Marinha diz ter consciência de obstáculos do PROSUB com crise
QUI, 12/01/2017 - 14:43
ATUALIZADO EM 12/01/2017 - 15:44

Jornal GGN - Na mira da Operação Lava Jato no Brasil e de outros 11 países, além do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, os contratos da Odebrecht se veem ameaçados pelos próximos anos. Um dos principais empreendimentos a nível de tecnologia nacional é o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). Terminada a concepção do submarino de propulsão nuclear há mais de três anos, atrasos em outras estruturas e a queda de 50% do efetivo da Odebrecht deixam incertezas na expectativa de conclusão. A Marinha do Brasil admite que a crise, que assola a empreiteira e os investimentos do governo, é um desafio.
"A Marinha tem consciência dos obstáculos tecnológicos que surgirão e terão que ser vencidos em função da situação econômica do País. O cronograma passa constantemente por criteriosa análise de forma a se adequar ao orçamento disponível e refletir as perspectivas futuras da economia e a necessidade de vencer os diversos obstáculos que estão por vir", assumiu o contra-almirante Flávio Augusto Viana Rocha ao GGN.
No ano de 2015, os ajustes de contingenciamento no país já reduziam o ritmo de trabalho no Estaleiro e Base Naval de Submarinos (EBN), a central da marinha que leva a cabo o PROSUB. O Programa foi um acordo do país com a França, mais especificamente o grupo de construção naval DCNS, em 2008, que escolheu a Odebrecht sem licitação para formar o consórcio.
O contra-almirante, que é diretor do Centro de Comunicação da Marinha, explicou que são três os principais empreendimentos do PROSUB: a construção de uma infraestrutura industrial e de apoio para construção, operação e manutenção dos submarinos; a construção de quatro submarinos convencionais (chamados de S-BR) e o principal, o projeto e construção do submarino com propulsão nuclear (denominado SN-BR).
O objetivo, ao final, é ainda maior que as obras em si: permitir "ao país desenvolver de forma autônoma uma série de novas tecnologias, aliado a nacionalização de sistemas e equipamentos com significativo ganho para a indústria nacional", contou Viana Rocha.

Maquete do submarino nuclear brasileiro
Consultada pelo GGN, a Marinha mostra que, apesar de garantir a continuidade dos trabalhos, pouco avançou o Programa de Desenvolvimento de Submarinos desde janeiro de 2016 até janeiro deste. A análise, por exemplo, de que o cronograma se adequa ao orçamento disponível é a mesma de um ano atrás, assim como as etapas já concluídas. O que houve de mudanças, mas de forma negativa, é a expectativa de entregas.
Nesse aporte da tecnologia francesa para o Brasil, são diversas as etapas de construções e projetos, sob o cargo da Odebrecht. Na primeira delas, a de infraestrutura, está a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), de dois Estaleiros e uma Base Naval, um Centro de Instrução e Adestramento para as tripulações dos submarinos, além de um Complexo Radiológico.
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