17 de jan. de 2014

Casa de Oxumarê agora é patrimônio histórico e cultural do Brasil - Salvador-BA

O Terreiro Ilê Axé Oxumarê, conhecido como Casa de Oxumaré. foi tombado na tarde desta quarta-feira(15), A ministra da Cultura Marta Suplicy, a ministra da SEPPPIR, Luiza Bairros e o governador da Bahia Jaques Wagner, entre outras autoridades, estiveram presentes na cerimônia de apresentação da placa que dá ao tempo o título de Patrimônio Histórico e Cultural Nacional.
Casa_Oxumare

foto-divulgação-facebook
A Casa de Oxumaré é um dos mais antigos e tradicionais terreiros de candomblé da Bahia e sua origem remonta ao início do século XIX. O templo é uma das matrizes responsáveis pela construção da religiosidade afro-brasileira. Além das atividades religiosas, o terreiro é engajado em vários projetos sociais e culturais, que envolvem a comunidade da região da Avenida Vasco da Gama e da Federação.


Com esse tombamento, o IPHAN consolida o conceito de Patrimônio Cultural, ressaltando a importância das manifestações que contribuíram para a formação da identidade nacional. Além do Terreiro, o Teatro Castro Alves também foi tombado pelo Instituto nesta quarta, tornando-se o primeiro patrimônio da arquitetura moderna tombado no estado da Bahia.
História de Luta - A solicitação de tombamento do Ilê Axé Oxumarê – considerado um dos mais antigos espaços de realização de cultos das religiões de afro-brasileiras da Bahia e de grande reconhecimento social – foi feita em 18 de setembro de 2002, pelo sacerdote Babalorixá Sivanilton Encarnação da Mata, com a ajuda de outros integrantes da comunidade do Axé. Mas, em 2006, o projeto foi arquivado por não ter documentação suficiente. Foi quando Babé Pecê reuniu uma nova equipe e conseguiu organizar todos documentos exigidos pelo IPHAN. Um novo laudo foi realizado, dessa vez pelo historiador e antropólogo, professor Ordep Serra.
"A Casa de Oxumarê conseguiu manter a tradição, preservou saberes e isso merece ser conservado. É um patrimônio. Esse título, o reconhecimento do IPHAN, apenas atesta o que já sabíamos, temos um grande legado da história africana nesse terreiro", disse o professor.Para o Diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Palmares, Alexandre Reis, o tombamento reafirma o momento histórico vivido no país onde se consolidam as políticas de ações afirmativas pelo poder público e sociedade na superação das desigualdades. Na mesma linha, a Senadora Lídice da Mata ressaltou os avanços frente ás políticas culturais de igualdade racial e celebrou ainda o tombamento do Teatro Castro Alves, também na Bahia. Só na cidade de Salvador há mais de mil sedes de cultos afro-brasileiros.
Patrimônio da Nação – A partir de agora, que foi reconhecida como patrimônio histórico e cultural, a Casa de Oxumarê, tem a preservação da sua memória e legado garantida. Suas características históricas, artísticas, estéticas, arquitetônicas, arqueológicas, documental e ambiental passam a ser administradas por tutela pública.
O tombamento é de reconhecimento do valor cultural de um bem, que o transforma em patrimônio oficial e institui regime jurídico especial de propriedade, levando em conta sua função social. Um bem cultural é "tombado" quando passa a figurar na relação de bens culturais que tiveram sua importância histórica, artística ou cultural reconhecida. Os bens tombados são inscritos nos quatro LIVROS DO TOMBO, conforme determinação do artigo 4º do DL 25/1937.
Escrito por Portal da Secretaria de Cultura da Bahia Qui, 16 de Janeiro de 2014 12:06  
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