Os cortes na verba da educação tem pressão de donos de faculdades
Enfraquecendo as instituições públicas de ensino, fortalece as instituições de educação privadas
Aos poucos o povo vai descobrindo o motivo do interesse de retirada dos recursos da educação básica e superior pelo presidente Jair Bolsonaro. Vamos tentar entender essa ideia de jerico de Bolsonaro: Elizabeth Guedes é irmã de Paulo Guedes, o conhecido “posto Ipiranga”, ministro da economia ultra-liberal de Bolsonaro, que quer privatizar até Cemitério Público e acabar com todo e qualquer direito social dos trabalhadores e do povo pobre no país.
Além desse conveniente parentesco, Elizabeth Guedes é vice-presidente da Associação Nacional de Universidades Privadas (Anup), que representa os interesses de grandes monopólios educacionais, como Anhanguera, Estácio, Kroton, Uninove e Pitágoras. Atualmente a Irmã do Posto Ipiranga de Bolsonaro apoia a transferência das universidades públicas para as privadas, que Bolsonaro pretende tirar da responsabilidade do MEC e passar para a pasta de Ciência e Tecnologia.
Como defensora do lucro bilionário dos empresários da educação, Elizabeth já defendeu absurdos como Ensino à Distância (EAD) para cursos de saúde, algo feito sob medida para aumentar os lucros, demitindo professores e reduzindo os custos de infraestrutura às custas de uma formação precária.
Segundo Elizabeth Guedes, “O setor particular de ensino superior é o que tem mais avançado em qualidade.” Se qualidade é lucro, a empresária está com razão, pois programas de transferência de recursos públicos para os magnatas da educação privada – como o ProUni, que tira renda de impostos que poderiam ser investidos na educação pública para gastar três vezes mais por aluno nas instituições privadas que, via de regra, não apresentam sequer estruturas de pesquisa e extensão – fizeram a fortuna dos empresários durante os governos Lula e Dilma. Não à toa, o maior monopólio educacional do mundo, o Kroton-Anhanguera, é brasileiro.
Perguntada se fará parte do governo, Beth Guedes afirmou que “não é a intenção” e que pretende “continuar militando” (sic) pelo ensino superior privado. Mas, como noticiado pelo site Relatório Reservado, a parceria estreita com o irmão mostra que ela só atua em outra frente.
Ela empregou a filha de Raul Jungmann, no ministro da Segurança Pública de Temer, como Gerente de Responsabilidade Social da Anup. Enquanto administra a Anup, seu irmão investiu em fundos de educação da Abril e, agora, Bozano. Há muito lucro a obter aí, e a influência de seu irmão já vem surtindo efeito: agora, Elizabeth conseguiu aprovar com o BNDES e MEC uma receita de R$ 2 bilhões para financiar bolsas a juros mais baixos, provavelmente destinado a alunos de alta renda. Mais dinheiro público para enriquecer esses empresários da educação.
A passagem das universidades públicas para a área de Ciência e Tecnologia, defendida por Bolsonaro e aprovada por Elizabeth Guedes, pode trazer benefícios por diversas vias. Uma das mais evidentes é conseguir liberar mais investimentos na educação básica, que há tempos o setor privado vem ensaiando em abocanhar por meio de captação de recursos do Fundeb.
A proposta de ensino básico à distância, outra que foi defendida por Bolsonaro em sua campanha, também pode ser uma mina de ouro para os empresários da educação, que hoje sonham em expandir os negócios para além do nicho do ensino superior.
Como não podia deixar de ser, cada movimentação do governo Bolsonaro está amparada por um grande interesse dos milionários capitalistas que o sustentam. Elizabeth Guedes e seu irmão são “parceiros” privilegiados.
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