247 - Pivô da crise política que levou à queda de Gustavo Bebianno do comando da Secretaria-Geral da Presidência em menos de dois meses de governo (Leia mais no
Brasil 247), o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro e conhecido como "02", atua como uma espécie de eminência parda dentro do Palácio do Planalto. Além da influência por meio dos laços familiares, Carlos mantém sob seu comando um grupo de quatro assessores que atuam nas redes sociais oficiais da Presidência da República e com acesso direto às contas do presidente, bem como ao próprio Palácio do Planalto.
De acordo com o jornal O
Estado de S. Paulo, o núcleo montado por Carlos Bolsonaro envolve os ex-assessores Tercio Arnaud Tomaz e José Matheus Sales Gomes, que como assessores especais da Presidência recebem salários brutos de R$ 13 mil, além do primo Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Leo Índio. O outro aliado é Filipe Martins, que apesar de ser ligado ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que é apontado como o quatro integrante do núcleo. A movimentação do grupo nas dependências do Planalto é intensa, tanto que que somente Leonardo já entrou no prédio 58 vezes desde a posse do governo.
As desavenças entre Bebianno e Carlos Bolsonaro, chamado pelo pai de "pit bull", já são conhecidas desde os tempos de campanha. A cizânia, porém, se agravou quando veio à tona o escândalo das candidaturas laranjas do PPSL, que durante a campanha presidiu a legenda.
Na semana passada, Carlos usou as redes sociais para chamar Bebianno de "mentiroso" e divulgou um vídeo onde o pai, ainda internado devido a uma cirurgia para a retirada de uma bolsa de colostomia, se recusava a atender o agora ex-ministro.
Nos últimos dias, ministros militares e civis cobraram uma atitude de Bolsonaro no sentido de coibir as crises geradas pelo filho por meio da internet. Também existe o temor de que o grupo colocado por ele na Secretaria Especial de Comunicação (Secom) use as redes sociais para atacar desafetos e opositores.
O temor vem na esteira do trabalho desenvolvido por Tomaz nas redes sociais ainda durante a campanha presidencial. Ele era o responsável por administrar a página no Facebook "Bolsonaro Opressor 2.0", acusada de fazer apologia ao discurso de ódio e pelo ataque aos adversários. Por conta disso, o núcleo da campanha do então candidato Ciro Gomes pediu a retirada de um vídeo e que Tomaz e Bolsonaro pagassem uma multa. O pedido, porém, foi negado pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luis Felipe Salomão.
A mudança para que membros da Assessoria Especial pudessem ter acesso às contas pessoas do presidente da República foi uma das primeiras medidas de Jair Bolsonaro ao chegar ao poder. No dia 3 de janeiro, o Diário Oficial da União publicou uma norma pela qual a Secom ficaria responsável pelas contas institucionais do Governo Federal, podendo atuar de forma conjunta com os assessores especiais.
Como Carlos Bolsonaro foi responsável pela estratégia agressiva de comunicação utilizada na campanha, a montagem de um núcleo de sua confiança para atuar junto a Secom foi vistocomo uma espécie de prêmio. O vereador chegou a ter o seu nome ventilado para comandar a comunicação do governo, mas recuou diante das pressões.
https://www.brasil247.com/pt/247/poder/384348/O-poder-de-Carluxo-o-'02'.htm
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