
Força-tarefa da Lava Jato em Curitiba não aceitou delação de Palocci, que acusa vários bancos
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O ex-petista Antonio Palocci, ministro da Fazenda no primeiro governo Lula, queria delatar bancos à força-tarefa chefiada por Dallagnol. Os procuradores não aceitaram o acordo. A delação seria fechada com a Polícia Federal (PF), tempos depois. Trechos dela foram noticiados nesta sexta-feira 19 de julho pelo Globo. Bradesco, Itaú, Safra e BTG foram acusados.
O primeiro sinal público de Palocci de que pretendia delatar bancos foi dado um ano e meio antes da palestra de Dallagnol para a Febraban. Foi em um depoimento em 20 de abril de 2017 ao então juiz Sérgio Moro.
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Palocci disse que certa vez havia recebido “uma grande personalidade do meio financeiro”, alguém que dizia falar em nome de um banco e ser responsável por financiar campanhas. Topava contar depois a Moro o nome da pessoa e do banco, se o atual ministro da Justiça quisesse.
Especulações invadiram o noticiário. Palocci viraria delator? A Lava Jato chegaria ao sistema financeiro? Um subprocurador-geral comentou certa vez com CartaCapital que era impossível ter havido estripulias com empreiteiras, Petrobras e políticos sem a participação de bancos. Estes inquietavam-se ante a possibilidade de ser acusados pelo ex-ministro da Fazenda.
Após o depoimento de Palocci a Moro, os advogados do ex-petista abriram negociações de uma delação com a força-tarefa chefiada por Dallagnol. Em 31 de maio de 2017, vieram a público alguns trechos do acordo pretendido, através do Valor. Esses trechos comprometiam o banco BTG Pactual, por exemplo.
Uma semana depois, em 7 de junho de 2017, o então presidente Michel Temer baixava uma medida provisória a autorizar bancos encrencados a fazer acordos de leniência com o Banco Central (BC), instituição conhecida pela boa vontade com o setor que deve fiscalizar.
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O time de Dallagnol temia os efeitos de uma delação de Palocci no sistema bancário. Em 26 de junho de 2017, a Folha informava que a força-tarefa estava “apreensiva” e que estudava como preservar os bancos.
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Naquele mesmo dia, Palocci foi condenado por Moro a 12 anos de cadeia. A delação que negociava com os procuradores nunca saiu. Um dos membros da força-tarefa, Carlos Fernando dos Santos Lima, diria no Globo de 30 de agosto de 2017 que a pretendida delação só tinha fofoca.
A negociação da delação foi retomada posteriormente pela Polícia Federal. Com quem enfim o ex-petista selou um acordo, em abril de 2018. Uma delação que agora começa a ser conhecida no capítulo “bancos”.
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