Cuzcuz da culinaria mineira |
7/2/2007 : GASTRONOMIA E ECONOMIA -Otavio Demasi
O ato de alimentar-se, começa longe das mesas, sejam em cafés, restaurantes, hotéis, lanchonetes, acionando, tanto a agricultura quanto a indústria, passando pelo crédito agrícola, formação de mão-de-obra, eventos, até chegar no consumidor, que deve ser conquistado com muito charme, sensibilidade, visual, satisfazendo assim seu ego, no prazer de degustar. Sabemos que a gastronomia desde que o homem se conhece por homem, tem o poder aglutinador. Todo e qualquer evento obrigatoriamente possui um ato gastronômico, quando não é o principal.
Dos estabelecimentos individuais, sejam nas cidades ou nas zonas rurais, passamos por uma revolução transnacional, com a implantação de redes mundiais, onde a tecnologia, a produção em escala “industrial”, o visual, o marketing, seduziram e ao mesmo tempo pasteurizaram o paladar de milhões de pessoas, igualando os estômagos do mundo. Tal ato, deixou de lado características e peculiaridades de inúmeros países, enterrando a culinária típica, privilegiando preço, como isso fosse o máximo na arte gastronômica.
O “boom” mundial advindo com o turismo - vamos deixar os números de lado – tem demonstrado que fatores diferenciais e exclusivos, sejam na área geográfica, humana, cultural, artesanal, folclórica, possuem peso astronômico na escolha do destino turístico. E um dos mais fortes no Brasil é a diversificação, fartura e aí podemos incluir o preço da diversificada fonte de alimentos, sem falar do seu colorido, do cheiro e da diversificação de temperos que nos levam a um exotismo e êxtase .
Carnes, frutos do mar e peixes variadíssimos. Frutas incontáveis: jaca, abacaxi, guaraná, bacuripari, tamarindo, jaracatiá, piqui, sapucaia, umbu, pinha, manga, jujuba, graviola, acerola. Dos pratos regionais, podemos citar: barreado, quibebe, churrasco, caruru, arroz com cucha, mão de vaca, buchada, carne de sol, vatapá, sururu de capote, moqueca capixaba, munguzá, sarapatel, chambaril, feijão tropeiro, galinha cabidela, empadão goiano.
Inúmeros subprodutos podem ampliar o rol de ofertas, como: sorvetes, licores, geléias, compotas, vinhos. E a variedade de doces e o nosso pão de queijo. Sabemos que a mistura da cultura indígena e africana – fortíssima até hoje - agregada a européia, criou um tempero próprio, receitas exclusivas e tudo isso, pode e deve alavancar a economia , com a vinda de turistas de todos as partes do mundo. Vamos juntar o futebol, o samba, a beleza da natureza e o charme brasileiro, além da nossa diversificada cultura popular e faturar, mas faturar muito, com a nossa gastronomia. Vamos encher o estômago dos turistas enchendo assim nossas reservas internacionais.
autoria Otavio Demasi- consultor de turismo;jornalista
foto bussolanet.com.br
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