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Parque Nacional de Lopé-Gabão-África Credito Corbis- africatoday.co.ao |
Conferência Internacional
Rede UNITWIN «Cultura, Turismo, Desenvolvimento»
TURISMO, MOTOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM BENS PATRIMÓNIO MUNDIAL?
Contextos, Práticas e Modelos de Avaliação
Libreville e Parque Nacional de Lopé, GABÃO, 1 a 8 de Junho 2012
OrganizaçãoUniversidade Omar Bongo (Libreville, Gabão), Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne (Paris, França), Universidade de Barcelona (Espanha)
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Libreville, capital do Gabão- África - vivercidades.org.br |
A inscrição dos bens na Lista do Património Mundial é muitas vezes mobilizada localmente como estratégia de desenvolvimento, visando nomeadamente o aumento do turismo internacional e nas receitas daí decorrentes. É deste modo que se vai dando a articulação entre desenvolvimento e turismo, sendo que, apesar de exisitir um consenso aparente acerca da noção de «desenvolvimento sustentável», é necessário explicitar o que se entende por desenvolvimento.
Ao longo do século XX e já neste século XXI, a noção tem sido reivindicada por diferentes campos ideológicos na definição de projectos de progresso societal, crescimento económico, desenvolvimento humano e, mais recentemente, desenvolvimento sustentável. Efectivamente, per se estas definições não são contraditórias com o objectivo da Lista do Património Mundial da UNESCO que visa assegurar uma clara consciência e conhecimento de um património comum, factor de coesão e intercompreensão cultural.
No entanto, como mostram as avaliações realizadas pelo ICOMOS e o IUCN, ou mesmo certos bens inscritos na Lista do Património em Perigo, o turismo pode também entrar em contradição com a manutenção do valor universal excepcional dos bens.
As questões de frequentação excessiva, comodificação, degradação dos bens por uso, criação de infraestruturas inadequadas e a alienação da população local são muitas vezes referidas como base para criar instrumentos de salvaguarda contra um desenvolvimento turístico desenfreado.
Porém, e quarenta anos após a convenção do Património Mundial, os actores envolvidos na sua implementação constatam globalmente a falta de dados susceptíveis de garantir a compreensão e a avaliação do impacto do turismo nos bens Património Mundial.
Esta conferência pretende assim esclarecer condições e critérios de desenvolvimento turístico em bens inscritos na Lista do Património Mundial. Será que o turismo representa efectivamente um factor de desenvolvimento económico, cultural e social para as sociedades de acolhimento, ou, pelo contrário, gera efeitos perturbadores que colocam em causa esse mesmo desenvolvimento? Que condições e critérios de desenvolvimento são esses? De acordo com estes critérios, quais são as circunstâncias em que o turismo contribui para o desenvolvimento? Em que circunstâncias altera o desenvolvimento? Como se medem estes fenómenos?
Desde há alguns anos que a noção de "capacidade de carga" revelou os seus limites na compreensão e análise da gestão turística dos bens patrimoniais em geral, e daqueles inscritos na Lista do Património Mundial, em particular. Nos últimos anos, os stakeholders envolvidos em diferentes projectos de desenvolvimento e conservação têm vindo a usar cada vez mais o conceito relativo e socialmente construído de "limite de mudança aceitável", conceito que permite a negociação entre os actores da mudança e da conservação, nomeadamente pela consideração do valor universal excepcional.
Para que seja operacional, e por se tratar de um conceito relativo, o "limite de mudança aceitável" implica análise e compreensão prévias das implicações do desenvolviemnto turístico de um bem para o conjuunto das populações e dos públicos envolvidos. A utilização deste concieto exige assim uma análise sistémica raramente levada a cabo nos diferentes bens património mundial. Além disso, é produto de um enquadramento ideológico particular contemporâneo, o que levanta a questão dos contornos ideológicos dos modelos propostos para o desenvolviemto patrimonial e turístico.
O objectivo desta conferência não é por isso compreender as múltiplas dimensões das relações dos bens Património Mundial e do turismo, mas antes analisar, de um ponto de vista teórico e prático, as acções levadas a cabo para assegurar que o desenvolvimento turístico constitua efectivamente um factor de desenvolvimento territorial compatível com a preservação do valor universal excepcional.
Neste âmbito, esta conferência pretende colocar a questão das metodologias aplicadas, dos indicadores usados e dos contextos ideológicos que sustentam a sua elaboração, local e internacionalmente, de forma a fazer emergir as condições de um desenvolvimento que permita a salvaguarda do valor universal excepcional.
As propostas de comunicação devem abordar aspectos relacionados com os bens naturais, culturais ou mistos inscritos na Lista do Património Mundial, bem como as obras-primas do património imaterial.
As propostas devem integrar um dos eixos seguintes: |
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