (63) 32329404; 34391107; 84846390. Site: www.redeipantuw.org e Facebook:Feira Krahô de Sementes Tradicionais (Facebook)

DO EDITOR - Necessário se faz o debate sobre as potencdialidades da cultura indigena, buscando caminhos de resgate e trazendo todas essas tradições a tona, respeitando todos os valores, mas ao mesmo tempo, disponibilizando de forma consciente, através de ações que visem a sustentabilidade, todas as formas de criatividade, fazendo-as chegar a todos os quadrantes do país e do exterior.
Existe um rico acervo de peças em várias instituições, que ficam guardadas quase sem acesso ao público, existe um fazer diário  nas aldeias, o que está sendo necessário é a junção de esforços de todos os atores, visando canais de divulgação e comercialização. A discussão de se levar grupos as aldeias ou parques é um passo adiante e de  estudo.
Na experiencia tida a partir de 1975 com a FUNAI, ao criar a FEIRA DE ARTESANATO INDIGENA, que se prolongou até 1992, foi a de disseminar toda a pujança criativa realizada no dia-a-dia nas aldeias, trazendo-as para o conhecimento e comercialização em inúmeras cidades do país, além de manter uma mostra permanente na cidade de São Paulo, atraindo interessados em geral. Darmos ao luxo de esconder toda essa potencialidade é um deserviço descomunal a todos. Fica aberto esse canal de comunicação para apresentação de propostas.
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