4 de abr. de 2018

General ameaçou o STF e atacou a Constituição. - Editor - A POLÍTIZAÇÃO NAS FORÇAS ARMADAS É INADMISSÍVEL. DEVEM SERVIR A PÁTRIA E SUA SOBERANIA. SE QUEREM DAR OPINIÃO POLÍTICA, QUE SE EXONEREM DO SERVIÇO PÚBLICO ,SE FILIEM A PARTIDO POLÍTICO E VÃO A LUTA POR VOTOS. CHEGA DE USAR A FORÇA DOS EQUIPAMENTOS , QUE SÃO DO POVO BRASILEIRO, VISANDO DEFINIR RUMOS. A SUBMISSÃO DAS FORÇAS ARMADAS É AO POVO BRASILEIRO E A NAÇÃO. O RESTO É INSUBORDINAÇÃO AOS PRECEITOS LEGAIS E DEMOCRÁTICOS.




Alessandro Dantas/PT no Senado
As declarações absolutamente inaceitáveis do General Eduardo Villas Boas chocam muito pelo conteúdo, é claro. Mas chocam ainda mais por terem sido ditas por ele, autoridade máxima das forças armadas e alguém que até então se sobressaía pela sobriedade na crise.
A nota no twitter destoa da autoridade e liderança apaziguadora que o Comandante do Exército vinha exercendo perante a tropa e também perante segmentos crispados da caserna.
O General não perdeu só o tom; perdeu o equilíbrio e a noção do papel constitucional reservado às forças armadas.
Alegando defender a Constituição, o General tomou justamente o partido daqueles que espezinham o princípio constitucional da presunção da inocência. A mensagem dele é clara: o STF só tem 2 alternativas: ou condena o Lula ou condena o Lula:
Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.
É uma incógnita o motivo para a publicação destas manifestações absurdamente erráticas e inoportunas. Seriam fruto de tensões internas, de pressões externas ou a soma de ambas?
Independente da motivação para o ato do General, é fundamental haver uma condenação contundente à ameaça que ele fez não ao STF, mas à justiça, à Constituição e ao Estado de Direito.
É essencial a ampla e rápida manifestação democrática das organizações populares do campo e da cidade, da OAB, da CNBB, das entidades eclesiásticas, profissionais; dos políticos, partidos e juristas democráticos e de todos os setores comprometidos com a restauração do Estado de Direito.
O regime de exceção dá mostras inexoráveis de evolução para um regime de características fascistas. O assassinato da vereadora Marielle Franco e o atentado a tiros ao Lula são notáveis evidências disso.
O assanhamento de setores militares deve ser esmagado na origem, pois a adição do componente militar à dinâmica do golpe – justo neste contexto de fascistização do processo político – poderá jogar o país na ditadura mais profunda e arbitrária nunca antes vivenciada.
https://www.brasil247.com/pt/colunistas/jefersonmiola/349778/General-amea%C3%A7ou-o-STF-e-atacou-a-Constitui%C3%A7%C3%A3o.htm
Jeferson Miola
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