24 de dez. de 2017

Ministério Público Federal denuncia prefeito de Manaus por omitir bens da Justiça Eleitoral

Ministério Público Federal denuncia prefeito de Manaus por omitir bens da Justiça Eleitoral

Arthur Virígilo Neto (PSDB) declarou 19% de seu patrimônio, afirma procuradoria. Prefeitura diz que informações foram corrigidas.

Por G1 AM
 

Apartamentos estão localizados em condomínio de luxo, na Ponta Negra, em Manaus (Foto: G1 )Apartamentos estão localizados em condomínio de luxo, na Ponta Negra, em Manaus (Foto: G1 )
Apartamentos estão localizados em condomínio de luxo, na Ponta Negra, em Manaus (Foto: G1 )
O Ministério Público Federal do Amazonas (MPF-AM) denunciou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), por omitir bens à Justiça Eleitoral antes do pleito municipal de 2016, quando ele foi reeleito. O órgão entende que o patrimônio informado pelo político representa apenas 19% do que ele apresentou à Receita Federal.
A ação tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM). A pena prevista na legislação para este tipo de crime é de reclusão até cinco anos e pagamento de multa.
Em nota, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Manaus (Semcom) afirma que a declaração de bens de Arthur Virgílio Neto foi corrigida junto ao TRE-AM em outubro de 2016 e que, porteriormente, foi protocolizada uma petição com a relação de bens em um CD, também adicionado aos autos.
"Ressaltamos que na mesma petição foi solicitada a correção da informação no Sistema DivulgaCand 2016, porém o pedido não foi atendido por razões técnicas, segundo informou o TRE-AM", finalizou o comunicado.
Prefeito Artur Neto (Foto: Suelen Gonçalves)Prefeito Artur Neto (Foto: Suelen Gonçalves)
Prefeito Artur Neto (Foto: Suelen Gonçalves)

Imóveis na Ponta Negra

Quando formalizou o registro de candidatura, Artur declarou patrimônio pessoal de R$ 160.784,29. O prefeito listou como bens um imóvel no valor de R$ 36 mil e aplicações bancárias. No entanto, o MPF afirma que o valor declarado deveria ser de, no mínimo, R$ 839.410,311.
O patrimônio informado por Artur é 75% inferior ao que ele declarou em 2012, quando foi eleito prefeito pela primeira vez desde o início da década de 1990.
O MPF cita imóveis localizados na Ponta Negra, cujos dados não constam na declaração de bens enviada à Justiça Eleitoral. O bairro é uma das áreas mais caras de Manaus. Na denúncia, o órgão diz que o prefeito omitiu informações sobre os imóveis "intencionalmente e não por erro".
Em 2016, Portal da Prefeitura informava que dois apartamentos estavam no nome de Artur Neto (Foto: Reprodução)Em 2016, Portal da Prefeitura informava que dois apartamentos estavam no nome de Artur Neto (Foto: Reprodução)
Em 2016, Portal da Prefeitura informava que dois apartamentos estavam no nome de Artur Neto (Foto: Reprodução)
O político teve prazo de quase dois meses para retificar qualquer erro em sua declaração de bens enviada à Justiça Eleitoral, pontua o MPF. "Entretanto, além de negar o equívoco durante todo período eleitoral, preferiu esclarecer somente no dia seguinte ao segundo turno, impedindo que os eleitores avaliassem tal circunstância na hora de decidir o voto", diz a nota do órgão.
Em setembro de 2016, antes do 1º turno, o então candidato Artur Neto concedeu entrevista ao G1 e informou que o divórcio recente teria sido responsável pelo encolhimento do seu patrimônio. Ele foi questionado sobre a redução de 75% dos bens, em comparação às declarações apresentadas nas eleições de 2012 e 2016. Ele não falou sobre a existência dos dois imóveis.
A denúncia aponta ainda como "evidente a finalidade eleitoral na omissão". O MPF pediu à Justiça Eleitoral a condenação do prefeito por omitir declaração de bens em documento público para fins eleitorais, crime previsto no artigo 350 da Lei nº. 4.737/65.
Declaração de Artur Neto apresentada ao TSE (Foto: Reprodução)Declaração de Artur Neto apresentada ao TSE (Foto: Reprodução)
Declaração de Artur Neto apresentada ao TSE (Foto: Reprodução)https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/mpf-am-denuncia-artur-neto-por-falsa-declaracao-de-bens-antes-de-eleicao-2016.ghtml

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