25 de fev. de 2017

ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS DA PETROBRÁS CRITICA QUEBRA DO CONTEÚDO LOCAL E DIZ QUE ISSO LEVARÁ O BRASIL A UM NOVO CICLO COLONIAL

ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS DA PETROBRÁS CRITICA QUEBRA DO CONTEÚDO LOCAL E DIZ QUE ISSO LEVARÁ O BRASIL A UM NOVO CICLO COLONIAL

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
Felipe CoutinhoA decisão do governo de quebrar o conteúdo local atingiu em cheio a indústria, os trabalhadores e as lideranças do setor de óleo e gás, inclusive os engenheiros da Petrobrás, que veem o País tomando medidas que vão esvaziar a cadeia nacional de fornecedores, enviando empregos e divisas para outros países. O presidente da Associação de Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Felipe Coutinho, é um dos críticos à decisão e fala ao Petronotícias sobre as consequências que essa posição pode gerar, como a criação de um novo “ciclo colonial” no Brasil. “Nenhum país se desenvolveu exportando petróleo por multinacionais. O Brasil não será o primeiro”, alerta.
Como a Aepet recebe a decisão do governo em relação ao conteúdo local?
É mais uma decisão lamentável. A alteração da Lei da Partilha com o afastamento da Petrobrás do direito da operação foi o primeiro golpe. Depois, a renovação do Repetro, prorrogando os subsídio e favorecendo a importação de bens e serviços. Agora a redução brutal do conteúdo local mínimo. Somadas às declarações de intenção na aceleração nos Leilões.
Todas essas medidas favorecem as multinacionais e a exportação do petróleo cru, sem agregação de valor.
São medidas que concentram a renda petroleira e favorecem as multinacionais do petróleo e os bancos. Em contradição com alternativas que incentivem o desenvolvimento nacional e a distribuição da renda petroleira na economia brasileira, em benefício da maioria da população.
Nenhum país se desenvolveu exportando petróleo por multinacionais. O Brasil não será o primeiro.
– Qual será o impacto disso na indústria brasileira?
Mais desindustrialização.
Estamos entrando em mais um ciclo do tipo colonial. Como nos outros, ele beneficia uma pequena elite, por algum tempo. A maioria fica alijada dos ganhos no período próspero, mas herda o caos econômico, social e ambiental quando o ciclo se esgota. Os lucros são privatizados e os prejuízos socializados.
– Como pretendem reagir a isso?
A Aepet tem um papel essencialmente formulador. Travamos a disputa das ideias em favor da maioria dos brasileiros. Neste tema, como em outros, apresentamos críticas fundamentadas e alternativas. Também nos articulamos com outros setores organizados para disputar o senso comum.
Nossa defesa da Petrobrás e do petróleo brasileiro visa atender aos legítimos anseios da maioria, dos brasileiros que vivem do trabalho, estudam ou dependem da seguridade social.
https://www.petronoticias.com.br/archives/95374
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