27 de jul. de 2018

33 grandes filmes brasileiros que estão no YouTube


33 grandes filmes brasileiros que estão no YouTube

O diretor Ewerton Belico fez, a convite de O BELTRANO, uma seleção de 33 filmes que estão disponíveis para assistir de graça na internet. Uma verdadeira aula de cinema nacional


Por Rafael Mendonça
Publicado em 23/07/2018
O diretor, programador e crítico Ewerton Belico topou o desafio de fazer uma lista dos filmes brasileiros que ele gosta e estão disponíveis para ver no YouTube. Tem d tudo um pouco e a lista é uma aula de cinema brasileiro.
Belico dirigiu ainda o filme Baixo Centro, vencedor do Mostra Aurora na Mostra de Cinema de Tiradentes, o filme ainda cumpre a rotina dos festivais e muito em breve estará nas salas de cinema do Brasil. Aproveitem as dicas e os comentários do diretor.

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Por Ewerton Belico
As cópias oscilam em qualidade absurdamente, retrato da ausência de políticas de preservação de longo-prazo, e de que vários desses filmes chegaram à plataforma de streaming pelas mãos de heróis que digitalizaram velhas cópias em VHS.
Como todos sabemos, pela internet tudo que é sólido desmancha no ar, e então o que está disponível hoje, amanhã desaparece, seja pela desinformação de diretores que ainda não compreenderam que a distribuição de direitos mudou, ou ainda porque o mercado exige frequentemente exclusividade e ineditismo incompatíveis com a democratização da exibição (alô alô Ancine, bora regulamentar uma pontuação possível pelo número de views), ou ainda porque essas criaturas maravilhosas, os herdeiros (com raras exceções), conspiram continuamente contra a difusão de grandes filmes de nossa cinematografia.
Sempre necessário lembrar iniciativas raras, como a de Gustavo Raulino e Otávio Savietto, que disponibilizaram toda produção de seu pai, o grandíssimo Aloysio Raulino, em um canal de youtube (https://www.youtube.com/channel/UCfT3Tw_u_9lzBR9Q6rfCUNg), ou ainda a Filmes de Plástico, que fez o upload do conjunto da produção em metragem curta da produtora (http://www.filmesdeplastico.com.br/categoria/hoje/ ou https://www.youtube.com/channel/UC4YVCk-5sqsc-ZxCJY8mqNg)
  1. Também somos irmãos, José Carlos Burle, 1949, Filme antirracista fundamental. Dois irmãos, ambos negros, advogados. Um deles, advogado; o outro, Grande Otelo, envolve-se com a criminalidade. Ao fundo, nossa horrenda hierarquia racial. https://www.youtube.com/watch?v=uRIv2ejeYb4&t=388s
  2. Tudo Azul, Moacyr Fenelon, 1951. Comédia musical amargurada,último dos filmes de Moacyr Fenelon, fundador da companhia cinematográfica Atlântida, dos grandes nomes da chanchada brasileira, em um filme perdido por décadas.
  3. O Quinto Poder, Alberto Pieralisi, 1962. Raro filme de ficção científica brasileiro, perdido por décadas e relançado recentemente, das grandes alegorias políticas do Brasil em transe que precede ao golpe. https://www.youtube.com/watch?v=amcp7zgJHyw&t=3s
  1. A entrevista, Helena Solberg, 1966. Registro histórico fundamental sobre os papéis de gênero no Brasil, da mão de uma das grandes cineastas políticas que o Brasil já produziu. https://www.youtube.com/watch?v=rjbpndjj6Bo&t=4s
  1. Nelson Cavaquinho, Leon Hirszman, 1969. Nelson Cavaquinho + Leon Hirszman: Precisa falar mais alguma coisa? https://www.youtube.com/watch?v=6VTH_T00gnY&t=2s
  1. Sem essa Aranha, Rogério Sganzerla, 1970. Em meio a prosperidade autoritária, uma chanchada político-apocalíptico-psicodélica. “Nunca houve dia melhor que a véspera do fim do mundo”: Sganzerla-Zé Bonitinho-Aranha sempre o souberam. https://www.youtube.com/watch?v=QOO9Nwu0iOY&t=67s
  1. Hitler III Mundo, José Agrippino de Paula, 1970. Como dar forma a imaginação de um fascismo tropical? José Agrippino sabia. https://www.youtube.com/watch?v=Re8D0LD7U-0&t=35s

  1. Um Homem sem importância, Alberto Salvá, 1971. Quando mais ninguém conta daqueles que comem da banda podre, Salvá (e Vianinha), mostravam o dia de Flávio, desempregado e abandonado em meio ao milagre econômico. https://www.youtube.com/watch?v=FSmw8SQV0B0
  1. André, a cara e a coragem, Xavier de Oliveira, 1971. A cidade, o território dos despossuídos. E André, vindo de Carangola, enfrenta o mundo sozinho com as mãos vazias. https://www.youtube.com/watch?v=5A5WwvnZv_Y&t=25s
  1. Teremos Infância, Aloysio Raulino, 1971. Passado e presente, e a infância como signo da injustiça no mundo. https://www.youtube.com/watch?v=xPFCXW02odo&t=11s
  1. Amor, carnaval e sonhos, Paulo Cesar Saraceni, 1972. O trágico,o carnaval, a cosmologia afrobrasileira, tudo junto na superação da opressão pelo desejo. https://www.youtube.com/watch?v=sJM7IMc3vOc
  1. Rei do Baralho, Julio Bressane, 1973. A chanchada (e o Brasil) como destinação de todo cinema (e com o força que o corrompe).https://www.youtube.com/watch?v=QArmZ62jldA&t=40s
  1. Alma no Olho, Zózimo Bulbul, 1973. Séculos de história afro-atlântica, concentrados na força de um corpo. https://www.youtube.com/watch?v=RTQlaxiokBA&t=33s
  1. Compasso de Espera, Antunes Filho, 1973. Único longa dirigido pelo grande diretor de teatro Antunes Filho, em um trama rarafeita e soturna sobre as contradições de um intelectual negro no Brasil, genialmente interpretado por Zózimo Bulbul. https://www.youtube.com/watch?v=Gjns-TgMQCU&t=5s
  1. Triste Trópico, Arthur Omar, 1974. Filme colagem, síntese disjuntiva de vanguarda e provincianismo, invenção em que a interpretação do Brasil se põe ao lado de sua própria paródia https://www.youtube.com/watch?v=OVDhPgRDtPM&t=537s
  1. Di, Glauber Rocha, 1977. Pois só Glauber podia vencer a morte. https://www.youtube.com/watch?v=mTaPy0VkK8g&t=10s
  1. Ladrões de Cinema, Fernando Coni Campos, 1977. A histórias e o cinema tomados pelas mãos do pobre. E o carnaval como reinvenção da vida. https://www.youtube.com/watch?v=3YHs_ebV2JQ
  1. Wilsinho Galiléia, João Batista de Andrade, 1978. A trajetória explosiva de Wilsinho Galiléia, entre a denúncia, a entrevista e a ficção, pelas mãos de João Batista, em um filme prenhe de imaginação e comoção. https://www.youtube.com/watch?v=zue0PR_ndoI
  1. Na boca do mundo, Antônio Pitanga, 1978. Porque o gênio Pitanga não é apenas ator: aí, miserabilidade, desejo e sonho de uma vida melhor explodem juntos. https://www.youtube.com/watch?v=dBWj4l0zJuY
  1. O País de São Saruê, Vladimir de Carvalho, 1970-1979. A opressão e a miséria interpretadas e reconstruídas por uma densa poética da relação do homem com a terra. https://www.youtube.com/watch?v=yBYHhBhr15U&t=60s
  1. Os imorais, Geraldo Vietri, 1979.Duríssimo ( e belíssimo ) filme sobre uma paixão gay carregada de contradições, filmada em uma São Paulo cinzenta e desigual. https://www.youtube.com/watch?v=AkJrC41tSBM&t=4530s
  1. Império do Desejo, Carlos Reichenbach, 1980. O curto-circuito do desbunde, o arrivismo, a militância política, o feminismo. Os estilhaços da experiência da década anterior encontra sua síntese de contrários. https://www.youtube.com/watch?v=Sfl91SztlgY&t=73s
  1. Gosto do pecado, Cláudio Cunha, 1980. Toda breguice de nossa classe média, toda violência e fragilidade de uma geração de homens perdida em meio às mudanças aceleradas de seu mundo, em um folhetim perturbador. https://www.youtube.com/watch?v=0w_9v-ChC8Y&t=65s
  1. Tchau, amor, Jean Garrett, 1982. Decadência, amor e morte, nas mãos do grande poeta do amour fou na Boca do Lixo. https://www.youtube.com/watch?v=QAgviwRW1Sc&t=818s
  1. Conversas no Maranhão, Andrea Tonacci, 1983. Tonacci mais uma vez mostrando como a renovação do olhar, a palavra em ato e o engajamento político marcham juntos, nessa monumental conversa-carta- filme com os Timbira.https://www.youtube.com/watch?v=YEoHgd6rx9w&t=55s
  1. Jubiabá, Nelson Pereira dos Santos, 1986. Jubiabá é o imperador das ruas. https://www.youtube.com/watch?v=PE0Ac6Y8wOo&t=114s
  1. Sonho de Valsa, Ana Carolina, 1987. A solidão como ponto de partida para esse impressionante filme-fluxo de consciência, no qual as relações com o desejo livre, o corpo e os homens são instrumentos para a construção de si e reavaliação de uma geração. https://www.youtube.com/watch?v=zdRdYFWtwCE&index=8&list=PLIPzY18-6TZVsl4zsgV4amgKdkcjo5iz0&t=0s
  1. Kyrie, ou o início do caos, Deborah Waldman, 1998. O pesadelo das grandes cidades, em um filme forte como um sonho ruim. https://www.youtube.com/watch?v=abWTXkcZUfc
  1. Santo Forte, Eduardo Coutinho, 1999. Porque a verdadeira retomada do cinema brasileira começa aqui: Coutinho, o mestre da arte da conversa, escuta e dá forma a como os pobre constróem de sua vida, a imaginação. Altamente recomendável pra nossa classe média, absolutamente ignorante sobre como religiosidade popular molda o mundo em que vivemos. https://www.youtube.com/watch?v=bf9-GiJfwog&t=23s
  1. Prisioneiro da Grade de Ferro, Paulo Sacramento, 2003. O Carandiru visto por dentro, em um mosaico de pontos de vistas dos prisioneiros orquestrada pelo grande Paulo Sacramento. https://www.youtube.com/watch?v=dlIv7Pg5Ud0
  1. Os Residentes, Tiago Mata Machado, 2010. Filme-bólide do brother TMM, ainda pouco visto e compreendido. Pra quem quiser ver a gênese, contradições e morte (e renascimento) de ímpeto autonomista que atravessa hoje as políticas da juventude brasileira, aqui profetizadas por Tiago. https://www.youtube.com/watch?v=ibA5hHWtS50&t=12s
  1. Fantasmas, André Novais, 2010. Imaginação periférica, imagem, desejo e obsessão pelas mãos de Andrezera. https://www.youtube.com/watch?v=Z8x4JQB32xU
  1. Bicicletas de Nhanderú, Ariel Ortega e Patricia Ferreira, 2011. Pois ninguém interroga hoje com mais força a sociedade nacional hoje que a espiritualidade guarani. https://www.youtube.com/watch?v=edKtJmY65wM
  2. http://www.obeltrano.com.br/portfolio/33-grandes-filmes-brasileiros-que-estao-no-youtube/
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