7 de ago. de 2017

Em busca de holofotes, juiz gaúcho afronta Samuel McDowell, Márcio Moraes e a memória de Vladimir Herzog. - Editor - RESPALDO A MATÉRIA DE TAL CONTEÚDO, SÓ MESMO JUNTO AO ESPECTRO DO PIG- PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA.

Em entrevista ao Estadão deste domingo, o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4, corte que julgará recursos às sentenças de Curitiba), compara a sentença de Moro que condenou Lula à decisão da Justiça brasileira que em 1978 responsabilizou a União pelo assassinato de Vladimir Herzog.



O golpe de Estado de 2016 e a Operação Lava Jato se converteram em escada para a ribalta para uma plêiade de gente que passou a vida profissional na mais absoluta obscuridade.
Você liga a TV no Fantástico e dá com um juiz do Supremo falando javanês castiço. Entra no programa do Datena e lá está um imberbe procurador do Ministério Público, com o rosto coberto de espinhas, explicando o que é o direito alemão. Vai no Caldeirão do Huck e tromba com um capa-preta da Polícia Federal dissertando sobre as virtudes da delação premiada.
O melhor e mais acabado exemplo desse exibicionismo de auditório é o beneficiário número 1 da “sangria”, o presidente Postiço Michel Temer.
Ruim de voto, Michel Miguel é titular de uma extensa capivara na vida pública, da qual ninguém se lembra de um só projeto de lei, um miserável e solitário discurso que tenha merecido uma nota de pé de página de jornal. Nada, nada que chegue às canelas de um Afonso Arinos, um Almino Afonso, um Aliomar Baleeiro, um Paulo Brossard. Uma trajetória fosca, oca, típica dos políticos que Itamar Franco chamava de “percevejo de palácio”. Virou presidente. Postiço, mas presidente.
O mais recente candidato ao estrelato atende pelo nome de Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz. Ganha uma passagem de ida e volta a Miami, em primeira classe, quem souber responder, sem consultar o Google, quem é e o que fez pelo Brasil Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz.
Manchete principal do Estadão deste domingo, o desembargador Lenz é o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), sediado em Porto Alegre. É para o TRF-4 que irão os recursos de todas as sentenças do juiz Sérgio Moro.

Sem qualquer sombra de recato, o meritíssimo se esbalda em elogios à sentença de Moro que condenou, sem provas, o ex-presidente Lula – sentença cujos recursos serão julgados pelo tribunal presidido por Sua Excelência. Mas não é isso, na entrevista, que faz corar um frade de pedra.
O desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz afirma, com todos os efes e erres, que a referida sentença de Moro é comparável “para a História do Brasil”, à condenação da União pela morte de Vladimir Herzog.
Não se trata apenas de comparar o incomparável. A declaração do desembargador é uma afronta à memória de Vladimir Herzog e um vulgar desrespeito ao jurista Samuel McDowell de Figueiredo, advogado da família Herzog, e ao juiz Márcio José de Moraes, que em 1978, em plena ditadura, corajosamente condenou a União “pela prisão ilegal, tortura e assassinato” de Vlado.
Pode ficar de olho: logo, logo o desembargador Lenz estará no “Altas Horas”.
http://www.nocaute.blog.br/brasil/em-busca-de-holofotes-juiz-gaucho-afronta-samuel-mcdowell-marcio-moraes-e-memoria-de-vladimir-herzog.html
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