10 de jun. de 2019

The Intercep revela conversas privadas entre Dallagnol e Sergio Moro. - Editor - ALÉM DE TODA A TRAMA, A DENOMINADA GRANDE MÍDIA BRASILEIRA, SAI ACACHAPADA, POIS MENTIU DESAVERGONHADAMENTE, ALÉM DE SER UM DOS VÉRTICES DO GOLPE E DA FARSA DO FAKE NEWS ELEITORAL. MAS FOI NO QUESITO INFORMAÇÃO ISENTA E TAMBÉM NA SITUAÇÃO ECONOMICA, POIS ESSA OPERAÇÃO QUEBROU O BRASIL E NOS VEM TRANSFORMANDO EM COLONIA. É O MAIOR CRIME LESA PÁTRIA PERPETRADO CONTRA A NAÇÃO BRASILEIRA COMO UM TODO. O TIRO SAIU PELA CULATRA. FOI UM TIRO NOS PÉS.

The Intercep revela conversas privadas entre Dallagnol e Sergio Moro

Neste domingo, dia 09, o site publicou três reportagens mostrando discussões internas e legalmente duvidosas da força-tarefa da Lava Jato, capitaneada por Deltan Dallagnol, em colaboração com Sergio Moro, atual ministro da Justiça.
Fotos Agência Brasil
Jornal GGN – O The Intercept conseguiu um feito e tanto: conversas secretas da Lava Jato que trazem à tona mais do que troca de amabilidades, mas verdadeiras bombas que implodem a operação e a tornam ilegítima.
Neste domingo, dia 09, o site publicou três reportagens mostrando discussões internas e legalmente duvidosas da força-tarefa da Lava Jato, capitaneada por Deltan Dallagnol, em colaboração com Sergio Moro, atual ministro da Justiça.

O material foi enviado por uma fonte anônima e revelam comportamentos antiéticos e transgressões em série. O site considera que tais revelações são importantes por tantas consequências que as investigações da Lava Jato ao país, e mesmo fora do país atingindo líderes internacionais.
Não bastasse, a Lava Jato foi responsável, ainda, por levar o ex-presidente Lula à prisão e, sentenciado pelo então juiz Sergio Moro, teve condenação rápida e logo confirmada em segunda instância, e isso em momento crucial nas eleições, onde Lula era apontado como preferido nas pesquisas. Lula se tornou inelegível quando liderava a corrida eleitoral de 2018 e, ao ser tirado do caminho, abriu a brecha que levou à vitória de Bolsonaro. Coincidentemente, Moro tornou-se ministro da Justiça e olha com esperança para uma cadeira no STF.
As apurações feitas pelo The Intercept revelam muito, como o fato de que os procuradores da Lava Jato falavam abertamente sobre seu desejo de impedir a vitória eleitoral do PT e trabalharam firme nesse sentido. E mostram ainda que Sergio Moro, enquanto juiz, colaborou de forma secreta e antiética com os procuradores para ajudar a montar a acusação contra Lula.
O site se pautou, na análise dos arquivos recebidos, por aquilo que seria de interesse público, jamais o que fosse de cunho pessoal. Lembra que o expediente de divulgação pessoal foi utilizado pelo juiz Sergio Moro, das conversas particulares de Lula e da então presidente Dilma Rousseff, vazadas para jornais escolhidos a dedo. Foram tais vazamentos seletivos que viraram a opinião pública contra o PT, ajudando no impeachment de Dilma e a prisão de Lula. E utilizam o mesmo princípio invocado então para justificar essa divulgação: “o de que uma democracia é mais saudável quando ações de relevância levadas a cabo em segredo por figuras políticas poderosas são reveladas ao público”.
O site mantém, por questões de segurança, o acervo fora do Brasil, para que vários jornalistas possam acessá-lo, garantindo que nenhuma autoridade de nenhum país possa impedir a publicação dessas informações. E, como os envolvidos têm imenso poder a transparência é crucial para que o Brasil entenda o que eles realmente fizeram.
OS CHATS PRIVADOS
Nos arquivos conseguidos pelo The Intercept, os procuradores da Lava Jato, que gritam que são apolíticos, a trama engendrada para que o PT não ganhasse as eleições. A primeira ação, pós prisão de Lula, foi o bloqueio ou enfraquecimento a entrevista pré-eleitoral com Lula, com fins de afetar o resultado da eleição.
As mensagens privadas e de grupos da força-tarefa no Telegram, mostram que os procuradores liderados por Deltan, discutiram maneiras de inviabilizar ume entrevista de Lula à Folha de S.Paulo, autorizada pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski. Segundo eles, tal entrevista poderia eleger o Haddad, ou permitir a ‘volta do PT’. Na avaliação desses atores ditos apolíticos, tal entrevista poderia ajudar o candidato do PT, Fernando Haddad. Com isso, articularam estratégias para derrubar a decisão que a liberou ou, caso fosse realizada, para garantir que fosse estruturada de forma a reduzir seu impacto político e, desta forma, os benefícios ao candidato do PT.
A troca de mensagens demonstra procuradores motivados por convicções ideológicas e preocupados com o possível retorno do PT. Como alternativa à decisão de Lewandowski, um procurador propôs que fosse aberta a entrevista para todos os veículos ao mesmo tempo. “Vai ser uma zona, mas diminui a chance da entrevista ser direcionada”, disse um procurador.
Outro procurador sugeriu expressamente que a Polícia Federal manobrasse para que a entrevista fosse feita depois das eleições, já que a decisão não trazia data em que deveria ocorrer. Assim, segundo ele, seria possível evitar a entrevista sem descumprir a decisão.
Quando a entrevista foi autorizada, depois de tantos recursos, em abril deste ano, a Polícia Federal de Sergio Moro, agora ministro, tentou transformá-la em uma coletiva de imprensa. Lewandowski derrubou o plano a pedido do El País.
Quando o Partido Novo recorreu ao STF contra entrevista de Lula, os procuradores comemoraram. Luiz Fux concedeu uma liminar contra a entrevista e, em sua decisão, disse que ‘se faz necessária a relativização excepcional da liberdade de imprensa’. Procuradores exultaram!
DELTAN DALLAGNOL, SUAS DÚVIDAS E A DENÚNCIA DO TRIPLEX
Quatro dias antes que a denúncia que levaria Lula à prisão fosse apresentada, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato não tinha certeza sobre a solidez da história que contaria ao juiz Sergio Moro. A dúvida residia exatamente no ponto central da acusação, de que Lula havia recebido um apartamento triplex na praia do Guarujá após favorecer a empreiteira OAS em contratos com a Petrobras.
Dallagnol externou suas dúvidas ao grupo batizado de ‘Incendiários ROJ’, com procuradores que trabalhavam no caso. Disse que falariam que a acusação estaria pauta em notícia de jornal e indícios frágeis, e que seria bom que estivesse bem amarrado. Seu maior receio era a ligação entre Petrobras e o enriquecimento, e colocava nesta lista a história do apartamento. ‘São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da língua’, escreveu ele.
Desta conversa derivaria o famoso PowerPoint da acusação apresentada por Dallagnol à imprensa. Se a força-tarefa não fizesse a ligação do apartamento com a Petrobras, o caso não poderia ser tocado em Curitiba, pois que estavam somente com ações relacionadas à estatal. Tal ligação, do apartamento com a Petrobras, já havia sido pivô de discussões entre o Ministério Público do Estado de São Paulo e a força-tarefa da Lava Jato.
Se o caso fosse para São Paulo, Sergio Moro não a julgaria. O MPSP já investigava o caso Bancoop antes de Curitiba entrar em cena. A Lava Jato tentava a todo custo tirar o caso das mãos dos paulistas para poder denunciar e julgar Lula em Curitiba. Eis o motivo da obrigatoriedade da relação do apartamento com a corrupção na Petrobras.
A Lava Jato levou a melhor na discussão com o MPSP quando os procuradores alegaram que o caso do triplex tinha sim envolvimento com a Petrobras. Foi um blefe, como demonstra a publicação das conversas secretas feitas pelo The Intercept, pois que não tinham certeza dessa relação mesmo a poucas horas antes de apresentarem a denúncia.
E ficou nas mãos do aliado Sergio Moro.
Dallagnol pediu ajuda ao grupo e alguém indicou uma matéria de O Globo, datada de 2010. Na reportagem, tratando do caso Bancoop, a manchete dizia que o apartamento do casal Lula estaria atrasado. A matéria não mencionava OAS ou Petrobras, mas dizia apenas que a falência da cooperativa poderia prejudicar o casal Lula.
Dallagnol se animou com a reportagem. Queria perguntar à repórter quem tinha sido sua fonte. Queriam que testemunhasse. Pediu o contato da repórter à assessoria de comunicação e voltou ao grupo Roj para acertar a coletiva em que apresentaria o fatídico Powerpoint. Quando conseguiu o contato da repórter, pediu que Roberson Pozzobon e Júlio Noronha ligassem para ela, dando instruções de como abordá-la.
Januário Paludo conversou com a repórter, que contou como chegou ao triplex. Ela não tinha nenhuma prova documental, mas ele disse que iria marcar um vídeo e ‘pronto’.
Na troca de mensagens, Carlos Fernando dos Santos Lima pediu prudência, entendendo não ser prudente tomar depoimento de jornalista.
OS PROBLEMAS DA PROVA
A matéria de O Globo figurou como prova na denúncia de que o casal Lula era dono do triplex, e foi usada na sentença assinada por Sergio Moro. Sobre ela, o juiz escreveu: “A matéria em questão é bastante relevante do ponto de vista probatório.”
No entanto a reportagem não bate com aquilo que é dito na denúncia do MPF. O texto atribui o triplex a Lula e usa a declaração do então candidato à reeleição apresentada à Justiça Eleitoral em 2006. A declaração se refere à cota adquirida pelo casal da Bancoop, e a carta poderia ser usada em qualquer apartamento. A defesa do Lula alegou que se tratava de uma unidade simples. Ou seja, não há triplex na lista de bens de Lula usada pelo Globo.
O segundo problema seria percebido pelos procuradores se tivessem lido atentamente a reportagem. A matéria atribui a Lula a propriedade de um triplex na torre B, o prédio dos fundos do condomínio. “A segunda torre (a torre A), se construída como informa a planta do empreendimento, lançado no início dos anos 2000, pode acabar com parte da alegria de Lula: o prédio ficará na frente do imóvel do presidente, atrapalhando a vista para o mar do Guarujá, cidade do litoral paulista”, diz o texto.
“A Lava Jato usou a reportagem como prova de que o apartamento era, sim, uma propriedade ou uma aspiração da família presidencial, mas indicou outro imóvel na denúncia”, aponta o The Intercept. Isto é, a denúncia apontava que o triplex fica na torre A, que ainda não existia quando o jornal publicou a matéria.
Eles disseram na denúncia que o casal Lula faria jus a um triplex com vista para o mar. Mas não é verdade, a reportagem disse que o casal ficaria prejudicado com a construção da torre A, e perderia a vista para o mar.
O que é verdade: a cota estava declarada em seu imposto de renda. Sem os e-mails, não há como saber se o Globo inquiriu Lula sobre o triplex ou apenas sobre um imóvel, ou se a assessoria do petista tomou uma coisa por outra – e, sem querer, abasteceu a denúncia que viria contra Lula anos depois”, aponta o The Intercept.
Dois dias após a denúncia, Dallagnol volta ao assunto em conversa privada com o juiz Sergio Moro. Ele estava sendo muito criticado pela opinião pública que alegava fragilidade na denúncia. E virou chacota pelo Powerpoint.
The Intercept aponta que Dallagnol escreveu a Moro que a denúncia é baseada em muita prova indireta de autoria, e que não falaram isso na denúncia e nem na comunicação.
“Em privado, Dallagnol confirmava a Moro que a expressão usada para se referir a Lula durante a apresentação à imprensa (“líder máximo” do esquema de corrupção) era uma forma de vincular ao político os R$ 87 milhões pagos em propina pela OAS em contratos para obras em duas refinarias da Petrobras – uma acusação sem provas, ele mesmo admitiu, mas que era essencial para que o caso pudesse ser julgado por Moro em Curitiba”, diz a matéria.
“Dois dias depois, Moro afagaria o procurador: “Definitivamente, as críticas à exposição de vcs são desproporcionais. Siga firme.” Menos de um ano depois, o juiz condenaria Lula a nove anos e seis meses de prisão”, relata o site.
MORO E DALLAGNOL CONVERSAM
As conversas publicadas pelo The Intercept mostram que Moro extrapolou sua função de juiz de casos da Lava Jato. Nas conversas, Moro sugeriu a Deltan Dallagnol que trocasse a ordem de frases da Lava jato, cobrou agilidade em novas operações, deu conselhos estratégicos e pistas informais de investigação, antecipou decisão, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público e deu broncas em Dallagnol, relata a quarta matéria sobre os chats.
O juiz, pelo que diz a Constituição, deveria analisar de forma imparcial as alegações de acusação e defesa. Mas as conversas entre Moro e Dallagnol mostram um outro cenário: o atual ministro da Justiça se intrometeu no trabalho do Ministério Público e foi bem recebido. Atuou informalmente como um auxiliar de acusação.
Moro negou diversas vezes que estivesse colaborando com a força-tarefa da Lava Jato. Certo é que essa proximidade do juiz com o MPF acabou facilitando o trabalho da força-tarefa.
No entanto, os diálogos apontam para o outro lado. Moro deu palpite em estratégias, acatou pedido para avaliar prisão de colaborador com maior rapidez, pediu solidez nos pedidos, demonstrando influência direta nos desdobramentos da operação.
Nas mensagens, Deltan refere-se a Moro, quando passa seus recados aos grupos de procuradores, como Russo. E Russo devolve mensagens em que cobra de Deltan o motivo pela qual o MPF recorreu das condenações dos colaboradores, o que impediria a execução da pena.
Moro se intrometeu no MP de forma explícita ao dizer que deveriam inverter fases da Lava Jato já planejadas, pois haveria problemas logísticos que poderiam atrapalhar.
O então juiz fez sua parte na investigação. Passou a Dallagnol fonte que poderia falar sobre transferência de propriedade de um dos filhos de Lula. Garantiu que a fonte era séria. A fonte se recusou a falar, e Deltan cogitou em fazer uma intimação oficial, ‘com base em notícia apócrifa’. Moro endossou e disse que seria melhor formalizar.
“Mais um sinal de que ele trabalhava em coordenação com a acusação veio numa troca de mensagens em 13 de março de 2016, quando manifestações contra o governo de Dilma Rousseff tomaram as ruas. O juiz revela o desejo de “limpar o congresso”.”, relata o site.
Dias depois, Dilma tentaria nomear Lula para a Casa Civil. Ato contínuo, Moro divulgou a conversa grava entre a presidente e o ex-presidente. E ele e Dallagnol conversaram sobre a divulgação dos áudios e se consultaram sobre a estratégia a seguir.
Em março de 2017, Moro orientou novamente Dallagnol sobre os caminhos a seguir. Indicou que deveriam ouvir novamente o Marcos Valério, como sugestão de Mara Gabrilli do PSDB, sobre a morte de Celso Daniel, ocorrido em 2002. E obteve confirmação de Dallagnol que a Lava jato levaria isso em conta, com diligência de Diogo Castor de Mattos.
Quando Lula foi depor em Curitiba, Moro mandou mensagem a Dallagnol bronqueando que queriam adiar o depoimento em cima da hora. “Vcs devem estar brincando”, escreveu Moro, “não tem nulidade nenhuma, é só um monte de bobagem”, completou ele.
Dallagnol respondeu que defenderiam manter o depoimento, e assim foi feito a despeito do pedido da defesa de adiar a entrevista.
Em outra conversa amigável, Moro e Dallagnol conversam sobre o pedido da Lava Jato de oitivas na fase do 402. Dallagnol fala que foi estratégia, mas dizer que poderia indeferir. Ao que Moro respondeu que faria isso mesmo.
Entra como tópico da conversa entre os dois a estratégia de manter João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, preso. Vaccari foi condenado por Moro mas seria absolvido por falta de provas no dia seguinte, pelo TRF4.
Moro orientou, bronqueou, colocou a Lava Jato no rumo que pretendia, deu esporro, palpitou na ação de procuradores na inquirição. Tais conversas mostram uma relação nada constitucional, o juiz deu acesso privilegiado à acusação e ajudou o Ministério Público a construir seus casos.
Leia a série do The Intercept clicando aqui.

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