
é ainda entre nós assunto pouco divulgado, pesquisado e raramente tratado como produto comercial, dentro de um aproveitamento sustentável. Abre-se aqui espaço para divulgar pólos turísticos que possuam tal potencialidade, visando atrair correntes turísticas segmentada para conhecer essa riqueza da humanidade.
PESQUISA (fonte: Minas faz ciência)
Dinossauros
Senhores absolutos do planeta Terra, os dinossauros, extintos há 65 milhões de anos, ainda

A pesquisa paleontológica repercute em várias áreas do conhecimento humano e permite a

A réplica
Após dez anos de escavações, a equipe de pesquisadores, coordenada pelo Prof. Luiz Carlos, conseguiu reunir centenas de ossos de Titanossauro, dos quais 90 foram utilizados na confecção da réplica, totalizando 40% do animal. A equipe optou por montar a réplica/painel, uma das mais completas do mundo, mostrando a metade esquerda de um dinossauro adulto, da ordem dos Saurópodos, da família dos Titanossauros, que habitaram há dezenas de milhões de anos a região do Triângulo Mineiro. Essa opção possibilitou uma cópia fidelíssima do exemplar, já que a maioria dos fósseis era exatamente a dos que compunham o lado esquerdo do animal. Os fósseis originais estão expostos junto com a réplica, construída em resina de poliéster e montada com colas especiais. A exibição em corte longitudinal possibilita também a visão sistêmica da anatomia óssea e muscular do dinossauro. O custo total do projeto foi de R$24mil, mas, destaca o pesquisador, foi a partir do apoio da FAPEMIG, de R$15 mil, que o projeto nasceu e ganhou força, e possibilitando o início de outra importante pesquisa, graças à descoberta fantástica de um crocodilo, com 80% de um mesmo indivíduo preservado, que talvez seja uma espécie inédita no mundo.
O crocodilo "Mesossúquio"
Durante o projeto "Escavações Paleontológicas em Peirópolis-Uberaba - MG", foi encontrado, em setembro do ano passado, um fóssil de crocodilo em excelente estado de preservação, com crânio completo, praticamente todos os elementos ósseos da coluna vertebral e apêndices locomotores. Os "Mesossúquios" são encontrados em rochas do período Cretáceo - intervalo de tempo geológico compreendido entre 141 e 65 milhões de anos - e têm grande importância científica porque revelam características únicas, não apresentadas nas espécies atuais, que possibilitam diversas inferências sobre os aspectos paleoambientais e paleoclimáticos, segundo o paleontólogo Ismar de Souza Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um dos assessores-técnicos do projeto.
O paleontólogo Llewellyn Ivor Price foi atraído para Uberaba em meados dos anos 40, quando, por acaso, operários encontraram fragmentos ósseos de um dinossauro próximo à estação ferroviária Mangabeira, na região Norte da cidade de Uberaba. O gaúcho Ivor Price, que se especializara nos EUA, logo percebeu que ali se encontrava um grande sítio paleontológico e intensificou o trabalho, realizando escavações e estudando a fundo os achados. Os registros dos fósseis datam de 80 a 70 milhões de anos de idade. Os resultados eram descritos para a comunidade científica por meio dos diversos artigos publicados e contribuíram, de forma significativa, para o avanço do conhecimento da paleontologia no Brasil. Price permaneceu na região até 1974 e todo o material coletado nestes quase 30 anos de pesquisa encontra-se depositado na coleção do Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM -, no Rio de Janeiro. Para dar continuidade ao trabalho de Price, a prefeitura de Uberaba iniciou, em 1991, a implantação do Centro de Pesquisa L.I. Price, no bairro de Peirópolis, a 25km do centro de Uberaba, nas instalações da antiga estação ferroviária do vilarejo. O prédio foi totalmente reformado para abrigar os laboratórios, o alojamento dos pesquisadores, a administração e o Museu Paleontológico. O Centro Price é uma referência para pesquisadores do mundo inteiro. É o único do Brasil que mantém coletas sistemáticas anuais por cinco meses, de junho a novembro, no período da seca, quando a rocha pode ser escavada sem riscos de danificar os fósseis, o que pode acontecer na época das chuvas. Por meio dessa dinâmica, o Centro vem ampliando a sua coleção. No seu acervo fóssil estão depositadas mais de 1.500 peças. Depois de coletados, os fósseis são identificados, preparados e disponibilizados para estudos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros. O Centro de Pesquisas e o Museu dos Dinossauros integram hoje a Fundação Municipal de Ensino Superior de Uberaba - FUMESU - e a Faculdade de Educação de Uberaba - FEU -, ambas subvencionadas pela municipalidade. As pesquisas são realizadas por meio de convênios de cooperação técnico-científica com algumas das maiores instituições de pesquisas nessa área. Uma das pesquisas realizadas atualmente está sendo feita em parceria com o Museu Argentino de Ciências Naturais e é sobre a distribuição geográfica dos dinossauros na América do Sul, com foco em Peirópolis e na região da Patagônia, na Argentina.
O que diferencia o Museu Paleontológico de Peirópolis dos demais é a característica dinâmica de sua exposição. Além dos tradicionais painéis, fotos, gravuras e textos explicativos, o Museu exibe os mais representativos fósseis dos diversos animais da fauna regional e acrescenta, a cada ano, informações atualizadas e exemplares fósseis inéditos produzidos pela equipe científica. Com quase nove anos de existência, o Museu recebeu cerca de 175 mil turistas brasileiros e estrangeiros, de 25 países. Entre os dinossauros - carnívoros e herbívoros -, os quelônios, os crocodilomorfos, os peixes, os moluscos, os ostrácodos e os fósseis de plantas, os ovos de dinossauros são os que mais despertam a atenção dos visitantes do Museu. O primeiro ovo de dinossauro da América Latina foi descoberto em1947, na região da estação Mangabeira, ao Norte de Uberaba. Em 1951, Price descreveu o achado inédito para a comunidade científica. De lá para cá, foram registradas mais duas descobertas, sendo a última em 1999, projetando Uberaba como a região do país em que foram encontrados os únicos ovos completos. Quem nunca viu um ovo de dinossauro, na maioria das vezes, imagina um ovo proporcional ao animal. Em uma rápida enquete com leigos, as respostas foram surpreendentes e engraçadas. A mais exagerada foi a de um rapaz que imaginava o ovo "do tamanho de um fusquinha". Os mais modestos o comparavam a um ovo de páscoa gigante. Na realidade, o ovo de dinossauro é menor do que o de avestruz, como mostra a foto.
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