2 de jun. de 2012

TURISMO, MOTOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM BENS PATRIMÓNIO MUNDIAL? Gabão-África


Parque Nacional de Lopé-Gabão-África Credito Corbis- africatoday.co.ao

Conferência Internacional

Rede UNITWIN «Cultura, Turismo, Desenvolvimento»

TURISMO, MOTOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM BENS PATRIMÓNIO MUNDIAL?

Contextos, Práticas e Modelos de Avaliação
Libreville e Parque Nacional de Lopé, GABÃO, 1 a 8 de Junho 2012

Organização
Universidade Omar Bongo (Libreville, Gabão), Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne (Paris, França), Universidade de Barcelona (Espanha)



Libreville, capital do Gabão- África - vivercidades.org.br





A inscrição dos bens na Lista do Património Mundial é muitas vezes mobilizada localmente como estratégia de desenvolvimento, visando nomeadamente o aumento do turismo internacional e nas receitas daí decorrentes. É deste modo que se vai dando a articulação entre desenvolvimento e turismo, sendo que, apesar de exisitir um consenso aparente acerca da noção de «desenvolvimento sustentável», é necessário explicitar o que se entende por desenvolvimento.
Ao longo do século XX e já neste século XXI, a noção tem sido reivindicada por diferentes campos ideológicos na definição de projectos de progresso societal, crescimento económico, desenvolvimento humano e, mais recentemente, desenvolvimento sustentável. Efectivamente,
per se estas definições não são contraditórias com o objectivo da Lista do Património Mundial da UNESCO que visa assegurar uma clara consciência e conhecimento de um património comum, factor de coesão e intercompreensão cultural.
No entanto, como mostram as avaliações realizadas pelo ICOMOS e o IUCN, ou mesmo certos bens inscritos na Lista do Património em Perigo, o turismo pode também entrar em contradição com a manutenção do valor universal excepcional dos bens.
As questões de frequentação excessiva, comodificação, degradação dos bens por uso, criação de infraestruturas inadequadas e a alienação da população local são muitas vezes referidas como base para criar instrumentos de salvaguarda contra um desenvolvimento turístico desenfreado.
Porém, e quarenta anos após a convenção do Património Mundial, os actores envolvidos na sua implementação constatam globalmente a falta de dados susceptíveis de garantir a compreensão e a avaliação do impacto do turismo nos bens Património Mundial.
Esta conferência pretende assim esclarecer condições e critérios de desenvolvimento turístico em bens inscritos na Lista do Património Mundial. Será que o turismo representa efectivamente um factor de desenvolvimento económico, cultural e social para as sociedades de acolhimento, ou, pelo contrário, gera efeitos perturbadores que colocam em causa esse mesmo desenvolvimento? Que condições e critérios de desenvolvimento são esses? De acordo com estes critérios, quais são as circunstâncias em que o turismo contribui para o desenvolvimento? Em que circunstâncias altera o desenvolvimento? Como se medem estes fenómenos?
Desde há alguns anos que a noção de "capacidade de carga" revelou os seus limites na compreensão e análise da gestão turística dos bens patrimoniais em geral, e daqueles inscritos na Lista do Património Mundial, em particular. Nos últimos anos, os
stakeholders envolvidos em diferentes projectos de desenvolvimento e conservação têm vindo a usar cada vez mais o conceito relativo e socialmente construído de "limite de mudança aceitável", conceito que permite a negociação entre os actores da mudança e da conservação, nomeadamente pela consideração do valor universal excepcional.
Para que seja operacional, e por se tratar de um conceito relativo, o "limite de mudança aceitável" implica análise e compreensão prévias das implicações do desenvolviemnto turístico de um bem para o conjuunto das populações e dos públicos envolvidos. A utilização deste concieto exige assim uma análise sistémica raramente levada a cabo nos diferentes bens património mundial. Além disso, é produto de um enquadramento ideológico particular contemporâneo, o que levanta a questão dos contornos ideológicos dos modelos propostos para o desenvolviemto patrimonial e turístico.
O objectivo desta conferência não é por isso compreender as múltiplas dimensões das relações dos bens Património Mundial e do turismo, mas antes analisar, de um ponto de vista teórico e prático, as acções levadas a cabo para assegurar que o desenvolvimento turístico constitua efectivamente um factor de desenvolvimento territorial compatível com a preservação do valor universal excepcional.
Neste âmbito, esta conferência pretende colocar a questão das metodologias aplicadas, dos indicadores usados e dos contextos ideológicos que sustentam a sua elaboração, local e internacionalmente, de forma a fazer emergir as condições de um desenvolvimento que permita a salvaguarda do valor universal excepcional.
As propostas de comunicação devem abordar aspectos relacionados com os bens naturais, culturais ou mistos inscritos na Lista do Património Mundial, bem como as obras-primas do património imaterial.
As propostas devem integrar um dos eixos seguintes:
1. Modelos e práticas de desenvolvimento turístico em bens Património Mundial
Este eixo temático visa antes de mais precisar a noção de desenvolvimento dos bens Património Mundial em relação ao turismo. Como se define desenvolvimento sustentável e que papel tem o turismo? De acordo com que objectivos e pressupostos é que as instituições internacionais integram o turismo no desenvolvimento e na conservação dos bens Património Mundial?
As comunicações podem também apresentar experiências de desenvolvimento em bens particulares, especificando as suas modalidades de desenvolvimento e o papel atribuído ao turismo.
2. Avaliações e indicadores de desenvolvimento para bens Património Mundial
As comunicações devem procurar identificar metodologias, indicadores e conceitos usados actualmente para avaliar os impactos do turismo em bens naturais e culturais Património Mundial e na sua conservação. Estão também incluídas análises críticas dos enquadramentos ideológicos subjancentes.

SCIENTIFIC COMMITTEE
Victoire ADEGBIDI (Ecole du Patrimoine Africaine)
Alice ALTENARIUS (Université Lumière Lyon 2)
Mohammed BERRIANE (Université de Rabat-Agdal, Maroc)
Florence BERNAULT (Université du Wisconsin)
Hamady BOCOUM (directeur général du Patrimoine du Sénégal)
Carlo CENCINI (Université de Bologne)
Nadège CHABLOZ (Centre d'études africaines, EHESS)
Saskia COUSIN (IUT de Tours)
Beverly Joy CROUTS-KNIPE (South African Heritage Resource Agency
Mathilde DEBAIN (Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne)
Fiorella DALLARI (Université de Bologne à Rimini)
Christophe EUZET (Université d’Alexandrie)
Hamilton HAIR FERNANDES (Université du Cap Vert)
Gojjam ADEME, Tourism & Hospitality lecturer, University of Gondar
Francesco FRANGIALLI (Cour des comptes, ancien SG de l’OMT)
Maria GRAVARI-BARBAS (Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne)
Sébastien JACQUOT (Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne)
Elisa MAGNANI (Université de Bologne)
Wided MAJDOUB (Université de Sousse, Tunisie)
Yoel MANSFELD (Université de Haifa)
Alessia MARIOTTI (Université de Bologne à Rimini)
Lénia MARQUES (Université Ouverte de Lisbonne)
André MARY (CNRS)
Juan Carlos MATAMALA (Red IBERTUR)
Raymond MAYER (Université Omar Bongo, Gabon)
Christine MENGIN (Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne)
Oumar Sy MOHAMEDY (Université de Barcelona)
Tekeste NEGASH, (Dalarna University)
Stéphanie NKOGHE (Université Omar Bongo, Gabon)
Anne OUALLET (Université de Rennes 2)
María Susana PATARO (Chaire UNESCO du Tourisme Culturel Untref/Aamnba, Buenos Aires, Argentina)
David PICARD (Université de Lisbonne)
Mike ROBINSON (Université Métropolitaine de Leeds)
Noël SALAZAR (Université de Leuven)
Irma TADDIA(Université de Bologne)
Joseph TONDA
(Université Omar Bongo)
Jordi TRESSERRAS (Université de Barcelone)
François VELLAS (Université de Toulouse)
matéria extraida de www.univ-paris1fr/fileadmin/IREST/CFP_UNITWIN_PORTUGAIS_2012.pdf
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