FILHO DE GOVERNADOR ELEITO DO RIO DIZ QUE PERDEU O PAI

FILHO DE GOVERNADOR ELEITO DO RIO DIZ QUE PERDEU O PAI

Quando viu o seu pai, o então candidato Wilson Witzel, em um ato em que uma homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL) foi destruída e quando ele revelou que era pai de um filho transgênero, além das declarações políticas, decidiu se afastar ainda mais do pai; Erick Witzel diz que não queria a sua imagem "e a minha condição de gênero associadas às causas dele”; Erick agora se prepara para militar pelos direitos dos transgêneros nas redes sociais e nas ruas

9 DE NOVEMBRO DE 2018 ÀS 10:28 // INSCREVA-SE NA TV 247 

Rio 247 - O que antes era uma relação fria e distante, mas pacífica entre o cozinheiro Erick Witzel, um jovem transgênero, filho do governador eleito do Rio, Wilson Witzel, piorou durante a eleição. Quando viu o então candidato em um ato em que uma homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco (PSOL) foi destruída, decidiu se afastar ainda mais do pai. “Quando Marielle morreu, eu a conhecia só de nome. Depois do assassinato, eu pesquisei mais sobre a vida dela e me encantei. Assistindo a esposa dela falando, chorei um dia inteiro. Pela primeira vez me senti absolutamente representado",diz.

Outro fato que o levou a se distanciar foi quando, durante uma entrevista, Wilson Witzel revelou que era pai de um filho transgênero, apesar do pedido feito de antemão pelo jovem, para que o ex-juiz federal não tocasse no assunto durante a campanha eleitoral. "Eu não queria a minha imagem e a minha condição de gênero associadas às causas dele”, reclamou Erick, de acordo com reportagem do UOL.

Desde essa entrevista ele é vítima de ataques virtuais de apoiadores do governador eleito. O aumento dos atos de transfobia, o endurecimento das propostas do pai, o alinhamento político com o Jair Bolsonaro, a defesa do abate dos criminosos que portem fuzis, tudo isso também somou para o distanciamento do governador eleito. Erick witzel agora se prepara para militar pelos direitos dos transgêneros nas redes sociais e nas ruas.

"O Brasil não tem pena de morte, como se propõe executar alguém sem julgar esta pessoa? Quem vai morrer com essa política? O que me pega nessa declaração é a incoerência. Como um cristão, candidato por um partido cristão, propõe isso? E o princípio do não matarás? Ele [Wilson Witzel] disse que preservaria a família e que seria contra a ideologia de gênero. Acho que vai haver uma caçada à população LGBT. Vou usar a pequena exposição que recebi para ser essa voz. Vamos ocupar as escolas, universidades e espaços públicos para mostrar que as pessoas podem ser o que elas quiserem", defendeu Erick Witzel.

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