No antigo Detran o moderno conjunto do MAC |
O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), um dos mais importantes da América Latina, terá como nova sede o prédio do Departamento Nacional de Trânsito (Detran), em São Paulo, que faz parte do conjunto arquitetônico do Parque do Ibirapuera, projetado por Oscar Niemeyer. O prédio passará por reformas para abrigar o museu.
Hoje o MAC mantém seu acervo, formado por cerca de 10 mil obras de mestres da arte do século XX, como Picasso, Matisse, Miró, Kandinsky, Modigliani, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Volpi, e muitos outros, dividido entre a sede na Cidade Universitária e parte do andar superior do MAM, no próprio Ibirapuera.
Com a mudança, o museu ganhará instalações mais amplas e adequadas e terá condições de receber um número bem maior de visitantes. A partir desta perspectiva, a professora da FEA-USP Diva Benevides Pinho, também advogada e membro da Associação de Amigos do MAC (AAMAC) e da Associação dos Amigos do Departamento de Economia da FEA-USP (AMEFEA), faz uma análise em artigo publicado no Boletim Informações FIPE (BIF) de fevereiro sobre o desafio de administrar museus públicos, a exemplo do MAC-USP.
Segundo a economista, os museus, sejam eles públicos ou privados, estão enfrentando, no mundo todo, o desafio de obter cada vez mais recursos para dar conta de necessidades como a atualização de sofisticados equipamentos de segurança para seus acervos, reciclagem de pessoal, pesquisa, cursos, workshops, ingresso no mundo da internet.
“Isto sem falar na necessidade de os museus, sobretudo os modernos e os contemporâneos, prepararem-se para o desenvolvimento de novas relações com um público cada vez mais exigente, principalmente os jovens treinados na interatividade informacional”, escreve ela.
“São ainda muito onerosas as montagens de exposições virtuais e reais (locais e itinerantes) e é quase proibitivo o custo de novas aquisições.”
Diva Benevides Pinho lembra que, atualmente, mesmo os museus mais conhecidos e importantes, os museus estrela, precisam “negociar no varejo e no atacado” a manutenção e a visibilidade da riqueza de que são depositários.
“O Louvre de Paris vendeu franquia do Louvre do Deserto por milhões de euros a Abu-Dhabi, e o Gugghenheim de Nova York já se instalou em outros países”, exemplifica. Tais iniciativas encontram muitos críticos, que acusam estas instituições de se tornarem “caixas registradoras”. Porém, prossegue a professora, todos os museus, ainda que públicos, “dependem majoritariamente de verba privada e precisam captar recursos de empresas privadas; e os museus privados, por sua vez, têm necessidade de manter e ampliar as campanhas de financiamento de suas atividades”.
No caso do MAC-USP, Diva assinala que são imensas as possibilidades dele vir a contribuir para ajudar a transformar a região do Ibirapuera em um pólo econômico, social e cultural, contribuindo para expandir os setores hoteleiro, de transporte e prestação de serviços variados, além de enriquecer o turismo cultural na capital Paulista.
Para isso, segundo a professora, a instituição terá de enfrentar alguns desafios, como a de que tipo de atividades terceirizadas abrigará, se procurará obter recursos por meio de souvenirs com fotos do acervo e logo do museu, como fazem os grandes internacionais, se cobrará ingressos, se cederá o espaço para ações de entidades sem fins lucrativos, entre outras iniciativas.
Enfim, pergunta ela, “conseguirá o MAC-USP ultrapassar a ‘visão romântica’ de museu público que presta serviços gratuitos à população, mas na realidade é limitado pelos recursos provenientes do Estado e precisa da colaboração de empresas privadas para sua sustentabilidade?”.
Leia o artigo na íntegra clicando aqui.
http://www.fipe.com.br/ em busca insira pesquisa de turismo foto cultura.sp.gov.br
texto de Diva Benevides Pinho
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