O clima vem afetando diretamente a atividade turistica- fotoworldatlas.com |
Os participantes reunidos na I Conferencia Internacional sobre Mudança Climática e
Turismo, celebrada em Djerba(Tunis) de 9 a 11 de Abril de 2003, convocada pela
Organização Mundial do Turismo, por convite do Governo de Tunis,
Havendo escutado as comunicações dos representantes de:
- o Governo de Tunis,
- a Comissão Oceanográfica Intergovernamental(COI)- UNESCO,
- o Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre Mudanças Climáticas(IPCC),
- a Convenção das Nações Unidas para o Meio Ambiente(PNUMA),
- a Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática(CMNUCC),
- a Organização Meteorológica Mundial(OMM),
- a Organização Mundial do Turismo(OMT)
e de representantes dos setores público e privado, assim como os pontos de vista de
diversos governos nacionais, empresas de turismo, instituições acadêmicas, ONGs e
especialistas,
Consciente de que os objetivos desta Conferência estão em plena consonância com as
preocupações, interesses e atividades do sistema das Nações Unidas no campo da
mudança climática e, em geral, no do desenvolvimento sustentáve,
Reconhecendo o papel fundamental do Protocolo de Kyoto como primeiro passo no
controle das emissões de gases do efeito estufa,
Levando em conta que, ao convocar a Conferencia, a OMT não pretendia manter um
debate puramente científico, nem abarcar em sua totalidade as amplamente conhecidas
implicações sociais e ambientais que a mudança climática pode ter para nossas
sociedades, mas antes insistir nas relações entre a mudança climática e o turismo, dada a
importância econômica que está tendo este setor de atividade em numerosos países, e
especialmente nas ilhas pequenas e em estados em desenvolvimento, com vistas a
despertar uma maior consciência destas relações e reforçar a cooperação entre os
diferentes agentes envolvidos,
Tendo analisado detidamente as complexas relações entre o turismo e a mudança
climática, e em particular os efeitos que este último está tendo nos diferentes tipos de
destino turístico, sem passar por cima que alguns meios de transporte utilizados para
deslocamentos de turismo e outros componentes do setor turístico contribuem por sua
vez a essa mudança climática,
Conscientes da importância dos recursos hídricos para o setor turístico e de sua
vinculação com a mudança climática,
Reconhecendo a incidência atual, e possivelmente pior no futuro, da mudança climática,
unido a outros fatores de origem humana, sobre o desenvolvimento turístico em
ecossistemas sensíveis como as terras áridas, as regiões costeiras e montanhosas e as
ilhas, e
Tendo presente que o direito de viajar e o direito ao lazer estão reconhecidos pela
comunidade internacional, que o turismo está atualmente completamente integrado nos
padrões de consumo de numerosos países, e que as previsões da OMT indicam que
continuará crescendo em um futuro previsível,
Acordam o seguinte:
1. Apressar a todos os governos interessados na contribuição do turismo ao
desenvolvimento sustentável para que subscrevam todos os acordos
intergovernamentais e multilaterais afins, especialmente o Protocolo de Kyoto, e
outros convênios e declarações similares sobre mudança climática e as
resoluções associadas que previnem que a incidência deste fenômeno se expanda
ainda mais ou se acelere,
2. Estimular às organizações internacionais para que estudem e investiguem em
maior medida as implicações recíprocas do turismo e mudança climática,
incluindo os casos de lugares de interesse cultural ou jazidas arqueológicas, em
cooperação com as autoridades públicas, as instituições acadêmicas, as ONGs e
a população local; em particular, estimular ao Grupo Intergovernamental sobre
mudanças climáticas que preste especial atenção ao turismo, em cooperação
com a OMT, e a que inclua especificamente o turismo em seu Quarto Informe de
Avaliação,
3. Instar aos organismos das Nações Unidas, internacionais, financeiros e bilaterais
a que apóiem aos governos dos países em desenvolvimento, e em particular aos
dos países menos adiantados, para quem o turismo representa um setor
econômico chave, em seus esforços por afrontar a situação e adaptar-se aos
efeitos adversos da mudança climática e a que formulem planos de ação
adequados,
4. Solicitar às organizações internacionais, aos governos, às ONGs e as instituições
acadêmicas que apóiem aos governos locais e às organizações de gestão de
destinos na aplicação de medidas de adaptação e mitigação que respondam aos
efeitos específicos da mudança climática nos destinos locais,
5. Estimular o setor turístico, incluindo as empresas de transporte, os hoteleiros, os
operadores turísticos, as agencias de viagem e os guias turísticos, a que adaptem
suas atividades utilizando tecnologias e logísticas mais limpas e que adotem um
consumo de energia mais racional para minimizar na medida do possível sua
contribuição à mudança climática,
6. Instar aos governos e as instituições bilaterais e multiculturais a que concebam e
apliquem políticas de gestão sustentável para os recursos hídricos e para a
conservação das áreas úmidas e outros ecossistemas de água doce,
7. Instar aos governos para que promovam o uso de fontes de energia renováveis
nas empresas e atividades de turismo e transporte, facilitando assistência técnica
e utilizando incentivos fiscais e de outro tipo,
8. Estimular às associações de consumidores, às empresas de turismo e aos meios
de comunicação a que contribuam para a sensibilização dos consumidores nos
destinos e nos mercados emissores com o objetivo de modificar os hábitos de
consumo e optar por formas de turismo menos prejudiciais ao clima,
9. Convidar os grupos interessados público e privados e não governamentais e a
outras instituições para que informem à OMT sobre os resultados de qualquer
investigação relevante sobre mudança climática e o turismo para que a OMT
atue como centro de intercambio de informação, crie uma base de dados sobre o
tema e difunda esses conhecimentos em escala internacional, e
10. Considerar que esta Declaração constitui um marco para os organismos
internacionais, regionais e governamentais para o acompanhamento de suas
atividades e dos planos de ação antes mencionados neste campo.
Os participantes expressaram seu agradecimento ao Governo e ao povo de Tunis por sua
calorosa hospitalidade e os excelentes serviços prestados para acolher esta Conferencia
na ilha de Djerba
Djerba(Tunis), 11 de Abril de 2003
texto extraido de http://www.marcionami.adm.org.br/
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