3 de fev. de 2012

Novas Dinâmicas do Consumo Turístico: favela-tour e turismo comunitario

 
 

"Casa de Pedra"   em Paraisopolis/SP do pedreiro Estevão Silva da Conceição, o "Gaudi Brasileiro" vidadequalidade.wordpress.com Esta ilustração não faz parte do trabalho academico, tendo sido anexado pelo autor do blog
 
 
V Encontro Nacional da Anppas 4 a 7 de outubro de 2010 Florianópolis - SC – Brasil


Novas Dinâmicas do Consumo Turístico: favela-tour e turismo comunitário

Ricardo de Oliveira Rezende (ENCE/IBGE) Mestrando em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais (ENCE), especialista em Planejamento e Gestão Social e Bacharel em Turismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ricarduus@gmail.com
Lavínia Davis Rangel Pessanha (ENCE/IBGE) Doutora em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, Professora do Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), orientadora.lavínia.pessanha@ibge.gov.br
Moema de Poli Teixeira (ENCE/IBGE) Doutora em Antropologia, Professora do Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), coorientadora.
moema.teixeira@ibge.gov.br

Resumo

O artigo trata das relações entre turismo e pobreza, processos originados pelo desenvolvimento do capitalismo industrial, mais precisamente do processo em que a paisagem da pobreza se torna mercadoria turística. O surgimento do turismo de massa, nos moldes da produção fordista se deu
através da ‘commodificação’ do turismo, ou seja, a criação das mercadorias turísticas, consubstanciadas nos pacotes turísticos e na oferta de hotelaria padronizada. No entanto, o modelo
fordista hegemônico vem abrindo espaço para novas dinâmicas de turismo, inseridas na modernidade
líquida ou pós-fordista, que parecem estar ligadas à busca de pertencimento, segurança e autenticidade, fora dos pacotes e dos hotéis de bandeira internacional. Assim, surgem novas demandas de experiências turísticas, como aquelas em espaços urbanos pobres e ambientalmente degradados, como as favelas do Rio de Janeiro. O turismo, de fato, comercializa as paisagens, entretanto o turismo em favelas se diferencia, pois a paisagem não é atrativa pela sua pobreza e degradação ambiental. Este trabalho aborda duas destas formas novas de consumo turístico que se dão no ambiente de favelas: o turismo comunitário e o chamado favela-tour. O primeiro se refere a comunidades que se organizam para receber turistas, o segundo se refere à prática conhecida de tours em favelas do Rio de Janeiro e que não tem ligação direta com a comunidade local. O objetivo principal deste artigo é debater a existência de dois diferentes tipos de turismo que se dão no espaçofavela, mostrando suas diferenças principais e sua relação com a comunidade autóctone e seu ambiente.
Palavras-chave turismo, consumo, comunidade, favela-tour
Introdução

O fenômeno conhecido como Grand Tour se refere às viagens realizadas pelos filhos da aristocracia europeia e seus tutores, que existiam desde o século XVI e duraram até 1798 com a Revolução Francesa, cujo objetivo era que a classe social dominante enviasse ao exterior seus filhos, para prepará-los para o comando político e intelectual (CORIOLANO, 2006, p. 22). Mas, o turismo como conhecemos atualmente nasce, como muitos autores gostam de colocar, no ano de 1841, na Inglaterra. Trata-se do período conturbado de nascimento do capitalismo industrial, no qual ocorrem inúmeras transformações sociais que levam à hegemonia do modo de produção capitalista. Neste período, Engels ([1844] 2008), contextualizando a situação da classe operária na Inglaterra, comenta o estado deplorável de pobreza a que eram submetidos os trabalhadores. É neste período que nasce a pobreza como questão social relacionada diretamente à fome e à miséria. A atividade do turismo nos moldes como conhecemos hoje nasce do mesmo processo que cria a pobreza também da forma como conhecemos. Esse processo é o surgimento do capitalismo industrial.
Thomas Cook, precursor dos pacotes turísticos, um ex-pastor batista, foi um homem religioso, que
acreditava que a maioria dos problemas sociais vitorianos estava relacionada ao álcool e que a vida
das pessoas que trabalham seria melhor se elas bebessem menos e se tornassem mais educados.
Entusiasmado com o surgimento das ferrovias e com objetivo filantrópico, Thomas Cook reservou um
trem inteiro em julho de 1841 e levou cerca de 500 passageiros de Leicester para uma reunião em
Loughborough. Depois disso, Cook deixou a filantropia, vislumbrou o surgimento de um grande negócio, e ao final de 1850 estava levando milhares de trabalhadores ingleses para a Grande Exposição em Londres. Assim, nascia o embrião do que mais tarde foi se tornar o turismo chamado “de massa”, uniformizado e padronizado que conhecemos atualmente. Santos-Filho (2008) ressaltando a finalidade social do empreendimento de Cook, afirma que ele desenvolvia um trabalho de recuperação de alcoólicos e ousou empreender viagens para as classes sociais populares em localidades tidas como redutos exclusivos dos ricos da Inglaterra. No entanto não resta dúvida de que o turismo de massa atualmente não é acessível para a maioria das pessoas, nem mesmo em países desenvolvidos.
Com o posterior desenvolvimento do capitalismo, também se desenvolveu, como negócio, a
comercialização de viagens organizadas e programadas. O turismo se desenvolveu conforme se
desenvolvia o capitalismo em todas as áreas da vida humana. Conforme afirmou Coriolano (2006, p
220), assim como o modelo fordista massificou a cultura, a escola, a comunicação, também tentou
massificar o turismo, fazendo-o chegar à estratégia das fusões/aquisições, dos conglomerados e
oligopólios que dominam toda a sua cadeia produtiva, organizando a produção de forma flexível quanto ao trabalho e quanto aos lugares.
Atualmente, entretanto, o modelo fordista das viagens vem perdendo sentido e espaço. Coriolano (2006, p. 45) explica que a fase pós-fordista do turismo se dá no âmbito de uma sociedade em que os
serviços passam a ter prioridade sobre outros setores da economia, quando o paradigma empresarial
se modifica em torno produtos personalizados, qualidade, sustentabilidade social e ambiental, etc. e
quando tenta estabelecer a dinâmica do trabalho flexível.
Este trabalho trata indiretamente das relações entre turismo e pobreza, ambos processos originados
pelo desenvolvimento do capitalismo industrial, mais precisamente do processo em que a paisagem
da pobreza se torna mercadoria turística. O surgimento do turismo de massa, nos moldes da produção fordista se deu através da ‘commodificação’ do turismo, ou seja, a criação das mercadorias turísticas, consubstanciadas nos pacotes turísticos e na oferta de hotelaria padronizada. No entanto, o modelo fordista hegemônico vem abrindo espaço para novas dinâmicas de turismo, inseridas na
modernidade líquida ou pós-fordista, que parecem estar ligadas à busca de pertencimento, segurança e autenticidade, fora dos pacotes e dos hotéis de bandeira internacional.
Novas Dinâmicas do Consumo do Turismo
Talaya (2004 apud RAMIRO, 2010, p. 65) mostra que as novas tendências abrangem mudanças
importantes no comportamento do turista, sendo que as principais são o ócio mais ativo e polivalente,
a busca de experiências, a fragmentação das viagens, cada vez mais frequentes e curtas, canais de
vendas mais diretos com a utilização cada vez maior da internet, maior demanda por produtos
personalizados, definidos pelos próprios turistas, maior necessidade de informação e segmentação
de mercados e destinos. Segundo Ramiro (2010, p. 65) essas características implicam maior interesse por ambientes naturais e culturalmente preservados, inserindo-se no movimento de consumo consciente que é forte principalmente nos países desenvolvidos.
Desta forma, surgem novas demandas de viagens: turistas que querem visitar espaços rurais, espaços naturais, comunidades ou mesmo espaços urbanos pobres e ambientalmente degradados, como as favelas do Município do Rio de Janeiro. O turismo, em geral, comercializa as paisagens belas e admiráveis, entretanto o turismo em favelas se diferencia, pois a paisagem não é atrativa por sua beleza, mas por sua pobreza e degradação ambiental.
Este trabalho aborda duas destas formas novas de consumo turístico que se dão no ambiente de
favelas: o turismo comunitário e o chamado favela-tour. O primeiro se refere a comunidades que se
organizam para receber turistas, o segundo se refere à prática conhecida de tours em favelas do Rio
de Janeiro e que não tem ligação direta com a comunidade local.
O objetivo principal deste artigo é debater a existência de dois diferentes tipos de turismo que se dão
no “espaço-favela”, mostrando suas diferenças principais e sua relação com a comunidade autóctone e seu ambiente. Também pretendemos discutir a colocação do turismo como fator de “redução”,“combate”, ou “alívio” da pobreza.
Santos-Filho (2005; 2008) afirma que o turismo constitui-se em um fenômeno social, mas é alvo de vários tipos de preconceitos dentro e fora da academia, considerado ainda uma temática que desperta pouco interesse para a pesquisa e tida de baixa relevância no campo das ciências humanas até hoje. Afirma o autor que:
No cotidiano, a temática do turismo sofre o estereótipo de ser entendida como uma atividade destinada exclusivamente a viagens das classes sociais abastadas. O termo turismo padece de um processo de compreensão elitista, mascarando uma realidade social extremamente desigual que colabora para que o mesmo seja visto como inexpressivo no conjunto das políticas públicas formuladas pelo Estado brasileiro, e podemos dizer Latino Americano (SANTOS-FILHO, 2005, p. 56).
Embora padecendo de certo preconceito da academia em geral, alguns outros autores lançam seus olhos sobre as mudanças na atividade turística e contribuem para o avanço de uma outra abordagem do turismo e do lazer nas áreas das ciências humanas e sociais. Santos-Filho propõe a superação da leitura neopositivista do fenômeno do turismo e uma nova epistemologia voltada a uma leitura histórico-crítica. Já Zaoual (2009) visualiza o surgimento de um campo de investigação das novas formas de existência do turismo:
O campo de investigação sobre as novas formas de existência do turismo é oportuno para uma leitura sobre as crenças dos atores, produtores  consumidores, já que se trata de estudar a metamorfose de certo número de valores imateriais em valores econômicos (pag 56) Zaoual (2009, p. 57) afirma sobre o turismo de massa, que a observação das tendências da demanda turística mundial deixa entrever que esse tipo de modelo de produção de serviços turísticos está desgastada, pois visa unicamente ao lucro e à produção em grande escala. O autor citado coloca que vivemos uma “crise do paradigma e das práticas clássicas do turismo em geral”. Nesta perspectiva, “vítima de seu próprio sucesso, o mega-turismo parece, assim, responder à teoria do ciclo de vida dos produtos” (ZAOUAL, 2009, p. 57). O autor indica que no turismo tem-se vivenciado a sufocação do uniforme, conforme podemos apreender da passagem a seguir:
Fundamentalmente, é na diversidade que a nova demanda turística esgota suas motivações profundas. Em um mundo atormentado pela perda de referências, a necessidade de pertencimento, bem como de um intercâmbio intercultural, exprimem o desejo de uma procura de sentidos da parte dos atore (ZAOUAL, 2009, p. 58).
Assim, segundo Zaoual (2009, p. 59-60) os novos consumidores do turismo ensejam uma proliferação de novas concepções na área particular do turismo: turismo solidário, turismo intercultural, turismo de natureza, ecoturismo, turismo durável, turismo de proximidade, turismo de memória e de história, turismo de valores. Dentre essas também podemos colocar aquelas que citamos anteriormente: o turismo de base local (ou de base comunitária) e o turismo nas favelas.
Também é fruto dessas novas demandas turísticas, o turismo que é praticado nas favelas do Rio de
Janeiro, no qual o espaço construído sob a opressão da pobreza é paisagem vendida pelos pacotes de “turismo receptivo”. Sobre este processo, Ouriques (2005, p. 56) afirma que foi a descoberta de uma nova funcionalidade da favela, em que sua “estética específica torna-se mercadoria para visitação turística”. Numa perspectiva crítica e muito bem sedimentada, Ouriques (2005, p. 56) explica ainda que “a miséria dos homens materializada nos espaços urbanos pelos barracos e ambientes de sobreviver sem quaisquer equipamentos e serviços públicos, acaba tendo uma finalidade estética, uma finalidade turística” (2005, p. 56).
Ou seja, é praticamente impossível não reconhecer que a realidade da experimentação do turismo está em mudança. Esta mudança abandona os padrões fordistas e aponta para uma diversificação maior dos destinos e das possibilidades do turismo. Seja o espaço rural, seja o espaço natural ou seja também o espaço pobre urbano, espaços diferenciados do cotidiano são alvo de curiosidade e desejo de visitação turística. Dentre essas novas demandas, é claro, existem as que contribuem mais e as que contribuem menos para o desenvolvimento social. O turismo de base local organizado pelos moradores de favelas, neste aspecto diferencia-se do favela-tour.
A Necessidade de se Situar em um Mundo Fluido
No momento da modernidade fluida que vivemos, Bauman (2001) afirma que há sólidos que estão sendo derretidos principalmente que aqueles que entrelaçam as decisões individuais e os projetos e as ações coletivas. Se desfazem sentimentos de pertença em grupos, como a família, a classe e o bairro. A vida moderna que se constrói atualmente é, segundo o autor, uma versão individualista, insegura e privatista da modernidade.
O mesmo autor explica que a insegurança afeta a todos, imersos que estamos num mundo fluido e imprevisível de desregulamentação, flexibilidade, competitividade e incerteza, sentimentos que vivemos no dia-a-dia da vida, no trabalho, na escola, nas ruas, etc. Bauman (2005) explica que fomos
retirados de nossa existência comunitária em nome de uma liberdade que se mostrou também limitada pela insegurança. O dilema da segurança e da liberdade passa então, segundo o autor pela questão da comunidade.
Assim, é necessário enfatizar que nosso entendimento de comunidade é aquele presente em Coriolano e Silva (2005, p. 29), que estudando o turismo comunitário no Nordeste, entendem que comunidade é um:
grupo social residente em um pequeno espaço geográfico, cuja integração das pessoas entre si, e dessas com o lugar cria uma identidade tão forte que tanto os habitantes como o lugar são identificados como lugar (CORIOLANO, SILVA, 2005, p.29).
A atividade turística é influenciada por essa modernidade líquida. Desta forma, Zaoual (2009, p. 69)
afirma, contextualizando as mudanças da atividade turística, que o consumo pelo consumo não parece mais importante e o homem da sociedade da competição industrial está à procura do sentido de sua existência. Assim, segundo o autor, a emergência de um “turismo de profundidade” ou um “turismo situado” baseado em novas relações com a cultura dos lugares e com o meio ambiente natural é um dos sinais de crise da civilização industrial. Afirma ainda o autor que:
Não-situado, o homem moderno, aquele da sociedade da competição econômica com todos os efeitos cruéis que nós conhecemos, também está à procura das raízes culturais, biótipos e nichos sócio-relacionais suscetíveis de colocá-lo em harmonia consigo mesmo e com o mundo à sua volta. O conhece-te a ti mesmo de Aristóteles adquire assim certa consistência nesta pesquisa dos cidadãos da sociedade industrial sem direção (p. 70)
Assim, imersas no quotidiano de insegurança contemporânea, buscam sensação de segurança em
comunidades (diferentes das antigas formas de aglomeração comunitárias, um novo tipo de comunidade). Da mesma forma, no turismo procuram-se novas sensações que não aquelas de “viver a sensação de não pertencimento”, posto que esta sensação já é vivenciada no quotidiano (BAUMAN, 1997). Atualmente, ao contrário, turistas vão buscar a sensação de segurança, a sensação depertencimento ou mesmo a sensação de estar situado. Se vivemos cotidianamente a “síndrome de turista” conforme afirma Bauman (1997), quando turistas precisamos do contrário: segurança e pertencimento.
Assim, para finalizar, o turismo comunitário (CORIOLANO, 2009) é conceituado como a atividade turística em que pequenas comunidade (frequentemente pobres, isoladas e sem alternativas econômicas) são protagonistas de empreendimentos turísticos, como pousadas comunitárias, cooperativas de bugues, etc. recebendo aqueles turistas ansiosos pela sensação de segurança e pertencimento.
Entendo Diferenças Entre o Turismo Comunitário e o Favela-Tour
Podemos perceber que o turismo comunitário ou de base comunitária, em termos conceituais, guardaria relações de desenvolvimento local, sustentabilidade, solidariedade e pertencimento e, sendo assim, teria maior probabilidade de beneficiar a comunidade ao contrário do favela-tour, atividade realizada por agências de turismo receptivo exógenas cujo envolvimento com a comunidade é muito pequena.
Percebemos que os projetos de turismo comunitário apoiados pelo Ministério do Turismo na cidade do Rio de Janeiro, em sua maioria, são projetos desenvolvidos em favelas. Isto nos levou a conhecer o estudo de Freire-Medeiros (2009), que pesquisa o fenômeno do turismo praticado em favelas, trazendo o seu construto da “pobreza turística”, que se refere a uma mercadoria como todas as outras do capitalismo contemporâneo (FREIRE-MEDEIROS, 2009, p. 151).
Inicialmente também nos questionamos sobre o sentido de se chamar as favelas cariocas de comunidades. De fato, que a palavra comunidade no Rio de Janeiro, tem sentido diferente de outras regiões do Brasil, já que é empregada no sentido de “favela”. É, desta forma, uma palavra de certa forma estigmatizada, marcada pela condição social da pobreza e nem sempre alude a pequenos lugares com poucas pessoas onde reina a segurança.
Pelo contrário, a palavra comunidade no Rio de Janeiro está relacionada a violência e insegurança, mas, no entanto, como explica Freire-Medeiros (2009, p. 96-97), a favela se define como comunidade em consequência do próprio mecanismo da exclusão social a que são submetidos. Segundo a autora, “a favela emerge como um território autossuficiente, portador de cultura própria, em que os habitantes se mantêm unidos em oposição à sociedade egoísta que os cerca”. Já Gomes (2002, p. 15) analisa que o significado dado à palavra comunidade no Rio de Janeiro, onde se utiliza o termo como um, por vezes um tanto cínico, eufemismo para ‘favela’. Gomes (2002, p. 15) afirma que:
Outra forma discursiva largamente utilizada para se referir as pessoas que habitam a favela é a denominação de “comunidade”. De fato, esta categoria, que, à primeira vista, pode parecer simpática, pois confere um estatuto de grupo organizado e “harmônico” a estas pessoas, na verdade, age como um

reforço da idéia de exclusão, na medida em que diferencia estas “comunidades” de uma sociedade urbana global que forma a cidade.
Assim, entendido o fato de que a favela é comunidade expandida em função da pressão marginalizadora exterior, quais diferenças podem, a priori, ser colocadas entre os favela-tours e o TBC nas comunidades cariocas? Fica fácil perceber que é exatamente o protagonismo das pessoas do lugar. Freire-Medeiros (2009, p. 118) salienta que o favela-tour na Rocinha beneficia xeconomicamente um segmento muito específico e minoritário, não promove distribuição efetiva de lucros e as agências de turismo quase nunca estabelecem diálogo com as instituições representativas da localidade.
A questão sobre se o favela-tour traz algum benefício às comunidades em que se realiza ou trata-se somente da exploração turística da pobreza alheia parece, então, pelo menos parcialmente respondida. A iniciativa do MTUR de apoiar projetos turísticos comunitários localizados nas favelas cariocas inverte, de certa maneira, esta distorção que se dá no favela-tour, onde as agências externas à comunidade são as principais beneficiárias da atividade.
Em busca de dados secundários a respeito de turismo em favelas, encontramos a dissertação de Spampinato (2009), que analisa 6 iniciativas de turismo que acontecem em favelas cariocas: favelatours na Rocinha, passeios ecológicos no Morro da Babilônia, a Favela Receptiva em Vila Canoas, The Maze Inn e Jazz na favela (Tavares Bastos), O Museu de Favela – MUF (Cantagalo e Pavão- Pavãozinho) e o Fórum de Turismo da Rocinha, procurando contribuir para o “conhecimento de experiências de turismo de base comunitária em âmbito urbano” (SPAMPINATO, 2009). A autora chega à conclusão de que:

Entre as experiências de turismo nas favelas cariocas, porém, existem também experiências que nos mostram a ausência da comunidade, um desconhecimento mútuo entre o turista e a comunidade que provoca um distanciamento/afastamento entre os atores e aprofundamento, ou ao menos uma confirmação dos preconceitos e do desentendimento recíproco, como nos casos dos favelas tours na Rocinha ou do The Maze na Tavares Bastos (SPAMPINATO, 2009, p. 145).
Assim, a autora confirma que em alguns tipos de turismo desenvolvidos em favelas, a ausência da comunidade não permite o encontro do turista com os moradores. Como queremos mostrar, os favela-tours que acontecem na Rocinha fazem parte das experiências onde a comunidade está ausente.
Já Siqueira (2007), em sua tese de doutorado, tem como objeto de estudo o Programa de Urbanização do Dique Sambaiatuba, em São Vicente – Baixada Santista, no Estado de São Paulo. A autora concluiu que a urbanização da favela deve envolver o trabalho com o “plano de vida do lugar” e aliar educação cidadã, o incentivo à economia solidária e a qualificação para o apoio ao mercado de trabalho vinculado ao turismo. A autora parte do seguinte princípio: que as propostas para a questão das favelas, sob o olhar do turismo, devem contemplar o tratamento integral da sociedade e do território, no sentido do estabelecimento de portas para a inclusão da população de tais áreas, bem como tratar de aspectos físicos e ambientais (SIQUEIRA, 2007, p. 214).
A autora afirma concluiu que a inserção do turismo como alternativa de geração de renda para a localidade estudada deve ser baseada “na promoção da cidadania e organização comunitária, com fundamentos no cotidiano e no lugar” (SIQUEIRA, 2007, p. 224). Assim, podemos ver que a autora também considera importante para o sucesso do turismo em favelas, o protagonismo da organização
comunitária local.
O estudo de Machado (2007), em sua dissertação de mestrado, por sua vez, tem como objeto de estudo o turismo de favela realizado nas comunidades pobres do Rio de Janeiro. O objetivo geral do trabalho é descrever os mecanismos e compreender o alcance e os limites desta atividade econômica no contexto de comunidades urbanas pobres. Do ponto de vista do Serviço Social, a autora concluiu em seu trabalho que o turismo em Vila Canoas tem sido causador de conflitos. Nas palavras da autora: este tipo de Turismo, da maneira que vem sendo explorado, tem acentuado os conflitos sociais existentes na própria comunidade, tais como: clivagens internas entre “estabelecidos” e “outsiders”; disputas de poder por acesso e uso de “territórios”, instituições e/ou relações sociais; clivagens de gênero, etc (MACHADO, 2007, p 77).
Como conclusão a autora afirma que para o sucesso do turismo na favela é necessário incorporar os moradores das comunidades visitadas. Segundo ela: o Turismo de Favela que atualmente vem sendo desenvolvido necessita passar por um processo de mudanças em relação às suas práticas e conteúdos. Estamos convencidos de que um Turismo Receptivo, que venha a ser realizado em comunidades pobres da cidade em base a “outros” valores e critérios, pode contribuir para o desenvolvimento local sustentável das comunidades visitadas. Cabe ressaltar que nossa concepção de “desenvolvimento sustentável” se apóia na premissa da apropriação do “patrimônio cultural imaterial” comunitário pelos seus membros para dele extrair os conteúdos a serem explorados economicamente, em benefício principalmente da própria comunidade (Fonseca, 2005). Isso equivale a dizer que, estamos convencidos de que o chamado “Turismo de Favela” tem a potencialidade de fortalecer a auto-estima dos moradores, contribuindo com a construção de uma “identidade cultura” positiva nas comunidades visitadas (MACHADO, 2007, p. 86-87).
O que é importante é que a autora frisa que o turismo na favela tem potencial para o desenvolvimento
da localidade e no fortalecimento da autoestima dos moradores. Desta forma, podemos ver que várias pesquisas apontam para a questão da comunidade quando se fala de turismo em favelas
O turismo de base comunitária é um dos projetos que institucionalmente estão no âmbito da ação “Estruturação do Turismo em Áreas Priorizadas”, que por sua vez faz parte do “Programa de Estruturação da Produção Associada ao Turismo” que é um dos ramos do Macroprograma de Regionalização do Turismo (Plano Nacional de Turismo 2007-2010 – Uma Viagem de Inclusão)
(http://www.turismo.gov.br/). Os projetos apoiados pelo MTUR no Município do Rio de Janeiro são os

seguintes: o Projeto Vila Solidária, localizado no complexo da Maré e realizado pela Ação Comunitária do Brasil (BARTHOLO; SANZOLO; BURSZTYN, p. 457-458); o Projeto Tecendo Redes de Turismo Solidário, localizado na favela do Cantagalo e realizado pela Associação das Costureiras Autônomas do Morro do Cantagalo (BARTHOLO; SANZOLO; BURSZTYN, p. 465-466); o Projeto Turismo no Morrinho, localizado na favela Vila Pereira da Silva (Laranjeiras) e realizado pela ONG Morrinho (BARTHOLO; SANZOLO; BURSZTYN, p. 467-468); o Projeto Reviver Paquetá, localizado na Ilha de Paquetá e realizado pela Casa de Artes Paquetá (BARTHOLO; SANZOLO; BURSZTYN, p. 462-464).
Assim, tendo em vista que 3 dos 4 projetos de turismo de base comunitária apoiados pelo MTUR no Rio de Janeiro são localizados em favelas e recuperando a afirmação de Freire-Medeiros (2009) de que o favela-tour realizado na Rocinha não oferece benefícios econômicos para a localidade, enxergamos a necessidade de investigar comparativamente as duas formas de produção da atividade.
Considerações Finais
Sabemos que o apoio do MTUR aos projetos de turismo de base comunitária (TBC) constitui iniciativa
muito importante e alinhada ao objetivo do Plano Nacional de Turismo – Uma Viagem de Inclusão, de
desenvolvimento visando à inclusão social desviando-se dos grandes projetos do modelo fordista de
turismo. Sendo que a até o presente momento este objetivo social do PNT ficou só no papel, o apoio
 ao TBC figura como uma luz no fim do túnel.
No entanto, mesmo sabendo que o TBC nas favelas pode contribuir para a existência de uma nova relação entre turismo e pobreza, na qual as comunidades realmente sejam autônomas e usufruam dos lucros gerados por esta atividade um tanto polêmica, temos que ter em mente que a pobreza, como questão social da modernidade, inerente ao capitalismo, se resolve com políticas sociais universalistas, baseadas na noção de direito.
O Ministério do Turismo realizou um estudo, financiado pelo Banco Mundial, publicado em 2005,
intitulado “Turismo Sustentável e Alívio da Pobreza no Brasil: reflexões e perspectivas” (BRASIL,
2005), onde se traça um Projeto que visaria á incorporação nas políticas federais do entendimento do
turismo em perspectiva de inclusão social e como atividade que pode ajudar na redução da pobreza,
encontrando abrigo nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Sobre essa possibilidade
Cruz (2006, p. 340-341) propõe algumas problematizações:
No ano de 2005, o Ministério do Turismo do Brasil envolveu-se em um projeto internacional voltado a discutir as possibilidades de o turismo “aliviar a pobreza”; e sobre isso teço a seguir algumas considerações. Se se pretende, por meio do turismo, “aliviar a pobreza” no Brasil (e não pretendo entrar aqui no mérito de uma discussão acerca da pertinência do conceito), uma condição elementar para o alcance deste objetivo diz respeito à disposição, para o planejamento, de uma radiografia profunda da pobreza no País e, neste caso, mais uma vez o espaço se coloca como um imperativo. Como já disse Alain Lipietz em O capital e seu espaço, “não há regiões pobres, mas regiões de pobres”, fazendo uma clara alusão à distribuição espacial da pobreza cujo completo entendimento somente pode ser pautado por uma análise profunda sobre seu contrário, ou seja, sobre a distribuição espacial da riqueza, sobre a “divisão territorial do trabalho”, sobre os princípios daquilo que Marx e Trotsky chamaram, há muito tempo, de “desenvolvimento desigual e combinado”.
Afirma ainda Cruz (2006) que a pobreza é fenômeno social essencialmente estrutural que não pode ser trabalhada sem levar em conta contextos históricos e espaciais. Segundo a autora, citando o
 “Atlas da Exclusão Social no Brasil”, de Márcio Pochmann e Ricardo Amorim, a pobreza está em
todos os rincões do Brasil, sendo que a pobreza não é endêmica e sua compreensão passa, necessariamente pela análise histórica. Cruz (2006) ainda argumenta que: Se existe, teoricamente, alguma possibilidade de o turismo contribuir para “aliviar a pobreza”, então o planejamento do turismo como instrumento para o alcance de tal fim deveria: 1) apropriar-se do conhecimento já produzido no
País acerca da distribuição espacial da pobreza, localizando-a bem como diagnosticando seu perfil (quem são os pobres, onde moram, como vivem, quais suas principais restrições, etc.); 2) diagnosticar as causas da pobreza para além de explicações óbvias, como aquelas que se restringem a questões estruturais (modo de produção, distribuição da renda, distribuição da riqueza); é preciso conhecer as especificidades regionais da pobreza para não se incorrer no erro de se produzir uma política ou um plano de ação para todo o País, ignorando-se essas especificidades; 3) identificar eventuais fatores regionais perpetuadores da pobreza ou dificultadores de sua superação, de modo a construir um referencial que ao fim e ao cabo permita avaliar as possibilidades de o turismo contribuir para a sua superação. Dadas as colocações acima, está clara a necessidade de as políticas públicas de turismo integrarem-se a outras políticas públicas setoriais, posto que a atividade do turismo não está apartada de um contexto social, econômico e político maior.
A visão neoliberal, financiada pelo Banco Mundial, que incentiva o tratamento focalizado e setorializado dos problemas sociais como a pobreza, se adotada no âmbito do MTUR vai ao encontro
das aspirações daqueles que agem em função do desfiguramento da política social universalista. O
tratamento da pobreza pelo turismo poderá ser entendido como mais uma iniciativa de gerenciamento
do problema, cujos efeitos podem ser no máximo residuais. De fato, se assinalarmos no mapa do Rio
de Janeiro as favelas em que há qualquer tipo de turismo (seja de base comunitária ou exógeno),
veremos que a maioria fica na Zona Sul da cidade, o que se explica, em parte, pelo fato de que de
algumas das lajes destas favelas é possível, do meio da pobreza, avistar lindas vistas do Oceano. Ao
que parece, quase não há turismo em favelas da Zona Norte ou da Baixada Fluminense, o que mostra a limitação desse tipo de ação no combate à pobreza.
Apesar de Cruz (2006) defender que a política de turismo integre-se com as demais políticas setoriais, achamos que, como estratégia de combate à pobreza, o TBC é uma iniciativa muito pequena, se comparada a outras ações do MTUR. A ação de apoio ao TCB é o que mais se aproxima “da viagem de inclusão” que orientou o atual Plano Nacional de Turismo (BRASIL, 2007), que pretendeu levar a atividade turística a auxiliar no desenvolvimento social do país. Essa estratégia se coloca no momento histórico em que se dá o processo de americanização perversa das políticas sociais no Brasil (WERNECK, 1998).
Sendo assim, por ora, enfatizamos que a ação de apoio ao TBC do MTUR é importante, posto que
faz surgir uma nova visão a respeito do turismo como catalisador de desenvolvimento social e também a respeito do turismo em favelas e em áreas pobres. No entanto, ela não contribui decisivamente nem mesmo para a redução, ou “alívio” da pobreza no Brasil. O tratamento e resolução da pobreza é responsabilidade do investimento nas políticas sociais universais como saúde, educação e saneamento.
Conforme concluiu Coriolano (2006, p. 224) o turismo não pode acabar com a pobreza, mas pode
oferecer oportunidades de trabalho, ganhos, valorização da cultura popular e outras oportunidades aos pobres dos lugares onde se desenvolve contribuindo para o desenvolvimento em escala humana e para a compreensão crítica sobre o capitalismo excludente. Para a autora o turismo comunitário é tão somente uma “estratégia de sobrevivência” com a qual os pobres tentam entrar na cadeia produtiva do turismo (CORIOLANO, 2006, p. 223).
Referências Bibliográficas
BAUMAN, Z.. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
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______. O Mal-Estar da Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

BRASIL, Ministério do Turismo. Turismo Sustentável e Alívio da Pobreza no Brasil: reflexões e

perspectivas. Brasília: MTUR, 2005.

______. Plano Nacional de Turismo 2007/2010 – Uma Viagem de Inclusão. Brasília: MTUR, 2007.

CORIOLANO, L. N. M. T. Arranjos Produtivos Locais de Turismo Comunitário: atores e cenários em

mudança. Fortaleza: EdUECE, 2009.

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Em SP  Flavia Liz Di Paolo realiza http://www.uniqueinsp.com/  sugere esses dois roteiros:
 
Especial Paraisópolis


Na favela de Paraisópolis mora Estevão na sua Casa de Pedra. Conhecido como o “Gaudi brasileiro”, ele é um artista singular que tem o poder de expandir a visão do visitante sobre o uso de objetos do dia a dia. Outro artista de Paraisópolis é Seu Berbela que transforma magicamente elementos da sua oficina de carros em esculturas de surpreendente delicadeza e movimento.

Especial Monte Azul

Integre-se às ruelas e becos de Monte Azul, uma favela modelo onde a associação dos moradores adotou a filosofia antroposófica de Rudolf Steiner, criador da pedagogia Waldorf.

O trabalho reproduzido e dos autores acima mencionados publicado no Encontro Nacional da ANPPAS
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