13 de jan. de 2013

Política e (de) Turismo - Otavio Demasi


Prédio do Hotel Municipal de Jacarezinho - atualmente abriga a Secretaria de Educação- jacarezinho.pr.gov.br

Militando profissionalmente a 42 anos, acompanho o desenvolvimento da atividade turistica no pais, realizando os mais diversos serviços, com preponderancia na área pública. Embora se sistematize a implementação do turismo no país, com o advento da Embratur- Empresa Brasileira de Turismo em 1966 - se formos olhar um pouco a história-  de cara teremos conhecimento do IBRATUR e de um cipoal de leis, desde os tempos do império. Essa afirmativa, veio pelos dirigentes do pais, que implantaram a ditadura em 1964, visando dizer que descortinavam nova possibilidade economica para o país, mas na verdade, o que fizeram, foi premiar, como fazia a ditadura espanhola de Francisco Franco, na Espanha, o capitalismo internacional, através de incentivos fiscais, onde o dinheiro pago pelos brasileiros, via imposto de renda, ia para capitalizar tais redes internacionais de hotéis, que tinham capital suficiente para tirarem do bolso o dinheiro para tais empreendimentos.


Isso é um tipo de política. Tivemos  municipio paulista -  estancia hidromineral - que concedeu tanta isenção de impostos, que ficou com os cofres vazios e custos enormes de coleta de lixo, etc. Vários outros,  visando criar fluxo, o que é muito duvidoso, investiram enormidade de recursos, nos Hotéis Municipais, mas esqueçeram a implementação de políticas de turismo, formação de mão-de-obra e foram literalmente a falencia - um verdadeiro saco sem fundo - e acabaram se desfazendo de tais equipamentos por preços aviltantes, sangrando o bolso dos contribuintes.
Outra forma de união da politica com o turismo, são as pressões dos incorporadores imobiliários, onde depara-se total apoio oficial  a tais empreendimentos, largando o pequeno empreendedor ao limbo. É o capitalismo de governo, a favor dos poderosos, primordialmente, na valorização de imensas propriedades terrotoriais, que do dia para a noite, recebem investimentos os mais diversos, sem antes, ter expulsado a preço vil, os antigos proprietários. Nada, bem pouco se faz em forma de politicas públicas, visando dar condições para que pequenos proprietários rurais, que colonias de pescadores, recebam infra-estrutura urbanística, treinamento, recursos com juros baixos, por exemplo. ´É o capitalismo de Estado, passando o trator sobre o turismo participativo, ou comunitário.
Vejamos a área de eventos, onde a política e o turismo, andam juntas, massacrando a cultura, o folclore, a gastronomia, com a realização de imensos investimentos em contratação de artistas de renome nacional e internacional, quando poderiam com essa verba, realizarem, 100, 200 ou até 1000 eventos com a prata-da-casa, dando aos turistas e até mesmo aos moradores,  conhecimento  da cultura local. Outra praxe é a de deixar de dotar as áreas periféricas com equipamentos culturais e também não disponilizar áreas públicas para a apresentação durante todo o ano dos artistas da cidade.
Embora seja facultativo aos Executivos(as) nomearem quem melhor lhes aprouver, em sua grande maioria, deixam de escolher pessoas capacitados com o setor turístico e que ao mesmo tempo sejam quadros de agremiações políticas, o que sanaria em parte o problema. O que vemos, em pequeno levantamento realizado pelo blog, que a maioria esmagadora dos escolhidos -podem ter ótimas intenções e planos - são neófitos ao setor. Vemos então o total descaso pelos formando em turismo, seja a nivel universitário ou nivel médio, que desde os idos de 1970 se formam , somando milhares e milhares  , totalmente esquecidos, com rara excessões - pelos poderes nas tres esferas de governo - que poderiam ser concursados e ou requisitados e nomeados, dando um maior profissionalismo ao turismo, municipal, mesmo dando a mão à palmatória ao conteúdo ministtado em alguns estabelecimentos educacionais.
Cabe implementar politicas públicas voltadas ao desenvolvimento turístico, as quais virão ajudar no combate a miséria, a fixação das pessoas em seus municipios, a redistribuição de renda, a geração de empregos, a valorização de todo os espectro cultural, natural, histórico, arquitetonico e criativo, abrindo frentes de trabalho, empreendedorismo, negócios e midia entre outros. As e os eleitos no pleito de outubro passado, ainda tem tempo de refletir, considerar e buscar as alternativas que possibilitem quebrar paradigmas, pois o maior poder de fogo, na manutenção do status quo está na base municipal. Nem a Política e o Turismo, nem a Política de Turismo, terminam neste artigo.
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