Cérebros fabricados no Brasil
Um aumento na demanda da indústria de petróleo e gás, principalmente por causa das reservas do pré-sal, está impulsionando a inovação científica no Brasil e está ajudando a criar uma geração de jovens pesquisadores que, em vez de se mudarem para o exterior, trabalham em benefício do avanço tecnológico. no país.
Quando o engenheiro naval Rodolfo Trentin Gonçalves, de 25 anos, conta a seus amigos que se dedica à pesquisa na Universidade de São Paulo (USP), sempre ouve a mesma pergunta: “Mas você não trabalha?”. Seu colega Joel Sena Sales Júnior, 32 anos, também enfrentou situação semelhante com sua família, ao revelar que sua escolha profissional seria permanecer nos laboratórios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Eles achavam que o trabalho de pesquisador era instável; mais ou menos como um artista ”, lembra ele.
Quando o engenheiro naval Rodolfo Trentin Gonçalves, de 25 anos, conta a seus amigos que se dedica à pesquisa na Universidade de São Paulo (USP), sempre ouve a mesma pergunta: “Mas você não trabalha?”. Seu colega Joel Sena Sales Júnior, 32 anos, também enfrentou situação semelhante com sua família, ao revelar que sua escolha profissional seria permanecer nos laboratórios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Eles achavam que o trabalho de pesquisador era instável; mais ou menos como um artista ”, lembra ele.
O engenheiro civil Fábio Martins Gonçalves Ferreira, 31 anos, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), teve melhor sorte. Casado e pai de uma criança pequena, ele nunca teve que enfrentar quaisquer dúvidas de familiares ou amigos sobre sua escolha de carreira. “Estar envolvido com pesquisa de longo prazo nos dá estabilidade”, afirma. André Alves de Souza , do centro de pesquisa da gigante internacional de petróleo e gás Schlumberger, no Rio de Janeiro, veio da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no interior de São Paulo. Ele acredita que, quando foi contratado, “tudo mudou para melhor. Eu posso fazer tudo o que sempre quis fazer - em termos de pesquisa - em uma grande empresa ”.
O que Rodolfo, Joel, Fábio e André têm em comum é que todos são jovens e operam, no Brasil, em pesquisas científicas durante um período prolongado, que envolvem as mais avançadas tecnologias de sua área. “O Brasil está começando agora a criar essa cultura. Por isso, ainda é uma surpresa as pessoas saberem que temos tantos cientistas ”, explica Joel, que estuda o doutorado em hidrodinâmica no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe / UFRJ).
O maior impulso para os pesquisadores terem mais boas opções de trabalho no Brasil foi o aumento da demanda da indústria de óleo e gás por tecnologias inovadoras, especialmente com relação ao desafio de explorar as reservas do pré-sal. Somente a Petrobras investirá US $ 212,3 bilhões no Brasil até 2014, e uma grande parte desse investimento será aplicada a equipamentos de alta complexidade. Para atender a essa demanda, seus fornecedores também estão instalando centros de pesquisa no Brasil, próximos às universidades e à Petrobras, intensificando a troca de conhecimento e provocando o surgimento de um dos polos de pesquisa mais avançados do mundo no setor de energia.
O centro desse processo é o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizado na Ilha do Fundão, próximo ao Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). Seis empresas do setor de petróleo e gás estão se instalando lá. A pioneira foi a Schlumberger, que, em 2010, inaugurou o Centro de Pesquisa em Geoengenharia, para o qual já contratou 50 pesquisadores brasileiros. Também no processo de instalação no Parque estão a Halliburton, a Baker Hughes, a FMC Technologies, a Tenaris Confab e a Usiminas. Além disso, em março, o BG Group anunciou que também investirá cerca de US $ 1,5 bilhão em seu Centro Tecnológico Global no Rio de Janeiro até 2021, e a General Electric (GE) já instalou um centro em terra ao lado do Parque Tecnológico. .
De acordo com os cálculos do governo do Estado do Rio de Janeiro, essas empresas juntas já investiram quase US $ 303 milhões somente no Parque. “Quando tomamos a decisão de construir um centro de pesquisa, levamos em consideração a proximidade de nossos clientes, os desafios da indústria local, o acesso a meios acadêmicos e conhecimento científico e também a qualificação dos profissionais disponíveis. O Brasil compreende todos esses aspectos ”, explica Attilio Pisoni, gerente geral
do Centro Schlumberger.
No entanto, não é apenas nas empresas em que o intenso desenvolvimento de novas tecnologias está ocorrendo. A pesquisa no setor de energia também está sendo estimulada nas universidades brasileiras, principalmente através do modelo de redes temáticas criadas pela Petrobras em 2006. Cada rede reúne laboratórios de diversas universidades e instituições de pesquisa, que atuam de forma integrada sob a coordenação da Petrobras, em temas definidos pela empresa. Atualmente, existem 50 redes, nas quais mais de 100 instituições de pesquisa e desenvolvimento compartilham conhecimento, experiências e infraestrutura. Entre 2008 e 2010, a Petrobras investiu US $ 2,6 bilhões em pesquisas, das quais 56% foram realizadas em colaboração com universidades, empresas estrangeiras e brasileiras e outros laboratórios.
Entre os laboratórios que participam dessas redes temáticas está o Laboratório de Computação Científica e Visualização, da UFAL, onde Fábio trabalha. Ele e seus colegas concordam que a possibilidade de se dedicar à investigação científica lhes deu novas perspectivas na vida. Segundo Carlos Tadeu da Costa Fraga, gerente executivo do Cenpes, pelo menos 13 mil profissionais já trabalharam em instituições brasileiras de ciência e tecnologia nos projetos de pesquisa e desenvolvimento realizados em parceria com a Petrobras.
Talvez a maior recompensa da criação desse ambiente, tão propícia à pesquisa científica, tenha sido realmente uma reversão da fuga de cérebros para o exterior. Anteriormente, cientistas brasileiros deixaram o país para trabalhar no exterior; agora, as multinacionais vêm ao Brasil para trabalhar com especialistas do país. André, que era estagiário do Schlumberger Research Center em Boston (EUA) antes de se estabelecer no Rio de Janeiro, explica: “A descoberta do pré-sal está realmente aumentando as possibilidades de realizarmos essas pesquisas, inclusive dentro das empresas. É um período único para o Brasil. ”
O que Rodolfo, Joel, Fábio e André têm em comum é que todos são jovens e operam, no Brasil, em pesquisas científicas durante um período prolongado, que envolvem as mais avançadas tecnologias de sua área. “O Brasil está começando agora a criar essa cultura. Por isso, ainda é uma surpresa as pessoas saberem que temos tantos cientistas ”, explica Joel, que estuda o doutorado em hidrodinâmica no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe / UFRJ).
O maior impulso para os pesquisadores terem mais boas opções de trabalho no Brasil foi o aumento da demanda da indústria de óleo e gás por tecnologias inovadoras, especialmente com relação ao desafio de explorar as reservas do pré-sal. Somente a Petrobras investirá US $ 212,3 bilhões no Brasil até 2014, e uma grande parte desse investimento será aplicada a equipamentos de alta complexidade. Para atender a essa demanda, seus fornecedores também estão instalando centros de pesquisa no Brasil, próximos às universidades e à Petrobras, intensificando a troca de conhecimento e provocando o surgimento de um dos polos de pesquisa mais avançados do mundo no setor de energia.
O centro desse processo é o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizado na Ilha do Fundão, próximo ao Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). Seis empresas do setor de petróleo e gás estão se instalando lá. A pioneira foi a Schlumberger, que, em 2010, inaugurou o Centro de Pesquisa em Geoengenharia, para o qual já contratou 50 pesquisadores brasileiros. Também no processo de instalação no Parque estão a Halliburton, a Baker Hughes, a FMC Technologies, a Tenaris Confab e a Usiminas. Além disso, em março, o BG Group anunciou que também investirá cerca de US $ 1,5 bilhão em seu Centro Tecnológico Global no Rio de Janeiro até 2021, e a General Electric (GE) já instalou um centro em terra ao lado do Parque Tecnológico. .
De acordo com os cálculos do governo do Estado do Rio de Janeiro, essas empresas juntas já investiram quase US $ 303 milhões somente no Parque. “Quando tomamos a decisão de construir um centro de pesquisa, levamos em consideração a proximidade de nossos clientes, os desafios da indústria local, o acesso a meios acadêmicos e conhecimento científico e também a qualificação dos profissionais disponíveis. O Brasil compreende todos esses aspectos ”, explica Attilio Pisoni, gerente geral
do Centro Schlumberger.
No entanto, não é apenas nas empresas em que o intenso desenvolvimento de novas tecnologias está ocorrendo. A pesquisa no setor de energia também está sendo estimulada nas universidades brasileiras, principalmente através do modelo de redes temáticas criadas pela Petrobras em 2006. Cada rede reúne laboratórios de diversas universidades e instituições de pesquisa, que atuam de forma integrada sob a coordenação da Petrobras, em temas definidos pela empresa. Atualmente, existem 50 redes, nas quais mais de 100 instituições de pesquisa e desenvolvimento compartilham conhecimento, experiências e infraestrutura. Entre 2008 e 2010, a Petrobras investiu US $ 2,6 bilhões em pesquisas, das quais 56% foram realizadas em colaboração com universidades, empresas estrangeiras e brasileiras e outros laboratórios.
Entre os laboratórios que participam dessas redes temáticas está o Laboratório de Computação Científica e Visualização, da UFAL, onde Fábio trabalha. Ele e seus colegas concordam que a possibilidade de se dedicar à investigação científica lhes deu novas perspectivas na vida. Segundo Carlos Tadeu da Costa Fraga, gerente executivo do Cenpes, pelo menos 13 mil profissionais já trabalharam em instituições brasileiras de ciência e tecnologia nos projetos de pesquisa e desenvolvimento realizados em parceria com a Petrobras.
Talvez a maior recompensa da criação desse ambiente, tão propícia à pesquisa científica, tenha sido realmente uma reversão da fuga de cérebros para o exterior. Anteriormente, cientistas brasileiros deixaram o país para trabalhar no exterior; agora, as multinacionais vêm ao Brasil para trabalhar com especialistas do país. André, que era estagiário do Schlumberger Research Center em Boston (EUA) antes de se estabelecer no Rio de Janeiro, explica: “A descoberta do pré-sal está realmente aumentando as possibilidades de realizarmos essas pesquisas, inclusive dentro das empresas. É um período único para o Brasil. ”

Facing the challenges of the coming years
Besides stimulating the scientific production applied in universities and other companies, Petrobras is also enlarging its own research center. Cenpes, which completes 48 years in 2011, doubled in area with the inauguration of the expansion, in october, 2010, now occupying 300,000 square meters. With investments of approximately US$ 700 million in the enlargement, Cenpes became one of the largest R&D centers in the Southern Hemisphere. on site, close to 1,600 technicians, engineers and researchers work on researches focused on the development of technologies which have been fundamental so that Petrobras can continue to reach its business targets.
O gerente executivo do Cenpes, Carlos Tadeu da Costa Fraga, lembra que, desde 2008, a Petrobras investiu, em média, cerca de US $ 800 milhões por ano em suas próprias investigações científicas e em diversos tipos de parcerias com universidades e fornecedores. Para Tadeu, a Petrobras aumentou sua capacidade de inovação e, ao mesmo tempo, contribuiu para que o desenvolvimento tecnológico de seus fornecedores e do próprio Brasil acompanhasse esse salto qualitativo.
Besides stimulating the scientific production applied in universities and other companies, Petrobras is also enlarging its own research center. Cenpes, which completes 48 years in 2011, doubled in area with the inauguration of the expansion, in october, 2010, now occupying 300,000 square meters. With investments of approximately US$ 700 million in the enlargement, Cenpes became one of the largest R&D centers in the Southern Hemisphere. on site, close to 1,600 technicians, engineers and researchers work on researches focused on the development of technologies which have been fundamental so that Petrobras can continue to reach its business targets.
O gerente executivo do Cenpes, Carlos Tadeu da Costa Fraga, lembra que, desde 2008, a Petrobras investiu, em média, cerca de US $ 800 milhões por ano em suas próprias investigações científicas e em diversos tipos de parcerias com universidades e fornecedores. Para Tadeu, a Petrobras aumentou sua capacidade de inovação e, ao mesmo tempo, contribuiu para que o desenvolvimento tecnológico de seus fornecedores e do próprio Brasil acompanhasse esse salto qualitativo.
Por: Carlos Tautz
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