1 de out. de 2017

Em direto/Referendo catalão. ‘Sim’ vence com 90% dos votos. Carles Puigdemont, presidente do governo regionalaa da Catalunha : "Ganhámos o direito de ser um Estado independente"

CATALUNHA

Em direto/Referendo catalão. ‘Sim’ vence com 90% dos votos

O governo catalão anunciou os resultados, tendo votado mais de 2 milhões de eleitores. Puigdemont irá transferir resultados para o parlamento catalão. 844 pessoas ficaram feridas nos confrontos.

Getty Images
  • O executivo catalão diz que a participação eleitoral ficou nos 42%, o que, “nas circunstâncias atuais”, é uma participação “extraordinária”.
  • Questionado por um jornalista se o governo catalão irá proclamar a independência com este resultado, Junqueras responde que “é ao parlamento que compete declarar a independência”. Ou seja, aparentemente, o governo adia por alguns dias esse anúncio, para o fazer com o apoio parlamentar.
  • 'Sim' à independência teve 90% dos votos

    “O referendo celebrou-se, votou-se e contaram-se os votos. Com muitas dificuldades, mas celebrou-se. E passámos do ‘vamos votar’ para o ‘votámos'”, disse Jordi Turull, porta-voz do governo catalão, numa conferência de imprensa conjunta com Oriol Junqueras (vice-presidente catalão) e Raül Romeva (conselheiro das Relações Exteriores catalão).
    Turull anunciou os resultados da votação: 90,09% dos votos são a favor do ‘sim’ à independência e 7,87% pelo ‘não’. 2% dos eleitores votaram em branco e 0,8% fizeram um voto nulo. Ao todo, foram contados 2.262.424 boletins de voto. O governo catalão garantiu ainda que 400 escolas foram encerradas e confirmou os 844 feridos, dizendo que 73 deles apresentaram queixa.
    Na praça Catalunya a reação ao anúncio dos resultados foi de euforia:
  • Resultados: até agora, 92% a favor do 'sim'

    De acordo com o levantamento dos resultados feitos pelo La Vanguardia, nas assembleias de voto onde já se contaram votos, 92% dos eleitores escolheram o ‘sim’ à independência. No entanto, prevê-se que a contagem total dos votos seja demorada.
  • Ponto de situação às 22h15

    Ora então, resumindo e concluindo (que o dia já vai longo), vamos perceber o que aconteceu neste dia:
    • Milhares de catalães saíram à rua para votar, mas muitos deles acabaram por sofrer cargas policiais violentas quando a Polícia Nacional e a Guardia Civil tentavam encerrar assembleias de voto e apreender urnas. Ao todo, 844 pessoas foram assistidas pelos serviços de emergência médica, segundo dados fornecidos pelo governo catalão. Entre eles há dois feridos graves a registar.
    • Os Mossos d’Esquadra (polícia catalã) foram acusados de passividade e têm seis investigações pendentes sobre si, na sequência de algumas queixas.
    • Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol, recusa as acusações de que as forças policiais reagiram com demasiada violência e culpou o governo regional da Catalunha pelo que aconteceu — “não procurem mais responsáveis, que não há”, disse. Sublinhando que o referendo “simplesmente não existiu”, o Presidente do Governo anunciou que vai convocar os partidos com assento parlamentar para discutir o que se passou.
    • Pedro Sánchez, líder do PSOE, deixou imediatamente a seguir ao discurso de Rajoyuma mensagem ao primeiro-ministro e à Generalitat catalã: “Negoceiem, negoceiem, negoceiem”.
    • Por fim, Carles Puigdemont, líder do governo regional catalão, anunciou que irá transferir os resultados do referendo para o Parlamento catalão, a fim de se cumprir o que está “previsto na lei do referendo”. Embora não se pronunciando sobre o resultado do referendo, Puigdemont anunciou que os catalães ganharam “o direito de ser um Estado independente”.
  • Carles Puigdemont: "Ganhámos o direito de ser um Estado independente"

    O presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, não assumiu a vitória no referendo mas garantiu que vai transferir os resultados para o parlamento regional, de modo a que se implemente a lei do referendo (declarada ilegal pelo Tribunal Constitucional, tal como o referendo em si) nos próximos dias.
    “Temos o direito de decidir o nosso futuro”, disse a partir do Palácio da Generalitat. “Ganhámos o direito de ser um Estado independente que é constituído sob a forma de uma república.”
    “Nos próximos dias transferirei para o parlamento da Catalunha os resultados do dia de hoje para que se atue segundo o que está previsto na lei do referendo”, disse num discurso na Praça da Catalunha, no centro de Barcelona. Sobre a violência deste domingo, disse: “Espanha escreveu uma página vergonhosa na sua relação com a Catalunha. Infelzimente, não é a primeira”.
    Depois, falou diretamente para a Europa, naquilo que é um gesto de afastamento de Espanha e de aproximação à União Europeia, da qual deseja fazer parte enquanto país soberano. “Ganhámos o respeito da Europa. Não podem olhar para o outro lado”, disse, referindo que agora o que se passa naquela região “já não é um assunto interno, um assunto europeu”.
  • http://observador.pt/2017/10/01/catalunha-policia-espanhola-invade-assembleias-de-voto-e-remove-urnas/
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