Climatologia - base angular do desenvolvimento sustentavel do turismo |
Segunda Conferência Internacional sobre MUDANÇA CLIMÁTICA E TURISMO DECLARAÇÃO DE DAVOS
MUDANÇA CLIMÁTICA E TURISMO: RESPOSTAS AOS DESAFIOS GLOBAIS Davos (Suíça), 3 de outubro de 2007
A Conferência acordou que:
. O clima é um recurso essencial para o turismo, setor que já vem experimentando os efeitos da mudança climática e do aquecimento global.
Estima-se que o setor contribua com cerca de 5% das emissões mundiais de CO2;
. O turismo — de negócios e de lazer — continuará sendo um componente fundamental da economia mundial, uma atividade importante para alcançar os objetivos traçados para as Metas do Milênio, e um elemento positivo integrado em nossa sociedade;
. Dada a importância do turismo nos desafios mundiais de mudança climática e de redução da pobreza, é necessário adotar, com urgência, uma série de medidas políticas que fomentem um turismo verdadeiramente sustentável que reflita o quádruplo conceito de sustentabilidade: ambiental, social, econômico e climático;
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. O setor de turismo deve responder com rapidez à mudança climática prevista no marco regulatório das Nações Unidas para reduzir, progressivamente, sua emissão de gases de efeito estufa (GEE), com o objetivo de crescer de maneira sustentável. Para isso, devem ser tomadas medidas para:
. Mitigar as emissões de gases de efeito estufa derivados especialmente das atividades de transporte e acomodação;
. Adaptar as empresas e os destinos turísticos às mudanças das condições climáticas;
. Aplicar novas técnicas e incrementar as técnicas já existentes para aumentar a eficácia no uso de energia;
. Arrecadar recursos financeiros para ajudar as regiões de países pobres.
A Conferência insiste que se adotem as seguintes medidas:
1) Governos e organizações internacionais:
. Incorporar o turismo ao cumprimento dos compromissos acordados em conformidade com a Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CMNUMC) e seu Protocolo de Kyoto, e responder ao chamamento do Secretário Geral das Nações Unidas para apresentar, em dezembro de 2007, na 13ª sessão da Conferência das Partes da CMNUMC, a se realizar em Bali, um
marco regulatório eficaz e completo que permita fazer frente à mudança climática pós-2012.
. Implementar, concreta e simultaneamente, atividades de mitigação, adaptação, tecnologia e os objetivos de desenvolvimento das Metas do Milênio.
. Dar apoio técnico e financeiro, além de suporte de treinamento, aos destinos turísticos e aos operadores de turismo dos países em desenvolvimento (especialmente aos em vias de desenvolvimento e aos pequenos estados insulares em desenvolvimento) para assegurar que possam participar do marco mundial de ação frente à mudança climática, por meio de iniciativas estabelecidas, como o mecanismo de desenvolvimento limpo.
. Fomentar, em todos os níveis, as associações, as redes e os sistemas de intercâmbio interdisciplinar de informação, que são essenciais para o desenvolvimento sustentável do setor.
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. Colaborar com as estratégias, as políticas e os planos de ação internacionais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no transporte (em cooperação com a OACI e outras organizações de transporte aéreo), nas acomodações e em outras atividades conexas ao turismo.
. Introduzir programas de educação e sensibilização dirigidos a todos os agentes de turismo — dos setores público e privado —, assim como aos consumidores.
. Criação de serviços regionais e locais de informação sobre o clima, ajustados às necessidades do setor de turismo, promovendo sua utilização entre os agentes de turismo. Dar capacitação para a
interpretação e aplicação dessa informação, reforçando a colaboração com os Serviços Nacionais de Meteorologia.
. Aplicar medidas de política geral, regulamentação, finanças, gestão, educação, comportamento, diversificação, pesquisa e monitoramento para que a adaptação e a mitigação sejam eficazes.
2) Indústria do Turismo e destinos
. Assumir a liderança para a aplicação de medidas concretas (como incentivos) para mitigar os efeitos da mudança climática por toda a cadeia de oferta de destinos turísticos e reduzir riscos aos viajantes,
aos operadores e à infra-estrutura.
. Estabelecer objetivos e indicadores para monitorar os progressos.
. Fomentar e realizar investimentos em programas de eficiência
energética, a fim de que o setor de turismo possa reduzir sua parcela
na emissão de carbono.
. Integrar o turismo na elaboração de estratégias de adaptação e mitigação nos planos local, regional e nacional e colocá-las em prática. O Programa de Trabalho de Nairobi sobre efeitos, vulnerabilidade e adaptação à mudança climática, que foi coordenado pela CMMUMC, representa uma oportunidade
importante para que o setor de turismo melhore seu conhecimento sobre o tema, aumente suas capacidades e estimule a ação.
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. Conservar a diversidade biológica, os ecossistemas naturais e o meio ambiente de forma a reforçar sua resistência à mudança climática para garantir o uso sustentável dos recursos ambientais, em particular daqueles conhecidos como ‘pulmões da Terra’ (sumidouros de carbono), seqüestrando os gases causadores do efeito estufa mediante programas de gestão florestal e outros programas biológicos, ou que protejam a linha costeira (como os mangues e recifes de coral).
. Ampliar as áreas livres de carbono, diminuindo interferências desde a concepção até a execução das atividades, e com mecanismos ajustáveis em função das reações do mercado.
. Diversificar os produtos com foco climático para reposicionar destinos e seus sistemas de apoio, a fim de adequar a oferta e a demanda à sazonalidade.
. Sensibilizar o cliente e o staff a respeito dos impactos da mudança climática, convocando-os ao engajamento nesse programa.
3) Consumidores:
. Alertar os turistas para que, antes de tomarem suas decisões, considerem as repercussões climáticas, econômicas, sociais e ambientais de suas opções de viagem e destino, para, se possível, reduzir a emissão de carbono ou compensar as emissões no que não se puder reduzir diretamente.
. Os turistas devem ser estimulados a optar por atividades que respeitem o meio ambiente, a reduzir a emissão de carbono, e a contribuir com a conservação do entorno natural e do patrimônio cultural.
4) Redes de pesquisa e comunicação:
. Fomentar pesquisas multidisciplinares sobre os impactos da mudança climática, com o objetivo de preencher as lacunas locais com os conhecimentos atuais, desenvolver ferramentas de avaliação de riscos e de análises custo-benefício para a viabilidade das diversas respostas.
. Incluir os temas ambientais e climáticos nos planos de estudos dos centros de formação de turismo, e ampliá-los no sistema geral de ensino.
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. Fomentar as viagens responsáveis, apoiando o turismo com o quádruplo conceito de sustentabilidade, incorporando considerações climáticas, ambientais, sociais e econômicas.
. Divulgar a importância econômica do turismo como ferramenta de desenvolvimento e apresentar informações eqüitativas, equilibradas e de fácil compreensão sobre as causas e os efeitos da mudança
climática, a partir de dados científicos.
A Conferência
. Estabelece uma série de medidas específicas a serem adotadas por todos os agentes do setor, para serem empregadas imediatamente, e implementa um roteiro de longo prazo para se conseguir neutralizar a emissão de carbono;
. Convida governos, organizações internacionais, o setor de turismo, os consumidores e as redes de pesquisa e de comunicação a adotar essas recomendações mediante compromissos e planos de ação
concretos, e a utilizar como plataforma o serviço on-line da OMT para o intercâmbio de informações sobre a mudança climática e turismo de modo que os agentes interessados possam registrar permanentemente seus compromissos e atividades em favor da adaptação e da mitigação;
. Encarece a necessidade de que, em colaboração com o PNUMA e a OMM, a OMT continue dirigindo esse processo e, quando oportuno, estude convocar uma Terceira Conferência Internacional sobre Mudança Climática e Turismo para avaliar os progressos, manter o nível de intervenção e continuar definindo necessidades e ações;
. Insiste que todo o setor de turismo atue para fazer frente mudança climática, que é um dos maiores desafios ao desenvolvimento sustentável e aos objetivos de desenvolvimento das
Metas do Milênio, no Século XXI.
texto extraido em parte do portal http://www.fbcvb.org.br/ mapa reprodução do IBGE- Instituo Brasileiro de Geogradia e Estatistica 2007
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