19 de jan. de 2012

MUDANÇA CLIMÁTICA E TURISMO - Davos 2007 (para continuar refletindo)

Climatologia - base angular do desenvolvimento sustentavel do turismo
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Segunda Conferência Internacional sobre MUDANÇA CLIMÁTICA E TURISMO DECLARAÇÃO DE DAVOS

MUDANÇA CLIMÁTICA E TURISMO: RESPOSTAS AOS DESAFIOS GLOBAIS Davos (Suíça), 3 de outubro de 2007


A Conferência acordou que:

. O clima é um recurso essencial para o turismo, setor que já vem experimentando os efeitos da mudança climática e do aquecimento global.

Estima-se que o setor contribua com cerca de 5% das emissões mundiais de CO2;

. O turismo — de negócios e de lazer — continuará sendo um componente fundamental da economia mundial, uma atividade importante para alcançar os objetivos traçados para as Metas do Milênio, e um elemento positivo integrado em nossa sociedade;

. Dada a importância do turismo nos desafios mundiais de mudança climática e de redução da pobreza, é necessário adotar, com urgência, uma série de medidas políticas que fomentem um turismo verdadeiramente sustentável que reflita o quádruplo conceito de sustentabilidade: ambiental, social, econômico e climático;

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. O setor de turismo deve responder com rapidez à mudança climática prevista no marco regulatório das Nações Unidas para reduzir, progressivamente, sua emissão de gases de efeito estufa (GEE), com o objetivo de crescer de maneira sustentável. Para isso, devem ser tomadas medidas para:

. Mitigar as emissões de gases de efeito estufa derivados especialmente das atividades de transporte e acomodação;

. Adaptar as empresas e os destinos turísticos às mudanças das condições climáticas;

. Aplicar novas técnicas e incrementar as técnicas já existentes para aumentar a eficácia no uso de energia;

. Arrecadar recursos financeiros para ajudar as regiões de países pobres.

A Conferência insiste que se adotem as seguintes medidas:

1) Governos e organizações internacionais:

. Incorporar o turismo ao cumprimento dos compromissos acordados em conformidade com a Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CMNUMC) e seu Protocolo de Kyoto, e responder ao chamamento do Secretário Geral das Nações Unidas para apresentar, em dezembro de 2007, na 13ª sessão da Conferência das Partes da CMNUMC, a se realizar em Bali, um
marco regulatório eficaz e completo que permita fazer frente à mudança climática pós-2012.

. Implementar, concreta e simultaneamente, atividades de mitigação, adaptação, tecnologia e os objetivos de desenvolvimento das Metas do Milênio.

. Dar apoio técnico e financeiro, além de suporte de treinamento, aos destinos turísticos e aos operadores de turismo dos países em desenvolvimento (especialmente aos em vias de desenvolvimento e aos pequenos estados insulares em desenvolvimento) para assegurar que possam participar do marco mundial de ação frente à mudança climática, por meio de iniciativas estabelecidas, como o mecanismo de desenvolvimento limpo.

. Fomentar, em todos os níveis, as associações, as redes e os sistemas de intercâmbio interdisciplinar de informação, que são essenciais para o desenvolvimento sustentável do setor.

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. Colaborar com as estratégias, as políticas e os planos de ação internacionais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no transporte (em cooperação com a OACI e outras organizações de transporte aéreo), nas acomodações e em outras atividades conexas ao turismo.

. Introduzir programas de educação e sensibilização dirigidos a todos os agentes de turismo — dos setores público e privado —, assim como aos consumidores.

. Criação de serviços regionais e locais de informação sobre o clima, ajustados às necessidades do setor de turismo, promovendo sua utilização entre os agentes de turismo. Dar capacitação para a
interpretação e aplicação dessa informação, reforçando a colaboração com os Serviços Nacionais de Meteorologia.

. Aplicar medidas de política geral, regulamentação, finanças, gestão, educação, comportamento, diversificação, pesquisa e monitoramento para que a adaptação e a mitigação sejam eficazes.

2) Indústria do Turismo e destinos

. Assumir a liderança para a aplicação de medidas concretas (como incentivos) para mitigar os efeitos da mudança climática por toda a cadeia de oferta de destinos turísticos e reduzir riscos aos viajantes,
aos operadores e à infra-estrutura.

. Estabelecer objetivos e indicadores para monitorar os progressos.

. Fomentar e realizar investimentos em programas de eficiência

energética, a fim de que o setor de turismo possa reduzir sua parcela

na emissão de carbono.

. Integrar o turismo na elaboração de estratégias de adaptação e mitigação nos planos local, regional e nacional e colocá-las em prática. O Programa de Trabalho de Nairobi sobre efeitos, vulnerabilidade e adaptação à mudança climática, que foi coordenado pela CMMUMC, representa uma oportunidade
importante para que o setor de turismo melhore seu conhecimento sobre o tema, aumente suas capacidades e estimule a ação.

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. Conservar a diversidade biológica, os ecossistemas naturais e o meio ambiente de forma a reforçar sua resistência à mudança climática para garantir o uso sustentável dos recursos ambientais, em particular daqueles conhecidos como ‘pulmões da Terra’ (sumidouros de carbono), seqüestrando os gases causadores do efeito estufa mediante programas de gestão florestal e outros programas biológicos, ou que protejam a linha costeira (como os mangues e recifes de coral).

. Ampliar as áreas livres de carbono, diminuindo interferências desde a concepção até a execução das atividades, e com mecanismos ajustáveis em função das reações do mercado.

. Diversificar os produtos com foco climático para reposicionar destinos e seus sistemas de apoio, a fim de adequar a oferta e a demanda à sazonalidade.

. Sensibilizar o cliente e o staff a respeito dos impactos da mudança climática, convocando-os ao engajamento nesse programa.

3) Consumidores:

. Alertar os turistas para que, antes de tomarem suas decisões, considerem as repercussões climáticas, econômicas, sociais e ambientais de suas opções de viagem e destino, para, se possível, reduzir a emissão de carbono ou compensar as emissões no que não se puder reduzir diretamente.

. Os turistas devem ser estimulados a optar por atividades que respeitem o meio ambiente, a reduzir a emissão de carbono, e a contribuir com a conservação do entorno natural e do patrimônio cultural.

4) Redes de pesquisa e comunicação:

. Fomentar pesquisas multidisciplinares sobre os impactos da mudança climática, com o objetivo de preencher as lacunas locais com os conhecimentos atuais, desenvolver ferramentas de avaliação de riscos e de análises custo-benefício para a viabilidade das diversas respostas.

. Incluir os temas ambientais e climáticos nos planos de estudos dos centros de formação de turismo, e ampliá-los no sistema geral de ensino.

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. Fomentar as viagens responsáveis, apoiando o turismo com o quádruplo conceito de sustentabilidade, incorporando considerações climáticas, ambientais, sociais e econômicas.

. Divulgar a importância econômica do turismo como ferramenta de desenvolvimento e apresentar informações eqüitativas, equilibradas e de fácil compreensão sobre as causas e os efeitos da mudança
climática, a partir de dados científicos.

A Conferência

. Estabelece uma série de medidas específicas a serem adotadas por todos os agentes do setor, para serem empregadas imediatamente, e implementa um roteiro de longo prazo para se conseguir neutralizar a emissão de carbono;

. Convida governos, organizações internacionais, o setor de turismo, os consumidores e as redes de pesquisa e de comunicação a adotar essas recomendações mediante compromissos e planos de ação

concretos, e a utilizar como plataforma o serviço on-line da OMT para o intercâmbio de informações sobre a mudança climática e turismo de modo que os agentes interessados possam registrar permanentemente seus compromissos e atividades em favor da adaptação e da mitigação;

. Encarece a necessidade de que, em colaboração com o PNUMA e a OMM, a OMT continue dirigindo esse processo e, quando oportuno, estude convocar uma Terceira Conferência Internacional sobre Mudança Climática e Turismo para avaliar os progressos, manter o nível de intervenção e continuar definindo necessidades e ações;

. Insiste que todo o setor de turismo atue para fazer frente  mudança climática, que é um dos maiores desafios ao desenvolvimento sustentável e aos objetivos de desenvolvimento das

Metas do Milênio, no Século XXI.
texto extraido em parte do portal http://www.fbcvb.org.br/  mapa reprodução do IBGE- Instituo Brasileiro de Geogradia e Estatistica 2007
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