Presidentes das Assembleias do NE: “reforma seria uma tragédia econômica para a região”
Por Hora do Povo Publicado em 11 de junho de 2019
Os presidentes das Assembleias Legislativas dos Estados do Nordeste (ParlaNordeste) cobraram mudanças no texto da reforma da Previdência, durante encontro realizado na sexta-feira (7) em Salvador (BA).
Após as discussões encaminhadas ao longo do dia, eles aprovaram a ‘Carta de Salvador’, documento que será entregue aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Assim como os governadores nordestinos, os presidentes das Assembleias são contra as mudanças pretendidas por Guedes e Bolsonaro na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC) – benefício pago aos idosos mais carentes e desprotegidos, que pela reforma vão receber apenas R$ 400 (atualmente recebem um salário mínimo) dos 60 até os 70 anos -, assim como a adoção de um modelo de capitalização.
Segundo o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Nelson Leal (PP), se os artigos que alteram o BPC e a aposentadoria do trabalhador rural forem mantidos na proposta de reforma da Previdência, o Nordeste sofrerá uma tragédia econômica.
“O Benefício de Prestação Continuada e a aposentadoria do trabalhador rural, além de cumprir uma importante função de inclusão social, é fundamental para nossa economia. Dos 417 municípios da Bahia, 317 recebem mais recurso do BPC e da aposentadoria do povo do campo do que do Fundo de Participação dos Municípios. Isso causará uma tragédia econômica se passar”, ressaltou.
O deputado Othelino Neto (PCdoB), que preside a Assembleia do Maranhão e o ParlaNordeste, destacou que o colegiado não aceita as mudanças propostas pelo governo no BPC, na aposentadoria rural e em relação ao regime de capitalização. “Esperamos que o Congresso tenha um ponto de equilíbrio para frear atitudes que atentam contra direitos”, afirmou.
O deputado maranhense criticou ainda a postura política que vem sendo adotada por Bolsonaro. “O parlamento não tem a obrigação de acatar o que o executivo diz. O presidente comete um equívoco grave quando tenta colocar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a população, porque os políticos não concordam com suas ideias”, ressaltou Othelino Neto.
O presidente da Assembléia Legislativa do Piauí, Temístocles Filho (MDB), declarou que seu Estado arrecada R$ 10 bilhões por ano, e gasta com a Previdência R$ 1 bilhão. “Queremos reforma da Previdência, mas não a reforma que vai prejudicar pobre. O governo despeja mais recursos na economia, via Previdência dos pobres, do que de FPM para os municípios. A sangria não está aí”, afirmou.
O ParlaNordeste ainda enumera uma série de itens considerados fundamentais para o desenvolvimento da região. Entre eles, a manutenção do Banco do Nordeste – que o governo federal cogitou fundir com o BNDES, ações de preservação do Rio São Francisco e a necessidade de rediscussão do Pacto Federativo.
O presidente da Assembleia da Paraíba, Adriano Galdino (PSB), criticou a concentração dos recursos pela União ao defender a uma nova redistribuição orçamentária. “Não podemos mais aceitar que todo o recurso fique com a União”, destacou
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