27 de fev. de 2021

Com união de mulheres, vereadora Thaís Ferreira protocola Estatuto da Igualdade Racial no Rio de Janeiro. - Editor - QUE O ESTATUTO, SEJA DISSEMINADO A TODOS MUNICÍPIOS.

Com união de mulheres, vereadora Thaís Ferreira protocola Estatuto da Igualdade Racial no Rio de Janeiro O Estatuto tem como principal objetivo combater a discriminação racial e a desigualdade que atinge a população negra carioca Texto: Roberta Camargo | Edição: Nataly Simões | Imagem: Reprodução/Mãedata Rio de Janeiro A vereadora Thaís Ferreira (PSOL) protocolou nesta semana na Câmara Municipal do Rio de Janeiro o Estatuto da Promoção de Igualdade Racial. O projeto de lei 0029/21 é resultado do trabalho de uma união de mulheres que compõem a equipe da parlamentar, eleita em 2020, e chamada por ela de mãedata coletiva, com o objetivo de combater o racismo e promover políticas de saúde para mulheres. Entre as cláusulas que compõem o Estatuto está o pedido para que o Poder Público considere como desigualdade racial episódios em que "toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça". O PL trata ainda sobre intolerância religiosa e medidas reparatórias e compensatórias para a população negra. "A gente depende da tramitação da casa, que é uma casa branca e conservadora. O nosso projeto se espelha no projeto da Verônica Lima, primeira candidata preta em Niterói", conta a vereadora, explicando sobre o trabalho no Estatuto, que dá continuidade às atividades de outras mulheres negras na política. As referências para manter o trabalho são mulheres negras e de movimentos sociais de gerações anteriores.“A gente fala muito de Lélia Gonzalez, que escreve tudo que a gente precisa saber para se manter viva nesse espaço”, exemplifica Thaís. Por que "mãedata"? "Eu sempre me apresento nesse lugar de bisneta, neta, filha e mãe. Pra honrar o ventre das mulheres que fizeram parte disso", conta a vereadora. "A minha avó era parteira do Morro de Mangueira e ela trabalhava para garantir a vida dessas mulheres pretas do morro. Elas que garantiam roupa, alimentação, trabalho e deu certo, né? Meus irmãos estão vivos, meus filhos também", acrescenta, falando sobre maternidade. A mãedata coletiva tem o acolhimento como palavra de ordem. mãedata textoCom o protocolo no Estatuto da Igualdade Racial em mãos, Thaís Ferreira e Flávia Magalhães na Câmara do RJ. Com referências do mulherismo africano e eleita com mais de 14 mil votos, a mãedata coletiva é formada por mulheres negras ativistas do Rio de Janeiro e o trabalho dessas mulheres é fruto da união e da troca com outros coletivos e parlamentares de todo o país. "A gente divide as articulações por eixos e sempre junta todo mundo para discutir esses projetos, vai trocando e entendendo o quanto de energia precisa ser dada para cada pauta", explica a vereadora. Segundo a assessora-chefe e jurídica da vereadora, Flávia Magalhães, "todo mundo conhece mãe, todo mundo entende mãe. A gente está assinando a nossa atuação parlamentar como mãedata Thaís Ferreira" Flávia conta que a comunicação com a população que vive nas periferias do Rio de Janeiro é parte essencial do trabalho. "Fazemos muito da ponta para ponta, uma política sem intermediários, entendendo o nosso lugar, mas sempre aberto para ouvir", complementa. Flávia reitera que a sociedade civil tem um papel importante na tramitação de leis na Câmara Municipal. "Isso é muito importante para a gente conseguir tornar o estatuto um debate público. Nas redes sociais vamos fazer um ativismo de guerrilha para mostrar a importância de aprovarmos uma lei como essa no Rio de Janeiro", conclui. https://almapreta.com/sessao/cotidiano/com-uniao-de-mulheres-vereadora-thais-ferreira-protocola-estatuto-da-igualdade-racial-no-rio-de-janeiro Leia mais: Mulheres negras encontram barreiras dentro dos partidos para lançar candidaturas O povo preto quer narrar suas histórias Vivemos em um mundo de disputa. Nossa sociedade tem profundas marcas das desigualdades que foram desenhadas ao longo da história. Na atualidade parece que há espaço para debate, a tão falada representatividade está sobre a mesa. Mas o povo preto quer mais. Queremos narrar nossas próprias histórias. Queremos ter direito de fala não somente quando essa é concedida. Somos múltiplos, somos muitos e plurais. A ótica de ser preto no Brasil se revela como um espectro, tamanha a diversidade dos povos ancestrais que nos originaram, e a variedade de experiências que podemos ter e ser. Pertencer. O que nos conecta é pele. Apoie o Alma Preta e nos ajude a continuar contando todas essas histórias. Vamos fazer jornalismo na raça!
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