21 de dez. de 2011

Como surfar nos negócios da Copa

Barretto,do Sebrae:legado para as micro e pequenas empresas


O presidente nacional do Sebrae Nacional, Luiz Barretto, explica o projeto do órgão para 2014
(crédito: Agência Brasil)
Da redação - São Paulo
postado em 28/11/2011 12:25 h
atualizado em 08/12/2011 11:46 h

Presidente nacional do Sebrae há quase um ano, o sociólogo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho é o principal gestor do projeto Sebrae 2014, voltado ao desenvolvimento dos negócios de pequenas e médias empresas relacionados ao Mundial no Brasil.

Nesta entrevista, concedida por e-mail, Barreto, explica as ações e portas de acesso à organização que preside para qualquer empreendedor que queira desenvolver produtos e serviços dirigidos aos turistas e torcedores que virão ao país a partir de 2013
É possível imaginar que os micro e pequeno empresários brasileiros possam colher um legado dos grandes eventos esportivos?

Sem dúvida, e é esse o foco do programa Sebrae 2014: o legado de competitividade para as micro e pequenas empresas. A Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos serão marcos importantes, porque aceleram muitos investimentos e trazem centenas de oportunidades de negócios. Mas, além dos negócios durante os eventos, temos que pensar no futuro e aproveitar o momento para preparar os gestores de pequenos negócios para que se tornem mais competitivos, inovadores e sustentáveis no sentido econômico, social e ambiental. Além disso, a chance de trocar experiências com empresas maiores e de outros países será um grande aprendizado.

Que áreas demandam ações mais importantes para a preparação do país em direção a 2014 e 2016?

No que se refere aos pequenos empreendimentos, é preciso capacitar melhor a gestão. Fizemos um mapa de pportunidades que aponta 930 chances de negócios em nove setores da economia: construção civil, tecnologia da informação e comunicação, comércio varejista, serviços, turismo, produção associada ao turismo (gastronomia, artesanato, entretenimento etc.), têxtil e vestuário, madeira e móveis e agronegócio. Além de apontar as oportunidades, o mapa indica os requisitos que devem ser cumpridos pelas empresas, tanto nos aspectos mais gerais, de documentação e certificação, por exemplo, até as questões de gestão, marketing e planejamento. Fala-se muito do apagão da mão de obra, mas existe também um apagão de gestão, temos que preparar melhor nosso empresariado. O programa Sebrae 2014 irá capacitar os pequenos empresários para esses requisitos, ampliando suas chances de negócios durante e após os eventos.

Quais são os programas e projetos desenvolvidos pelo Sebrae para a Copa de 2014 e Olimpíada de 2016? E quais são as metas e investimentos previstos até 2016?

Criamos o Sebrae 2014, um programa que tem como objetivo de preparar os pequenos empreendedores a aproveitar as oportunidades que serão geradas da melhor forma. Investiremos inicialmente R$ 80 milhões nas ações do programa. Já realizamos Encontros de Negócios nas doze cidades-sede reunindo sete mil participantes e já temos cerca de três mil empresas sendo atendidas.

Um dos focos do programa é o encadeamento produtivo, aproximando os grandes demandantes de produtos e serviços das pequenas empresas. Por isso assinamos um convênio de cooperação com a Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) para realizar um mapeamento dos principais investimentos realizados pelos associados da Abdib nas cadeias produtivas do setor, identificar oportunidades de inserção competitiva e sustentável de micro e pequenas empresas nessas cadeias e prepará-las para fornecer com qualidade e agilidade. É um processo em que todos ganham, tanto as grandes empresas quanto os fornecedores de pequeno porte.

Quais as principais áreas de negócio alvo dos programas?

No mapa de oportunidades que fizemos, identificamos nove áreas principais. Algumas como construção civil e tecnologia da informação têm mais impacto no período pré-evento, já outras como turismo e produção associada, que envolve gastronomia e artesanato, por exemplo, serão mais demandadas durante os eventos. Mas a preparação deve ser feita desde já.

As ações são regionalizadas, de acordo com as peculiaridades de cada estado ou cidade-sede?

Sim, estamos aproveitando a capilaridade do Sebrae em todo o país para desenvolver ações específicas em cada estado, de acordo com a realidade encontrada em cada região. O Mapa de Oportunidades foi feito em âmbito nacional, depois cada Estado fez um estudo local para identificar oportunidades e requisitos em cada uma das cidades sede. E há cidades próximas que também serão beneficiadas, apesar de não sediarem jogos. É o caso de João Pessoa, que fica entre as sedes de Fortaleza e Recife. E também Florianópolis, entre Porto Alegre e Curitiba.

Como evitar que em 2014 e 2016 o Brasil seja invadido por produtos e serviços de outros países, em concorrência com indústrias nacionais de pequeno porte?

O mercado brasileiro é invejável, com mais de 100 milhões de consumidores, e certamente atrai competidores externos. A melhor maneira de combater essa concorrência é ampliar a qualidade dos produtos e serviços nacionais. O Sebrae vem trabalhando para tornar as micro e pequenas empresas brasileiras cada vez mais competitivas, investindo principalmente na inovação. E não me refiro apenas à inovação tecnológica, que muitas vezes pode ter um custo elevado. Também é preciso inovar em métodos e processos, como a redução de custos de energia elétrica, ou uma mudança simples de processo na logística da empresa que pode trazer um grande impacto.

O Sebrae vai investir quase R$ 800 milhões até 2013 somente em programas de inovação para micro e pequenas empresas. Em 2011 já atendemos a mais de 30 mil pequenas empresas especificamente com projetos de inovação. Um dos programas é o Agentes Locais de Inovação (ALI). São consultores proativos, que vão até a pequena empresa e fazem um diagnóstico inicial do que pode ser melhorado. E em seguida, oferecemos o programa Sebraetec, que tem soluções de inovação com custo até 90% subsidiado pelo Sebrae.

Vamos tomar um exemplo. Algumas pessoas, de vários pontos do país, nos escrevem para obter orientação sobre como montar uma guest house e pequenos estabelecimentos de hospedagem para os turistas que virão ao país a partir de 2014. Há alguma programação para atender a esse tipo de empreendimento?

As oportunidades de negócios poderão ser aproveitadas tanto por quem já tem uma empresa quanto por aqueles que estão agora iniciando um novo negócio. Mas é claro que quanto antes o empreendedor iniciar a preparação, mais chances de sucesso. E o foco do Sebrae 2014 não é realizar negócios somente durante o evento, mas principalmente deixar um legado de competitividade, ter empresas mais sustentáveis após a Copa e as Olimpíadas.

Por fim, qual é a presença do Sebrae no Brasil hoje? Quantos postos de atendimento estão preparados para trabalhar os megaeventos esportivos?

O Sebrae é uma instituição que há quase 40 anos trabalha pelo desenvolvimento e fortalecimento dos negócios de pequeno porte e do empreendedorismo no Brasil. Estamos presentes em todos os estado brasileiros e no Distrito Federal e atendemos também pela internet e telefone. O Sebrae 2014 é um programa nacional, certamente com ênfase nas cidades-sede, mas esse momento de aceleração dos investimentos pode ser aproveitado por todas as micro e pequenas empresas no país. Recomendo que os empreendedores procurem o Sebrae para ter mais detalhes, pela internet (www.sebrae.com.br) ou pelo telefone 0800 570 0800.

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material e foto do portal http://www.portal2014.org.br/
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