2 de abr. de 2012

Empresa de Eike Batista está destruindo uma das últimas áreas de restinga no país

Empresa de Eike Batista está destruindo uma das últimas áreas de restinga no país

26 de março de 2012 às 6:00


Foto: divulgação
Com o argumento de estimular o crescimento da região Norte Fluminense, empresários e gestores públicos estão promovendo a maior destruição de uma das últimas áreas de restinga do país: sete mil hectares no município de São João da Barra, destinada pelos governos municipal e estadual para a criação do Distrito Industrial, que será gerido pela Codin (órgão estadual), mas dotado de infraestrutura com investimentos privados do grupo EBX, do empresário Eike Batista.


A área é marcada pela singularidade da fauna e flora, classificadas como de extremo interesse para a conservação da biodiversidade, além de abrigar espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, que poderão desaparecer em função da redução de seu habitat natural.

Foto: divulgação
Espécies ameaçadas
Os RIMAs ( Relatórios de Impacto Ambiental ) mostram que nos locais que serão diretamente afetados existem áreas alagáveis que servem de abrigo, refúgio, alimentação e reprodução das aves, incluindo espécies em extinção ou endêmicas. “A região ainda funciona como rota migratória para algumas espécies, principalmente os misticetos, ocupando sazonalmente a área; e também é utilizada como área de alimentação, em função da alta produtividade associada a sistemas costeiros e à proximidade de rios que fornecem uma alta disponibilidade de presas, sendo dessa forma ocupada sazonalmente por algumas espécies; o local também serve como habitat fixo para pequenos cetáceos, com distribuição mais restrita, como é o caso da toninha e do golfinho de dentes rugosos”, aponta o RIMA.

Muito animais mortos estão sendo encontrados na área. Foto: divulgação
Além disso, os próprios relatórios mostram que os impactos vão atingir espécies da fauna consideradas relevantes, como a perereca-de-capacete, perereca-verde e rã-manteiga, lagarto-do-rabo-verde (incluído na lista de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção), o cágado amarelo,
jacaré-do-papo-amarelo e lagartixa-da-areia (incluídos na lista da
fauna ameaçada do Estado do Rio de Janeiro). No grupo das serpentes, foram registradas espécies de interesse médico, como corre-campo e jararaca, que podem desaparecer.
Outras espécies também poderão ser prejudicadas, como sabiá-da-praia, criticamente ameaçado no Estado do Rio de Janeiro; a saíra-sapucaia, endêmica da Mata Atlântica; a lontra, listada como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção; e Parides ascanius, espécie de borboleta ameaçada de extinção. “Não são raros os casos de tartarugas marinhas que aparecem mortas. Recentemente, apareceram duas mortas com o casco quebrado”, disse.
Com informações da Revista Visão Socioambiental - texto e fotos -
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