Bolsonaro confirma “boquinha” de R$ 27 mil em Itaipu para ex-mulher de Gilmar Mendes
Por Hora do Povo Publicado em 6 de janeiro de 2019

Bolsonaro manteve os dois indicados políticos, que não são especialistas da área de energia, e vão receber um salário de R$ 27 mil por mês até 2020
A manifestação de gentileza de Jair Bolsonaro mantendo a indicação feita por Michel Temer de seu “cão de guarda”, Carlos Marun, para o Conselho de Administração de Itaipu Binacional, não parou por aí. Ele confirmou também outra indicação, feita igualmente de última hora por Temer, a da advogada Samantha Ribeiro Meyer, nada menos do que a ex-mulher do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
Bolsonaro manteve os dois indicados políticos, que não são especialistas da área de energia elétrica, e vão receber um salário de R$ 27 mil por mês até 2020. Fez isso, apesar de toda a demagogia, feita durante a campanha, de que não compactuaria com “indicações políticas”. Em maio, Temer já havia nomeado para o cargo de diretor na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) outro advogado, Francisval Dias Mendes, primo de Gilmar Mendes, que também foi mantido. Questionado, Gilmar Mendes disse, por meio de sua assessoria, que não vai comentar as nomeações do primo nem da ex-mulher.
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa, a advogada Samantha Ribeiro Meyer jurou de pés juntos que sua nomeação é de “caráter técnico, tendo em vista suas qualificações profissionais”. Na nota, ela explica que é professora de Direito Constitucional da Uninove, em São Paulo, e titular da cadeira 77 da Academia Paulista de Letras Jurídicas. O que mais a credencia para o cargo, no entanto, é o fato de ter assinado parecer usado pela defesa de Temer na ação movida pelo PSDB que pediu a cassação da chapa Dilma-Temer. Como se observa no parecer, a advogada tem tudo a ver com o ramo de energia elétrica e, se depender da sua expertise na área, a Itaipu Binacional poderá até transbordar.
Carlos Marun, além de não ser da área, é investigado por corrupção. Em setembro, o ministro Edson Fachin, do STF, determinou a abertura de três inquéritos, contra o “especialista em energia” Carlos Marun e mais sete parlamentares. Os inquéritos são derivados da Operação Registro Espúrio, que investiga fraudes na concessão de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho. (Leia aqui)
Seu padrinho, Michel Temer, responde também por três denúncias apresentadas pela PGR, Procuradoria Geral da República, a última por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele vai perder o chamado foro privilegiado, que garante aos políticos com mandato o direito de só serem julgados pelo STF, Supremo Tribunal Federal. Ele responde a três denúncias, a última por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele ainda foi denunciado duas vezes com base na delação de executivos da JBS. Só a procuradora Raquel Dodge já pediu a abertura de cinco inquéritos contra Temer.
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