3 de out. de 2012

PI- Propriedade Intelectual & Eventos

  
O esporte no século XXI tem duas faces igualmente importantes: o espetáculo dos atletas e a indústria bilionária que envolve as competições. Enquanto se luta por ética nos jogos, cresce também o movimento para que o 'fair play' valha fora de campo, com o respeito aos torcedores e aos patrocinadores, que viabilizam a festa do esporte.
Às vésperas da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, o Brasil enfrenta diversos desafios. Um dos mais importantes é garantir o respeito à propriedade intelectual de organizadores e patrocinadores, além de usar marcas e patentes como ferramentas para alavancar a inovação na indústria esportiva nacional. Estas foram as lições do seminário PI & Esportes, realizado no Rio de Janeiro, nos dias 12 e 13 de setembro, com patrocínio da FINEP.

Este não é um problema exclusivo do Brasil, todos os países que sediaram grandes eventos enfrentaram a questão da pirataria. Mas certamente é preciso combatê-la - afirmou Francis Gurry, diretor-geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, na mesma linha do presidente do INPI, Jorge Avila, que ressaltou a importância da propriedade intelectual para viabilizar a indústria esportiva.
Prejuízo de US$ 200 bilhões
Gurry mencionou que o prejuízo da pirataria global chega a US$ 200 bilhões (R$ 400 bilhões) por ano, nas transações internacionais. No Brasil, estes valores chegam a R$ 32 bilhões anualmente, e dois milhões de empregos perdidos, como destacou o deputado Guilherme Campos (PSD-SP), que atua na Frente Parlamentar de Combate à Pirataria.
Parte destes valores, com certeza, se refere a produtos esportivos, criando riscos para um negócio em alta no mundo todo: o comércio envolvendo jogos e atletas movimentará, no mundo todo, US$ 133 bilhões (mais de R$ 266 bilhões) em 2013. Surge aí uma chance para o Brasil investir em inovação e usar o esporte em benefício de sua economia
- O Rio de Janeiro é uma marca reconhecida mundialmente e, como Londres, a cidade estará numa vitrine nos próximos anos. O esporte será uma ferramenta para a inovação - comentou a secretária estadual de Esportes, Márcia Lins.
Do Real Madrid a Usain Bolt
Exemplos não faltam de sucesso econômico do esporte. Segundo Auke-Jan Bossenbroek, responsável pelo branding da Fifa, a Copa do Mundo envolve recursos da ordem de US$ 1,3 bilhão (R$ 2,6 bilhões) e metade da população do planeta já assistiu a seus jogos.
Mas, para garantir os recursos de um evento deste porte, é necessário ter cuidado com o uso das marcas e combater práticas como o marketing de emboscada. Ele ocorre quando empresas que não são patrocinadoras tentam divulgar sua marca usando artifícios como caminhões com cartazes publicitários na porta de estádios ou grupos de pessoas nos jogos com camisas de corporações. Tais questões foram coibidas, por exemplo, no último Mundial, na África do Sul, em 2010.
Outro exemplo de sucesso é a marca Real Madrid, que vale hoje, segundo a revista Forbes, US$ 1,88 bilhão (quase R$ 3,8 bilhões), só perdendo no ranking mundial para o Manchester United, com US$ 2,23 bilhões (cerca de R$ 4,5 bilhões). Mas, além da fama, as marcas dependem de proteção, como fez a Jamaica com o velocista Usain Bolt, campeão dos 100 metros rasos nos Jogos Olímpicos de Londres. Tendo os atletas como patrimônios nacionais, os jamaicanos querem que, até 2016, o esporte represente 4% do seu PIB.
Diante de cifras cada vez maiores, em grande parte garantidas pelas transmissões de TV, é claro que conflitos podem surgir - mas nada que sirva como desculpa para a pirataria. Existem instrumentos para resolver tais conflitos, como a mediação, muito usada em disputas de propriedade intelectual no campo esportivo.
Mediação de conflitos
Neste contexto, em busca de soluções para conflitos de propriedade intelectual, o INPI e a OMPI assinaram, durante o evento, um acordo para criar um Centro de Mediação no Instituto. Com apoio da OMPI, estão sendo treinados 80 mediadores, que podem atuar no Centro do INPI, cuja operação deverá começar em dezembro. Também foi assinado o acordo para cooperação sul-sul em matéria de propriedade intelectual.
Disputas fazem parte da essência do esporte, mas se forem levadas com o citado 'fair play', o resultado será de vitória para todos. Afinal, assim como a inovação, o esporte é ferramenta de desenvolvimento e superação de limites.
-Mais do que competição ou entretenimento, vejo o esporte pelo que representa, como forma de respeito e fraternidade entre as pessoas e os países. O esporte está no meu DNA - disse a ex-nadadora costarriquenha Sylvia Poll, medalhista olímpica em Seul-1988 e que hoje representa seu país junto às Nações Unidas.
 
MAtéria extraida do portal www.inip.gov.br de autoria de Marcelo Chimento com colaboração de Afonso Camargo
 
.

.
 




 
Share:

Related Posts:

0 comentários:

Postar um comentário