7 de jul. de 2016

Universidade de São Petersburgo quer atrair estrangeiros, diz reitor



Universidade de São Petersburgo quer atrair estrangeiros, diz reitor

30 de junho de 2016 GLEB FIÔDOROV, GAZETA RUSSA
O reitor da Universidade Estatal de São Petersburgo, Nikolai Kropachev, fala à Gazeta Russa sobre os tipos de profissionais estrangeiros em demanda na instituição e como cientistas internacionais podem acessar os recursos do Parque de Pesquisa.

Número de alunos estrangeiros dobrou nos últimos anos, segundo Kropatchev Foto:Press Photo 
Há muito tempo a Universidade de São Petersburgo (SPbU, na sigla em inglês) é ofuscada pela Universidade Estatal de Moscou. No entanto, em muitas áreas, incluindo o acesso a equipamentos de pesquisa ou publicações acadêmicas, e em grau de globalização, a SPbU está começando a ultrapassar a sua principal rival.
“Nossa universidade gasta atualmente cerca de US$ 3 milhões ao ano para garantir acesso a recursos acadêmicos on-line, a mesma quantia que a pasta da Educação e Ciência russa gasta na compra de recursos de biblioteca”, disse à Gazeta Russa o reitor da SPbU, Nikolai Kropatchev.
Além de fontes on-line e revistas acadêmicas recentes, a instituição tem investido em livros raros e manuscritos que já somam 6,8 milhões de itens, incluindo coleções exclusivas. Em entrevista, Kropatchev fala sobre o que mais a universidade pode oferecer aos estudantes e pesquisadores estrangeiros.
Que tipo de especialistas estrangeiros a universidade atrai?
Temos acadêmicos de renome internacional e líderes em suas áreas trabalhando para nós. Por exemplo, o vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2010, Christopher Antoniou Pissarides. O vencedor da medalha Fields em Matemática [muitas vezes descrito como o Prêmio Nobel de Matemática], o professor Stanislav Smirnov, graduado pela nossa universidade, dirige o Laboratório Tchebichev desde 2010.
Há ainda o professor Stephen J. O'Brien no comando do Centro Theodosius Dobjanski para Bioinformática do Genoma. Ele veio dos EUA há cinco anos, e hoje só trabalha para a Universidade de São Petersburgo, onde conduz o projeto “Genoma Rússia”. Uma de suas maiores realizações recentes mais conhecidas foi o sequenciamento do DNA do tigre de Amur e da chita, entre outros animais.
Mas também estamos interessados ​​em alunos de pós-doutorado. Nos últimos anos, tivemos mais de 150, sendo a maioria proveniente de universidades de fora da Rússia. A ideia é atrair talentos que estudem com a gente e depois continuem trabalhando na universidade como professores ou pesquisadores.
Muitas universidades russas não fornecem a estrangeiros ou pessoal de fora da universidade acesso a equipamentos de pesquisa. Como essa questão está sendo trabalhada na SPbU?
O nosso Parque de Pesquisa se estende por uma área de mais de 30 mil metros quadrados que abrigam mais de US$ 200 milhões em equipamentos avançados. E está igualmente aberto a usuários internos e externos: graduados e estudantes de pós-graduação, doutorandos e funcionários. Basta preencher um formulário de inscrição on-line e enviar o seu tema de pesquisa. Estudantes de pós-graduação e doutorado podem obter acesso ilimitado às instalações caos seja relevante para o seu programa de pesquisa. Por exemplo, um historiador poderia usar equipamentos disponíveis no Parque de Pesquisa para analisar um registro histórico ou estudar a composição do papel em que um documento histórico foi escrito.
Como funciona esse registro on-line?
O registro é feito no portal da Universidade de São Petersburgo. No site, também é possível monitorar facilmente a posição em que se está na lista de espera para usar um equipamento específico e ver quem está à frente na fila. No ano passado, o número total de usuários chegou aos 3.000. Mais da metade foram pessoas que não trabalham na nossa universidade. São cientistas de todo o mundo: América, Europa e Ásia.
Se alguém quiser fazer uma pesquisa independente, mas trabalha em outra universidade, também pode vir. Nós podemos fornecer a essas pessoas alojamento temporário, mas é preciso ter um certificado confirmando as habilidades para operar o equipamento em questão.
Que tipo de hospedagem é oferecida?
Disponibilizamos apartamentos vagos aos pesquisadores e professores que vêm trabalhar na universidade. Cerca de 100 apartamentos já estão ocupados. Se necessário, estamos preparados para aumentar o número de vagas para pesquisadores e professores de outras cidades e países que vêm trabalhar aqui.
E em relação aos estudantes, o número de estrangeiros também vêm crescendo?
Nos últimos anos, esse número mais do que duplicou. Antes, os estudantes estrangeiros vinham até nós principalmente para estudar língua e literatura russa. Agora, muitos estão mostrando interesse em outros campos também: Direito, Jornalismo, Relações Internacionais, Economia e Medicina. A faculdade de administração da Universidade de São Petersburgo, por exemplo, ocupa o 46º no ranking do Financial Times e é o único estabelecimento de ensino russo nesta lista.
O que mais vocês têm feito para atrair estrangeiros?
Duas coisas. Incorporar aspectos relacionados com outros países no currículo, e convidamos profissionais, inclusive estrangeiros, que tenham a oportunidade de influenciar o processo de aprendizagem. Essas pessoas avaliam os professores, os requisitos estabelecidos para os cursos, ajudam a definir as áreas para pesquisa e as competências que os formandos devem ter.
Por exemplo, o embaixador iraniano para a Rússia é professor na Universidade Estatal de São Petersburgo. Com sua ajuda, estamos desenvolvendo um conjunto de programas relacionados com o estudo das relações Rússia-Irã. Seguindo o mesmo padrão, cooperamos ativamente com China, Coreia do Sul e outros países.
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