Agência Pará de Notícias
Procissão do Círio de Nazaré, as homenagens a Nossa Senhora de Nazaré ocorrem ao longo de todo o percurso da berlinda. São fogos, balões, chuvas de papel picado, apresentações musicais e outras saudações que emocionam quem acompanha a romaria. FOTO: ANTONIO SILVA/AG. PARÁ DATA: 09.10.2011 BELÉM-PARÁ
As manifestações atraem um grande número de participantes, sendo fator de desenvolvimento social e econômico pela grande movimentação de visitantes aos locais onde acontecem, refletindo especialmente no turismo e na economia. A que mais atrai visitantes no Pará acontece no segundo domingo de outubro, em Belém, e é considerada a maior procissão católico do país: o Círio de Nazaré. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), são mais de dois milhões de pessoas reunidas no centro de Belém apenas no domingo do Círio e, se somado o público das 11 romarias que fazem parte do calendário oficial da chamada quadra Nazarena (período de 15 dias pelo qual a festa se estende) são mais de 5 milhões de pessoas circulando pela Região Metropolitana da capital paraense (levando-se em consideração que os devotos participam de mais de uma manifestação).
Além do Círio de Nazaré, em Belém, praticamente todos os municípios festejam seus padroeiros ao longo do ano, em um ciclo onde o maior número de manifestações ocorre de julho a dezembro. Algumas festas apresentam importantes peculiaridades, como é o caso de Vigia de Nazaré, no nordeste paraense, cujo Círio, também dedicado a Nossa Senhora de Nazaré, já possui mais de 350 anos de história, e na localidade de Macapazinho, distrito do município de Castanhal, com uma romaria que percorre as águas de rio um estreito, em meio à floresta.
A devoção a Nossa Senhora de Nazaré na Amazônia se repete em outros estados, como é o Caso do Amapá. O círio que ocorre na capital do estado vizinho, Macapá, também no segundo domingo de outubro, remonta a 1934. E outros círios em honra à Virgem de Nazaré vão ganhando cada vez mais relevância no Brasil, com a realização de romarias que contam com a presença da mesma imagem cultuada na festa dos paraenses, com destaque para o Rio de Janeiro, Brasília e Minas Gerais. No âmbito internacional, o Círio também vai ganhando destaque. Em 2011, a Companhia Paraense de Turismo proporcionou um encontro histórico entre as imagens de Nossa Senhora de Nazaré de Belém e de Portugal, em um retorno às origens da devoção, na freguesia da Nazaré, naquele país.
A devoção a Nossa Senhora de Nazaré é sem dúvida a mais forte manifestação entre os paraenses, mas as festividades em torno de outros santos também movimentam a Amazônia em determinados períodos, como é o caso da Marujada, em Bragança, no nordeste paraense, que homenageia São Benedito, e o Sairé, em Santarém, sudeste paraense, que festeja a Santíssima Trindade.
De acordo com a Paratur, que tem a missão de promover e divulgar o Pará enquanto destino turístico, o turismo religioso é um dos que mais tem crescido em todo o mundo e na Amazônia esse crescimento também pode ser verificado pela maior divulgação dos eventos, além do barateamento e facilidade de acesso aos locais. Essa modalidade turística foi contemplada entre as ações do Ver-o-Pará, Plano Estratégico de Turismo do Pará, se enquadrando na grade de produtos do turismo cultural.
Entre as ações propostas está o fortalecimento do turismo religioso durante o primeiro semestre do ano, considerado como baixa temporada, já que a maior parte dos turistas vem à região por ocasião do Círio em Belém. "Nossas estratégias de fortalecimento do turismo também se voltam para este segmento, tendo em vista que trabalhamos a ampliação do fluxo de turistas não apenas no mês de outubro. Com isso conseguimos aumentar os dividendos para todos os segmentos do turismo, inclusive oportunizando, economicamente os interesses do nosso trade", informa o secretário de Estado de Turismo, Adenauer Góes.
O turismo religioso, diferente de todos os outros segmentos, tem como motivação fundamental a fé. Estando, portanto, ligado profundamente ao calendário religioso da localidade receptora do fluxo turístico”, afirma. Ele continua classificando que o adjetivo “religioso” aplicado ao “turismo” deve ser “reconhecido em sua amplitude espiritual e metafísica. Trata-se de um fazer turístico capaz de manifestar algum dado de religiosidade, num ato popular de professar uma determinada fé. Podemos chamar de Turismo Religioso as peregrinações e romarias aos lugares sagrados, em momentos também sagrados”, reforça.
Números – Recente pesquisa divulgada pelo Dieese-PA e pela Secretaria de Estado de Turismo (Setur) revela números interessantes com relação aos turistas presentes no Círio de Nazaré em Belém. O ano de 2011 registrou cerca de 72 mil turistas durante o período e o esperado para este ano é de cerca de 76 mil, registrando um crescimento de mais de 5%. Um dado importante é que o maior número de turistas na festa é do estado do Rio de Janeiro (15,8%), seguido por São Paulo e Maranhão. A faixa etária dominante está entre 35 a 50 anos (36%). Os dados foram levantados pela Paratur.
Outra constatação é que tem crescido consideravelmente nos últimos anos o número dos que se hospedam em hotéis (38,2%), que só não supera a somatória dos que utilizam as casas de amigos e parentes (47,3). A maioria utiliza o transporte aéreo (69,7%) como via de locomoção, boa parte estende a viagem e visita outros destinos turísticos na mesma viagem (32,4%) e quase a totalidade dos turistas (98,2%) têm a intenção de retornar.
Com toda essa movimentação, estima-se que este ano somente os turistas injetem mais de 28 milhões de dólares na economia do estado, somando-se aos cerca de R$ 844 milhões somados pela festa como um todo. Como se pode perceber, mais do que um evento religioso, o Círio é o grande fator de movimentação da economia do estado, superando até mesmo o Natal, em diversos setores da economia, especialmente o comércio.
Segundo a Presidente da Paratur, Socorro Costa, “o Círio é uma importante oportunidade de promoção e divulgação do Pará na mídia nacional e internacional e aos agentes de viagens e operadores de turismo enquanto produto turístico do Pará. Ressalvada a importância cultural e religiosa dos paraenses, sua relevância também pode ser analisada a partir do envolvimento de tantas pessoas nos principais eventos que fazem parte do seu calendário oficial”, ressalta.
Texto:
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