19 de jan. de 2018



Elucubrações sobre um arrombamento




Na sexta-feira passada, o último funcionário do "Novo Jornal" apagou as luzes e trancou a porta da redação do portal de notícias por volta das 20h, segundo seu dono, Marco Aurélio Carone.

Ontem, às 9h, a auxiliar de veiculação Kátia Ferreira chegou ao escritório, em bairro nobre de Belo Horizonte, e encontrou o seguinte:



Computadores roubados (ao todo, quatro CPUs e seis monitores)



Gavetas arrombadas



Objetos no chão, bagunçados e revirados



Uma caixa de documentos desaparecida



Ao menos uma pasta de papéis levada (segundo Carone) 


As fotos foram tiradas por mim.

Perguntas que não se calam (e atenuantes antiparanóia entre parêntesis):

- Quem arrombou a redação do "Novo Jornal"? (Pode ter sido um ladrão qualquer)

- Por que o ladrão levou seis CPUs e quatro monitores, mas deixou a impressora, o telefone/fax e nem chegou perto da sala do segundo andar, onde ficam equipamentos mais caros? (Pode ter ouvido barulhos que evitaram sua incursão ao segundo andar)

- Por que o ladrão carregou consigo documentos, papéis, CDs com informações de reportagens? (Não consigo pensar em atenuantes comuns)

- Mesmo se não tivesse levado, por que teria arrombado um arquivo de pastas de papel (onde, portanto, só poderia haver papéis)? (Pode ter tentado encontrar cédulas de dinheiro)

- E por que revirou gavetas; o que buscava? (Pode ter tentado buscar dinheiro)

- Qual o teor dos papéis desaparecidos e a quem as informações contidas neles interessavam? (Não consigo pensar em atenuantes)

Todas são perguntas sem resposta, ao menos enquanto o inquérito policial ainda não termina. Mas a que mais me interessa, sem dúvida, é a primeira. Porque, se for um caso de furto comum, o "Novo Jornal" foi vítima de ladrões com gostos e interesses muito incomuns.

Mas, se for caso de furto de informações, o "Novo Jornal" pode ter sido vítima de uma intimidação ao exercício do jornalismo, corriqueira nos anos da ditadura militar, mas nem tanto em um regime democrático como o nosso. Na calada da noite, sem mandato de busca e apreensão, nem mesmo o processo contra o "Novo Jornal" que hoje corre em segredo de justiça poderia justificar esse ato de vandalismo.

E, então, ficamos com a dúvida mais surpreendente desde o começo do caso "Novo Jornal": quem seriam esses ladrões?

Terça-feira, Setembro 30, 2008 [ Fala aí: 1]EMAIL
https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=29301349#editor/target=post;postID=6580010017591413036
Share:

Related Posts:

0 comentários:

Postar um comentário