18 de abr. de 2012

Jornadas Bolivarianas abordam o Caribe e sua importância estratégica para a América Latina -Natasha Pitts

Jornadas Bolivarianas abordam o Caribe e sua importância estratégica para a América Latina
Natasha Pitts
Jornalista da Adital
Adital
De 23 a 25 deste mês acontece no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, Sul do Brasil, a VIII edição das Jornadas Bolivarianas. A atividade, promovida pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos (Iela/UFSC), escolheu o Caribe como tema deste ano. Na programação, mesas-redondas, conferências com pesquisadores internacionais e lançamentos de livros. Os três dias de Jornada são abertos ao público e sem custos de inscrição.
O tema ‘O caribe: espaço estratégico na América Latina’ não foi escolhido ao acaso. De acordo com Elaine Tavares, coordenadora de comunicação do Iela, sempre são escolhidos para as Jornadas temas que estão esquecidos e não são vistos na mídia, como é o caso do Caribe, região lembrada apenas quando o assunto é turismo.
"O Caribe é uma região estratégica para a América Latina. Foi no Haiti onde os escravos negros formaram uma nação livre, foi em Cuba onde aconteceu a primeira experiência socialista. Por este histórico de lutas é possível ver que o Caribe tem uma importância fundamental. Precisamos saber como os países se organizam, como é sua cultura e pensar a região para além do turismo”, assinala.
Na ocasião, os conferencistas de dentro e fora do Brasil vão tentar trazer à tona os principais problemas, desafios e vitórias do Caribe e, junto com os participantes – integrantes de movimentos e organizações sociais, sindicatos, estudantes, estudiosos e pesquisadores – vão pensar saídas para os problemas da região.

Segundo Elaine, o Caribe é constantemente assediado por nações que buscam controlar o turismo e resguardar seus paraísos fiscais. Além disso, a disposição geográfica de muitas ilhas é outro motivo que torna o Caribe alvo de pressão.
"Vários países querem colocar as mãos no Caribe, por isso as ilhas-estado sofrem tanta opressão. Além do turismo e das ilhas fiscais para onde vai o dinheiro da elite latino-americana, dominar o Caribe é importante por causa de Cuba, país que coloca medo por conta do socialismo. Outro ponto é a Bacia do Caribe, importante rota comercial. Além disso, a posição geográfica de algumas ilhas é estratégica, pois estão bem próximas à Venezuela, país que é considerado hoje o principal adversário dos Estados Unidos. Por estes motivos, vários países querem dominar o Caribe e não deixar as ilhas caminharem com suas próprias pernas”, esclarece.
O Caribe está localizado no leste da América Central, dentro do Mar do Caribe. A região é composta por pequenas ilhas-estados também conhecidas como Antilhas. São: Antígua e Barbuda, Aruba, Bahamas, Barbados, Cuba, Dominica, Granada, Guadelupe, Haiti, Ilhas Caimãs, Ilhas Turcas e Caicos, Ilhas Virgens, Jamaica, Martinica, Porto Rico, República Dominicana, Saint Barthélemy, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Trinidad e Tobago. A região tem cerca de 14 milhões de habitantes.
Programação
As Jornadas começam às 18h30 da segunda-feira (23) com a conferência O Caribe, região estratégica do imperialismo, que terá a presença de Digna Castañeda, responsável pela Cátedra do Caribe na Universidade de Habana/Cuba.
Na terça-feira (24), Juliana dal Piva lançará o livro ‘Em luta pela terra sem mal: a saga Guarani contra a escravidão na Bolívia’. Na sequência, acontece a conferência Os estudos sobre o Caribe, com Carlos Martínez, da Universidade Nacional da Colômbia. Pela tarde será realizado o lançamento do ‘Anuário Educativo Brasileiro’, com Nildo Ouriques, seguido por apresentação de trabalhos e a conferência O Caribe: dependência e subdesenvolvimento, com Norman Girvan, jamaicano radicado em Trinidad e Tobago, que já escreveu vários livros sobre o Caribe.
No último dia, a programação começa com a conferência A realidade do Haiti, com Maria Ceci Misozcky, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e estudiosa sobre o Haiti há vários anos. Pela tarde, apresentação de trabalhos e a mesa redonda Os movimentos sociais e as lutas populares, com Digna Castañeda, Carlos Martínez e Norman Girvan. A 8ª edição das Jornadas Bolivarianas será encerrada com uma festa caribenha.
Mais informações no blog: http://www.jornadasbolivarianas.blogspot.com.br/. Nos dias de Jornada, será possível assistir a programação no http://www.iela.ufsc.br/.
materia transcrita do portal Adital de autoria de Natasha Pitts jornalista
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